Os lusitanos objetivavam
elevar os lucros e enviar produtos brasileiros[1]
para Europa. Contudo, alguns países do velho continente souberam da existência
de riquezas na colônia. A Inglaterra nação próspera deu início à
industrialização, fez o sistema capitalista evoluir e tornou o império mais
poderoso e influente do mundo. O amplo domínio de mercados consumidores e
matérias primas foram primordiais para o processo industrial inglês.
Como resultado da
Revolução Industrial[2],
combinada com o domínio dos oceanos e a expansão comercial, a riqueza da
Inglaterra dobrou entre 1712 e 1792. Em menos de um século, o volume de
comércio nos portos de Londres triplicou. Em 1800, o Rio Tâmisa, nas imediações
da capital, era uma floresta de mastros de navios. Todos os dias, entre 2000 e
3000 barcos mercantes estavam ancorados à espera da vez para embarcar ou
descarregar suas mercadorias. Da China chegavam chá e seda. Dos Estados Unidos,
tabaco, milho e trigo. Do Brasil, açúcar, madeira, café e minérios. Da África,
marfim e minérios. Entre 1800 e 1830, o consumo de algodão pelas indústrias
têxteis na região de Liverpool saltou de 5 milhões para 220 milhões de libras,
um crescimento de 44 vezes em apenas três décadas. (GOMES, 2007, p.180 – 181)
Em 1530, os ingleses tiveram
o primeiro contato com a colônia brasileira. Posteriormente, na segunda metade
do século XVI, alcançaram o sul do Atlântico, os vínculos com a América Portuguesa
foram um dos fatos dessa nova expansão.
O primeiro corsário a
navegar em águas brasileiras foi Willian Hawkins, notório traficante de
escravos, membro do parlamento e amigo do rei Henrique VIII. Entre 1530 e 1532,
ele fez três lucrativas viagens ao Brasil, levando numa delas, para Londres, um
cacique – “um autêntico rei brasileiro”. Seu filho, John Hawkins, e seu neto,
Richard, seguiram a tradição e também fizeram vantajosas incursões nos mercados
negreiros da Guiné e do Brasil. O primeiro ataque pirata ao litoral brasileiro
foi comandado pelos flibusteiros Robert Withrington e Christopher Lister. Por
seis semanas, de abril a junho de 1587, eles assolaram o Recôncavo Baiano. Só
foram rechaçados porque o governador Cristovão Barros teve ajuda de “índios
flecheiros”. Em 29 de março de 1595, James Lancaster tomou o porto do Recife e
lá permaneceu por 31 dias, carregando seus três navios – e outros doze que
“alugou” de franceses e holandeses que ali encontrou – com tudo o que pôde
saquear. Foi a mais lucrativa das pilhagens ao Brasil. (BUENO, 2003, p.87)
[1] A primeira atividade econômica da
colônia brasileira é a exploração do pau-brasil, mas ela perde a importância
quando as árvores começam a escassear na região da mata Atlântica. Destacam-se
então as monoculturas exportadoras de cana-de-açúcar, algodão e tabaco e a
mineração de ouro e diamante, ramos em geral baseados na grande propriedade e
na escravidão. Paralelamente, a criação de gado, vista como um meio de
subsistência, contribui para a colonização do interior do país. (https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/economia-no-brasil-colonia)
[2] A Revolução Industrial foi o período de
grande desenvolvimento tecnológico que teve início na Inglaterra a partir da
segunda metade do século XVIII e que se espalhou pelo mundo causando grandes
transformações. A Revolução Industrial garantiu o surgimento da indústria e
consolidou o processo de formação do capitalismo. (https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial.htm)
Sérgio Lopes (Jornalista, Professor e Especialista em TV, Cinema e Mídias Digitais)
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