segunda-feira, 29 de maio de 2017

A pobre Zona da Mata Mineira agoniza



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Imagem: www.midiamineira.com

          Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a Zona da Mata Mineira ocupa uma área correspondente a 6,1% da superfície de Minas Gerais e possui população de 2.017.728 habitantes distribuídos em 142 municípios. As cidades principais são (Cataguases, Juiz de Fora, Manhuaçu, Muriaé, Ponte Nova, Ubá, Viçosa). A Mata Mineira tem localização privilegiada e estratégica, ela está próxima dos três centros urbanos mais desenvolvidos do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte), e é cortada por importantes rodovias federais (BR-040, BR-116, BR-120, BR-262, BR-265, BR-267, BR-393, BR-356 e BR 482) e estaduais...

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Imagem: SkyscraperCity

           A Zona da Mata teve papel relevante no processo (histórico, político, econômico, social) de Minas e do país. No século XVIII, a região foi berço da extração do ouro. Com o término do ciclo do ouro, no século XIX, foi desenvolvida e especializada a (agricultura e pecuária). No século XX, a atividade exercida por pequenos produtores, que unem as técnicas da agricultura - cultivo de plantas e hortaliças - com a pecuária, que é criação de animais (gado, suínos, aves, equinos e etc) entrou em crise. O que resultou na ausência de progresso socioeconômico em atividades variadas... Já no século XXI, estimular o crescimento econômico e social da Zona da Mata Mineira representa uma complexa batalha para Minas Gerais e o Brasil.
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Imagem: ActionAid Brasil 

          O estudo “Agenda de Desenvolvimento da Zona da Mata”, publicado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), apontou que a região da Zona da Mata apresentou, entre 1999 e 2008, um crescimento econômico inferior à média das 12 mesorregiões do Estado, correspondendo à metade do desempenho das áreas mais desenvolvidas (Metropolitana de BH, Noroeste de Minas, Central Mineira e Oeste de Minas), aproximando-se das áreas mais pobres do Estado. Conforme a “Agenda de Desenvolvimento da Zona da Mata”, os fatores que contribuíram para esse péssimo desempenho, encontram-se: a ruína da economia cafeeira após a crise de 1929, a insuficiência de investimentos em transportes, a concorrência econômica predatória com regiões fronteiriças do Rio de Janeiro e a falta de um planejamento coordenado para mobilizar lideranças, agentes, esforços e políticas públicas para reverter o declínio regional.


          No decorrer das últimas cinco décadas, a Zona da Mata vem passando por um processo de decadência sem precedentes. A falta de oferta de empregos, oportunidade de novos negócios, o abandono de suas estradas, a absoluta ausência de saúde pública e o descaso com os profissionais da educação representam a crise política e econômica da Mata Mineira. Além disso, uma boa parte dos políticos (prefeitos, vice-prefeitos, vereadores) dos 142 municípios da Mata  são populistas e assistencialistas... Clientelismo e nepotismo são suas bandeiras. Durante seus mandatos não executam políticas públicas com planejamento. Projeto e desenvolvimento para a grande maioria dos que exercem cargos políticos, significam pedir "verbas" para o Governador Fernando Pimentel. 

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Imagem: G1 - Globo.com (Júlio Delgado, Rodrigo de Castro e Luiz Fernando Faria aparecem em lista de delator da Odebrecht que aponta repasses para os políticos da Zona da Mata)
          Não trabalham para o progresso de sua cidade e muito menos para região. As prefeituras são usadas como se fossem suas propriedades particulares para  passarem o poder de forma hereditária (de pai para filho, ou para a esposa, ou para um neto, ou para qualquer parente). Enfim, os nossos deputados (federais e estaduais) agem isoladamente com distribuição de verbas direcionadas aos prefeitos que os (apoiaram ou apoiam) nas  eleições para manter os feudos eleitorais... Na triste Zona da Mata Mineira, o resultado econômico é (zero, nenhum). A consequência? É a perpetuação da pobreza.
Sérgio Lopes