terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Gregório de Matos tinha razão


No período de 1601 a 1700, a Bahia era formada pela maioria da população (pobre, excluída, explorada), clero, governo, os fidalgos e a corrupção dos portugueses. O estado nordestino formou alguns intelectuais e controlou a vida religiosa. Além disso, tornou-se polo jurídico e administrativo da colônia. O baiano Gregório de Matos Guerra, o “Boca do Inferno”, foi o primeiro escritor da história brasileira a criticar a sociedade. Ele usava uma crítica ácida, através de sua poesia satírica. No distante século XVII, Gregório afirmou que: “o honesto é pobre, o ocioso triunfa, o incompetente manda”. Os honestos têm oportunidade no Brasil? Milhões de trabalhadores brasileiros trabalham e pagam impostos exorbitantes. Entretanto, não são beneficiados. A educação, saúde, transporte, segurança pública são ineficientes... Os que são ociosos levam vantagens? Muitos são vadios e preguiçosos, eles não fazem nada ou fazem as coisas sem vontade. Alguns conseguem “resultados positivos”, seja através de indicação de pessoas influentes para exercer cargos políticos, na base do puxa-saquismo, na ilegalidade do tráfico de drogas e na infâmia da corrupção e do estelionato. As fraudes e os acordos espúrios não são os únicos problemas relevantes do país. A incompetência de vários funcionários na administração e gestão dos setores públicos e privados são também considerados agravantes no Brasil atual. Há pessoas incompetentes e suspeitas que exercem cargos de chefia, principalmente nas prefeituras. Os cargos comissionados são preenchidos por indicações políticas, significando um autêntico cancro na administração pública. Bem como, acarreta o inchaço do estado, o assistencialismo e a compra de votos de famílias inteiras de eleitores nos períodos de eleições. Enfim, Gregório de Matos o “Boca do Inferno” tinha razão. Em pleno século XXI, o homem honesto é injustiçado e não tem condições financeiras favoráveis. O ocioso vive na malandragem e prepondera. O incompetente manda, porém é analfabeto, incapaz, inábil, ignorante, insuficiente, imperito.

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Sofremos injustiça


   “Indivíduos semelhantes e em iguais condições receberam ou recebem tratamento desigual”.  A frase pode ser considerada ausência de justiça. Afinal, qual é o sinônimo da palavra “injustiça”? Segundo o site www.sinonimos.com.br, o vocábulo significa arbitrariedade, desigualdade, iniquidade, parcialidade, ilegalidade, desrespeito, tendenciosidade. Muitos brasileiros que estão no ambiente de trabalho, na repartição pública, no setor educacional, na saúde, na área de segurança pública, no meio político, no convívio familiar sofreram e ainda sofrem injustiças. 
      Os injustiçados vivem esta realidade no cotidiano, Independente de condição financeira, raça, sexo, religião. Há trabalhadores nas diversas cidades do país que são “julgados” e “condenados”, sem direito a defesa. Vários são exonerados e demitidos, sendo que a maioria não tem oportunidade para expor sua versão a respeito dos acontecimentos.  As atitudes mesquinhas, covardes e autoritárias de alguns filhos e filhas de prefeitos, chefes de administrações municipais, vereadores, grupos políticos, funcionários públicos efetivos e contratados, empresários, comerciantes, latifundiários e secretários municipais das áreas de (educação, saúde) prejudicam bastantes homens honestos. 
     Os “donos dos municípios” são obcecados por dinheiro, vaidade e poder. Além disso, não medem esforços para atingir os próprios interesses e passam por cima de qualquer pessoa... Quando suas vantagens são contrariadas, podem lesar qualquer indivíduo. Eles não levam em consideração a competência, caráter, índole, honra e ética do homem.  Portanto, os que são ou foram vítimas da injustiça devem esquecer o desgosto em relação aquilo que o feriu e caminhar em frente! Isso não significa o abandono, representa aquilo que já foi realizado e não provoca mais nenhum tipo de sofrimento emocional.  Sobretudo, o filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, Platão já afirmava: “Quem comete uma injustiça é mais infeliz que o injustiçado”.
Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)