quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

God Save the Queen (Deus Salve a Rainha)


Em 1977, A Rainha Elisabeth II comemorou duas décadas e meia de ascensão ao trono da Grã-Bretanha e de outros país que formam as Comunidades dos Reinos das Nações. A banda britânica de punk rock Sex Pistols, neste período, lançou a canção "God Save the Queen" (Deus Salve a Rainha).  A letra fez uma crítica ácida ao sistema de governo da rainha Elizabeth II e dos seus apoiadores. O refrão destacado foi "God Save the Queen, her fascist regime, it made you a moron". "Deus salve a rainha, seu regime fascista, fez de você um retardado".  No Brasil, em pleno século XXI, no ano de 2022,  Deus  Todo Poderoso precisa salvar a maioria da classe política brasileira! Deus salve os políticos brasileiros.   Deus salve os Deputados Federais, Deus Salve os Deputados Estaduais, Deus salve os Governadores, Deus Salve os Senadores, Deus salve o Presidente, Deus salve os Ministros, Deus salve os Prefeitos, Deus salve os Vereadores, Deus salve o STF (Supremo Tribunal Federal ), Deus salve essa gente...

Jornalista e Professor Sérgio Lopes


quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Ode ao Burguês

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel

o burguês-burguês!

A digestão bem-feita de São Paulo!

O homem-curva! O homem-nádegas!

O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,

é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!

 

Eu insulto as aristocracias cautelosas!

Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros!

Que vivem dentro de muros sem pulos,

e gemem sangue de alguns mil-réis fracos

para dizerem que as filhas da senhora falam o francês

e tocam os “Printemps” com as unhas!

 

Eu insulto o burguês-funesto!

O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!

Fora os que algarismam os amanhãs!

Olha a vida dos nossos setembros!

Fará Sol? Choverá? Arlequinal!

Mas à chuva dos rosais

o êxtase fará sempre Sol!

 

Morte à gordura!

Morte às adiposidades cerebrais!

Morte ao burguês-mensal!

Ao burguês-cinema! Ao burguês-tiburi!

Padaria Suíssa! Morte viva ao Adriano!

“— Ai, filha, que te darei pelos teus anos?

— Um colar… — Conto e quinhentos!!!

Más nós morremos de fome!”

 

Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma!

Oh! purée de batatas morais!

Oh! cabelos nas ventas! Oh! carecas!

Ódio aos temperamentos regulares!

Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!

Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados

Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,

sempiternamente as mesmices convencionais!

De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!

Dois a dois! Primeira posição! Marcha!

Todos para a Central do meu rancor inebriante!

 

Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!

Morte ao burguês de giolhos,

cheirando religião e que não crê em Deus!

Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!

Ódio fundamento, sem perdão!

 

Fora! Fu! Fora o bom burguês!…

Mário de Andrade

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

No Meio do Caminho

No meio do caminho tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
tinha uma pedra 
no meio do caminho tinha uma pedra. 
Nunca me esquecerei desse acontecimento 
na vida de minhas retinas tão fatigadas. 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
no meio do caminho tinha uma pedra. 
Carlos Drummond de Andrade