José
Pereira da Graça Aranha aderiu ao movimento modernista em 1922 e foi um dos
organizadores da Semana de Arte Moderna. Graça Aranha foi um poeta marcado pela
forma que expressou o propósito de apresentar que toda sua vida se orientou no estímulo
de libertação, o que tornou, em essência, a impressão que construiu de si e dos
personagens principais de seus romances. A obra literária de destaque foi
Canaã, publicada em 1902. O livro
apresentou característica social feito sob influência do Simbolismo e destinado
a estudar o declínio do Brasil. Em Canaã, podemos ressaltar que o personagem
Mikau, imigrante alemão, depois de uma fase de isolamento e crise existencial, buscou,
no Brasil, prosperar a “simpatia humana” e completar-se com o universo através
de sensações excitadas pela natureza; daí a recorrência de passagens que exploram
cheiros, sons, cores e formas.
José
Bento Renato Monteiro Lobato foi considerado um poeta polêmico, ele sempre
dizia o que tinha vontade, quer agrade ou não... Viveu um período nos Estados
Unidos e voltou para o Brasil com a ideia de defender a exploração do petróleo
e do ferro... Além disso, o objetivo de Lobato era elevar o padrão de vida do
brasileiro do seu tempo. Atraiu para si antipatias que o levaram a pobreza e a
doença. Foi injuriado, preso e perseguido. Diante do desprazer com o mundo
adulto, em 1921, ele iniciou a produção literária para crianças. Lobato passou
a dizer tudo que pensava por intermédio dos personagens infantis (Emília,
Pedrinho, Visconde de Sabugosa, Cuca, dentre outros).
Imagem do bandodeveio.wordpress.com |
Emília é uma boneca de
pano com ideias e sentimentos livres de qualquer influência; Pedrinho,
personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa é um espiga
de milho inteligente que apresenta comportamento de adulto. Cuca utiliza de
métodos perversos e desumano e amedronta a todos. Outras personagens fazem parte da obra: “O
Sítio do Pica-Pau Amarelo”, que nos dias atuais ainda é prestigiado por
diversas crianças e adultos... Já Urupês é uma coletânea de contos e crônicas, publicada originalmente em 1918. Lobato registra toda uma
época, dos costumes, dos usos das pessoas simples do interior. É claramente observado
na obra, uma população abandonada a mercê das intempéries, sem o devido suporte
da política agrícola brasileira. O escritor vê uma população
subnutrida, marginalizada socialmente, sem acesso à cultura, acometida de toda
sorte de doenças endêmicas. Urupês é considerado o verdadeiro precursor da
ficção modernista do país.
Imagem do pt.slideshare.net |
Enfim,
desde do início do século XX, os escritores do pré-modernismo brasileiro (Euclides
da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato) deixaram suas marcas na
literatura nacional. Eles analisaram a realidade da época e incorporaram as
tensões do período. Não deixaram de mostrar inconformismo perante suas próprias
consciências dos aspectos políticos e sociais, incorporando seus próprios
conceitos que abriram o caminho para o Modernismo. Essa foi uma fase de indefinição
que nos deixou obras como: Canaã de Graça Aranha; Os Sertões de Euclides da
Cunha; Urupês de Monteiro Lobato e Triste fim de Policarpo Quaresma de Lima
Barreto que deveriam ser lidas por todos os brasileiros.
Sérgio
Lopes
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