O Mestre Saramago sempre teve razão

 

José Saramago (dramaturgo, escritor, jornalista) foi apontado como um dos mais ilustres nomes da literatura mundial. De origem simples, nasceu em Azinhaga, no Ribatejo, Portugal. Realizou trabalhos em profissões distintas até instituir-se no mundo literário. Divulgou peças teatrais, crônicas, contos, romances. Tornou-se renomado por seu refinamento incomparável, bem como pelo intenso cunho introspectivo e crucial. As obras de Saramago foram marcadas por temáticas pertinentes: condição humana, injustiças sociais, religião, política.  Entre as mais notáveis estão: Ensaio sobre a Lucidez, Ensaio sobre a Cegueira, Memorial do Convento, O Evangelho segundo Jesus Cristo. No ano de 1998, fez história, foi o primeiro autor da língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura. Faleceu no ano de 2010, deixou herança literária de importância mundial e sempre criou frases profundas e reflexivas que interpelaram (a existência, a sociedade civil, a condição humana). Eis uma marcante: “Chegará o dia em que a inteligência será desprezada e a estupidez será adorada”.   A frase de Saramago desperta para tragédia de uma sociedade condenada pelas alterações nas regras, nas convicções, nos valores, nos comportamentos que outrora eram extensivamente conceituados. No momento em que a lucidez, avaliativa e argumentadora, torna-se menosprezada, estende lugar para a elevação da burrice e do desconhecimento, tudo fica agradável e vulnerável. Ademais, a reflexão retrata a respeito do risco da (futilidade, frivolidade, leveza, irresponsabilidade, aparência, ilusão) e do sentimento de irracionalismo, oposição ou repulsa em relação à inteligência e à aptidão primordial para o progresso intelectual, que são capazes de conduzir à atenuação dos direitos coletivos. Em síntese, o Mestre Saramago sempre teve razão.