Ontem foi Ibsen Pinheiro, hoje é Eduardo Cunha

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          Alguns escândalos políticos, queixas e corrupções chegaram ou ainda chegam ao público gerando desconfiança e mal estar no cenário político brasileiro do passado e da atualidade. No início dos anos 1990 do século passado, alguns deputados federais montaram um esquema de aprovação de emendas na Comissão de Orçamento do Congresso para apropriar do dinheiro público. Os envolvidos recebiam altas comissões para beneficiar empreiteiras e desviarem recursos para entidades de assistência social fantasmas. Os congressistas citados, que tinham estatura física nivelada à sua ética, ficaram conhecidos como "Os Anões do Orçamento". 

             O então presidente da Câmara dos Deputados daquela época, Ibsen Pinheiro (PMDB – RS) havia acabado de entrar para a história do Brasil como o líder dos políticos no processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Porém a participação de Ibsen no escândalo dos anões quase destruiu sua carreira política. O deputado foi acusado de aceitar 230 000 dólares da máfia entre 1989 e 1993, época em que foi presidente da Casa e líder do PMDB na Câmara, além de sonegar impostos por não ter declarado esse valor à Receita Federal.  O representante do povo brasileiro foi cassado pela Câmara porque não deu uma justificativa clara a respeito da procedência do dinheiro que recebeu dos anões. Em decorrência da cassação, ficou inelegível por oito anos. Pinheiro foi processado por sonegação e quitou a dívida com o Fisco. 

Charge de Aroeira

              Em 2015, o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB – RJ) é acusado de receber propinas decorrentes de um contrato das empresas Mitsui e Samsung, pedir 5 milhões de dólares em propina para que um contrato de navios-sondas da Petrobras fosse viabilizado, possuir contas secretas na Suíça...  As acusações que pesam contra Cunha pode permitir que seja feito manobras na Câmara para que ele escape “temporariamente” de investigações? Ou, Eduardo Cunha será cassado como Ibsen Pinheiro?

Sérgio Lopes