quinta-feira, 22 de setembro de 2016

A República Brasileira é dos patifes I



          No dia 15 de novembro de 1889, Marechal Deodoro da Fonseca (militar e defensor fanático da monarquia) proclamou a República no Brasil e tornou-se o primeiro presidente. Em 1891, foi promulgada a segunda Constituição brasileira. O país foi dividido em 20 estados (antigas províncias) e um Distrito Federal (ex- município neutro) e passou a chamar-se Estados Unidos do Brasil. A constituição republicana estabeleceu que as eleições seriam diretas e que o presidente e o vice-presidente seriam eleitos pelo voto popular. No período de 1891 – 1894, Marechal Floriano Peixoto exerceu o cargo de presidente. Nesta época, o chefe máximo da nação mandou construir casas, emitiu isenção sobre os impostos cobrados nos alimentos e reduziu o preço dos alugueis. Contudo, essas ações eram seguidas por arroubos autoritários que determinavam uma relação política de lealdade sustentada pela troca de favores. Tanto Deodoro quanto Floriano eram militares com tendências centralizadoras, porém o momento que comandaram a nação, não pode ser considerado governos militares. A Força Armada estava dividida e os Marechais optaram por defender uma ordem econômica que beneficiou claramente os fazendeiros brasileiros.
          Já no período de 1894 a 1930, as Oligarquias constituídas por proprietários de terra exerciam o monopólio do poder local. São Paulo e Minas Gerais eram os grandes produtores respectivamente de leite e café. Os detentores do poder garantiram o domínio político no país através da política de valorização do café, da política de governadores, do coronelismo e do voto de cabresto. Houve alternância no executivo federal entre as oligarquias paulista e mineira. Na República instalada, a Política do Café com Leite foi marcada por acordos entre as elites dos principais centros políticos do país... Os "coronéis", grandes fazendeiros, optavam por candidatos dos grupos oligárquicos de Minas e São Paulo, e estes, além de concentrar suas decisões na proteção dos negócios dos latifundiários, concediam regalias, cargos públicos e financiamentos.
Imagem: grupo4dehistoria.blogspot.com
          O Brasil republicano dos acordos políticos entre as oligarquias foi sobrevivendo, porém as eleições fraudulentas controladas pelo “coronéis” motivaram um desejo de transformação. A Política do Café com Leite gerou desentendimentos entre os grupos oligárquicos e chegou ao fim no governo do presidente Washington Luís (1926-1930). Este era paulista e resolveu apoiar para a eleição seguinte outro candidato de São Paulo, Júlio Prestes, contrariando o revezamento de mineiros e paulistas. A atitude do presidente Washington deixou a oligarquia mineira insatisfeita. Diante disso, os mineiros uniram-se com políticos tradicionais do Rio Grande do Sul e da Paraíba e organizaram a Aliança Liberal (AL).  Lançaram o candidato Getúlio Vargas à presidência. 
Imagem: slideplayer.com.br  
          Júlio Prestes representante do grupo dos paulistas venceu as eleições, mas houve fraude como já era previsto. Os mineiros não esperaram o presidente Prestes tomar posse e organizaram um golpe que levou ao poder Getúlio Vargas... O descontentamento com o regime atingiu níveis elevados. A elite que controlava o país não admitia uma tomada do poder pelo povo. A “Revolução” de 1930 foi uma manobra para evitar uma revolução no sentido real da palavra. Infelizmente, a classe dominante não promoveu alterações reais nas estruturas políticas, sociais, econômicas, culturais do Brasil.  A proclamação da República foi efetivada e no período de 1889 até 1930, os cidadãos brasileiros  foram manipulados e ficaram excluídos das principais decisões tomadas no país? Enfim, sugiro aos leitores do Blog dos Letrados Desalienados que aguardem o próximo post. Daremos continuidade a este tema...
Sérgio Lopes