segunda-feira, 13 de maio de 2019

A escravidão ainda não acabou


          
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Imagem: Dica de Vestibular Uol
          Da primeira metade do século XVI até o final do século XIX, a escravidão reinou no Brasil. Os escravos negros vindo da África desempenharam atividades diversas, tais como: estivadores, barqueiros, vendedores, aprendizes, mestres em artesanato. Bem como, trabalho nos engenhos de cana-de-açúcar, lavouras de café, serviços domésticos dentre outros. Caso não cumprissem as obrigações, os homens brancos castigavam-os. As punições eram com instrumentos de ferro e surras com chicote.  Além disso, os escravos não recebiam salários, tinham longas jornadas de trabalhos, viviam em habitações precárias e alimentavam mal. Mesmo com a abolição da escravidão em 1888, os negros não foram ajudados por ninguém. Sem direitos claros e sem dignidade alguma. 
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Imagem: Revista Raiz
          Foram abandonados a própria sorte e tiveram que lutar com muita dificuldade. Infelizmente, sofreram e ainda sofrem injustiças no Brasil. Segundo o site https://descomplica.com.br/, na atualidade, 54% da população brasileira se identifica como negra (pretos e pardos). Ainda assim, mais de 70% da população negra do Brasil se encontra em situação de extrema pobreza – de acordo com pesquisas da Organização das Nações Unidas (ONU). Os dados que comprovam o racismo estrutural na nossa sociedade são inúmeros. Ainda de acordo com o portal https://descomplica.com.br/, as diferenças são ainda mais gritantes quando avaliamos os recortes de gênero sobre a questão racial no país. 
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Imagem: Vestibular Brasil Escola
          Segundo levantamento do Instituto Locomotiva, um homem branco ganha um salário 63% mais alto do que a remuneração de mulher negra nas mesmas condições de escolaridade e função.  A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovou que mulheres negras são a maioria entre os desempregados do país. Diante desta realidade, a escravidão ainda não acabou? Oficialmente, a Lei Áurea que foi assinada pela Princesa Isabel, no dia 13 de maio de 1888, decretou o fim da escravidão no país. Todavia, o Brasil tem dívida histórica com os afro-brasileiros. Ainda não foram executadas medidas de reparos econômicos e sociais de incorporação da população negra, como por exemplo, o trabalho e a educação, políticas de saúde, disponibilidade a habitação e acesso a terra. Enfim, já passados 131 anos do fim do regime escravocrata, os negros do Brasil necessitam de cidadania plena.

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)

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