Em 1831, o monarca português foi embora, deixou o herdeiro brasileiro como futuro imperador. Eu criei expectativa e esperança de dias melhores para meu povo. Pela primeira vez, seria governado por um filho. Contudo, o menino não tinha idade para assumir o comando. Durante nove anos, vivi o período regencial... Todas as mazelas da política foram desvendadas, não havia entendimento. Ocorreram revoltas provincianas que ameaçaram a minha unidade nacional. Entramos em crise e a regência terminou com o golpe da maioridade. Finalmente, seria comandado por alguém que foi gerado nas minhas terras. Por quase 50 anos, D. Pedro II ficou no comando. Minha política foi controlada pelos Partidos Conservador e Liberal, o café estabeleceu como produto essencial, nós participamos da Guerra do Paraguai (1864-1870) e a abolição da escravatura foi concretizada dia 13/05/1888... Em 1889, tornei uma nação republicana... A República surgiu com suporte conservador, não houve caráter revolucionário e popular A minha elite realizou o movimento continuísta... No período de 1889 a 1894, fui comandado por dois militares. O fechamento do Congresso, o estado de sítio, crimes políticos, arrocho salarial, confrontos entre governos civis e governos militares dentre outros foram marcantes naquele momento. No ano de 1891, foi promulgada a minha segunda Constituição. Ela possibilitou alterações relevantes, confirmou o sistema republicano presidencialista, estabeleceu a separação entre Estado e Igreja e introduziu o federalismo. No final do século XIX, eu não era mais monarquia, segui a tendência das minhas outras nações irmãs. Tornei uma república. Não era dominada pelos portugueses, porém as coisas não estavam caminhando do jeito que queria. Eu e a maioria do meu povo sofríamos... Ainda nos faltavam emprego, educação, saúde, segurança pública, transporte e lazer...
Sérgio Lopes (Jornalista, Professor e Especialista em TV, Cinema e Mídias Digitais)