O jornalista e escritor mineiro Otto
Lara Rezende mencionou a seguinte frase:
"O
mineiro só é solidário no câncer". A declaração pode ser considerada forma de manifestar insensibilidade,
desprezo, frieza e falta de solidariedade da maior parte da população
brasileira, com os infortúnios dos outros. Talvez, a intenção de Otto não era referir,
especificamente, ao povo de Minas Gerais...
Tanto o mineiro quanto qualquer brasileiro, eles só são generosos em
momentos difíceis, no resto do tempo ninguém preocupa? Infelizmente, vivemos em
uma sociedade marcada pelas divergências. A maioria das pessoas não possui
condições básicas para sobreviver. Os menos favorecidos economicamente são
injustiçados, explorados, perseguidos e excluídos.
Ganham salários pífios,
dormem mal, não alimentam corretamente, possuem moradias precárias, não têm
saneamento básico e estão desempregados. Já os endinheirados que trabalharam ou
trabalham honestamente, os que herdaram fortunas e os que enriqueceram
ilicitamente vivem no Brasil dos sonhos. Moram em bairros nobres, frequentam
festas e restaurantes badalados. Usufruem de sofisticados automóveis importados,
viajam para Europa e Estados Unidos, controlam e ditam o poder econômico no
país. Contudo, ricos e pobres podem ser vítimas do câncer. No
século XXI, a enfermidade tem destruído vidas e famílias de miseráveis e
ricaços. Amor, carinho e atenção são considerados remédios para ajudar pacientes
com câncer. A solidariedade das pessoas é considerada uma das principais armas
de combate.
Os portadores da doença precisam do apoio dos amigos, bem como as
atribuições de médicos e enfermeiros para prestar assistência específica a cada
diagnóstico, possibilitando tratamento, reabilitação (quando possível) e
atendimento aos familiares. É imprescindível que todos se conscientizem de que os
pacientes com câncer não podem esperar. O sofrimento é inevitável, os que são
do bem e generosos podem contribuir para superação do momento. Já os
insensíveis, indiferentes, frios, cruéis não respeitam a dor dos outros e não
são solidários nem no câncer.
Sérgio
Lopes (Jornalista e Professor)
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