A Consciência Negra é somente no dia 20 de novembro?

Zumbi dos Palmares (imagem pública da internet)

        Na República Federativa do Brasil é celebrado o Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra, em 20 de novembro. Segundo informações da Agência Brasil, foi instituído oficialmente pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data 20 de novembro, incluída em 2003 no calendário nacional, refere-se à morte de Zumbi dos Palmares em 1695, ele foi o último líder do maior dos quilombos do período colonial, o Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na região Nordeste do país. 

Imagem pública da internet

        Desde de 2003 até o ano vigente, todo dia 20 de novembro é sempre a mesma coisa, especiais com negros na TV, eventos culturais, palestras, reportagens sobre as condições do trânsito para o litoral (pois é feriado em algumas cidades) e alusões sobre o fim do racismo no país. O dia da Consciência Negra pode ser considerado como uma maneira que os cidadãos brasileiros têm para refletir a respeito da inserção do negro na sociedade brasileira. Porém a inclusão da população negra em todos os setores da vida moderna deveria ser frequente, não somente no dia 20 de novembro. O número de habitantes da raça negra no território nacional ultrapassou a casa dos 100 milhões. Segundo o Censo do IBGE de 2010, naquela época chegava a 101.923.585 habitantes. O aumento populacional não representou avanço, de modo geral, a maior parte dos negros foram e ainda são preteridos em praticamente todas as esferas de acesso a proteção dos direitos, ao bem-estar e promoção do bem-estar. Essa desigualdade não é apenas socioeconômica, é uma desigualdade racial. Ela tem fortes componentes que realmente alteram oportunidades de todos terem acesso aos direitos mínimos, inclusive à vida.

Imagem do site: www.ofuxico.com.br

         Diante da árdua realidade enfrentada pelos nossos irmãos negros, o país passou a ter o vício do racismo. Porém só poderemos vencer o vício, quando a sociedade assumir a responsabilidade pela existência do racismo e a necessidade de tratá-lo de forma adequada. Se uma determinada empresa vê que o funcionário é um excelente profissional, é qualificado para desempenhar determinada função, mas é negro... Por que não contratá-lo? Por que conservar ódio e rancor a empregabilidade de jovens negros e jovens que residem em comunidades carentes? Esses preconceitos devem ser abolidos para que tratemos efetivamente o racismo no nosso país.  Enfim, todos os brasileiros e brasileiras devem lutar por uma sociedade de fato  justa, democrática, igualitária, fraterna, unindo todos trabalhadores num projeto de nação que contemple a divergência gerada no nosso processo histórico.

Sérgio Lopes