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Segundo
o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a Zona da Mata
Mineira ocupa uma área correspondente a 6,1% da superfície de Minas Gerais e
possui população de 2.017.728 habitantes distribuídos em 142 municípios. As
cidades principais são (Cataguases, Juiz de Fora, Manhuaçu, Muriaé, Ponte Nova,
Ubá, Viçosa). A Mata Mineira tem localização privilegiada e estratégica, ela
está próxima dos três centros urbanos mais desenvolvidos do país (São Paulo,
Rio de Janeiro, Belo Horizonte), e é cortada por importantes rodovias federais
(BR-040, BR-116, BR-120, BR-262, BR-265, BR-267, BR-393, BR-356 e BR 482) e estaduais...
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A Zona da Mata teve papel relevante no processo (histórico, político, econômico, social) de Minas e do país. No século XVIII, a região foi berço da extração do ouro. Com o término do ciclo do ouro, no século XIX, foi desenvolvida e especializada a (agricultura e pecuária). No século XX, a atividade exercida por pequenos produtores, que unem as técnicas da agricultura - cultivo de plantas e hortaliças - com a pecuária, que é criação de animais (gado, suínos, aves, equinos e etc) entrou em crise. O que resultou na ausência de progresso socioeconômico em atividades variadas... Já no século XXI, estimular o crescimento econômico e social da Zona da Mata Mineira representa uma complexa batalha para Minas Gerais e o Brasil.
Imagem: ActionAid Brasil |
O
estudo “Agenda de Desenvolvimento da Zona da Mata”, publicado pela Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF), apontou que a região da Zona da Mata
apresentou, entre 1999 e 2008, um crescimento econômico inferior à média das 12
mesorregiões do Estado, correspondendo à metade do desempenho das áreas mais
desenvolvidas (Metropolitana de BH, Noroeste de Minas, Central Mineira e Oeste
de Minas), aproximando-se das áreas mais pobres do Estado. Conforme a “Agenda
de Desenvolvimento da Zona da Mata”, os fatores que contribuíram para esse
péssimo desempenho, encontram-se: a ruína da economia cafeeira após a crise de
1929, a insuficiência de investimentos em transportes, a concorrência econômica
predatória com regiões fronteiriças do Rio de Janeiro e a falta de um
planejamento coordenado para mobilizar lideranças, agentes, esforços e
políticas públicas para reverter o declínio regional.
No
decorrer das últimas cinco décadas, a Zona da Mata vem passando por um processo
de decadência sem precedentes. A falta de oferta de empregos, oportunidade de
novos negócios, o abandono de suas estradas, a absoluta ausência de saúde
pública e o descaso com os profissionais da educação representam a crise
política e econômica da Mata Mineira. Além disso, uma boa parte dos políticos (prefeitos, vice-prefeitos, vereadores)
dos 142 municípios da Mata são
populistas e assistencialistas... Clientelismo e nepotismo são suas bandeiras.
Durante seus mandatos não executam políticas públicas com planejamento.
Projeto e desenvolvimento para a grande maioria dos que exercem cargos políticos,
significam pedir "verbas" para o Governador Fernando Pimentel.
Imagem: G1 - Globo.com (Júlio Delgado, Rodrigo de Castro e Luiz Fernando Faria aparecem em lista de delator da Odebrecht que aponta repasses para os políticos da Zona da Mata) |
Não
trabalham para o progresso de sua cidade e muito menos para região. As
prefeituras são usadas como se fossem suas propriedades particulares para passarem o poder de forma hereditária (de pai
para filho, ou para a esposa, ou para um neto, ou para qualquer parente).
Enfim, os nossos deputados (federais e estaduais) agem isoladamente com
distribuição de verbas direcionadas aos prefeitos que os (apoiaram ou apoiam) nas
eleições para manter os feudos eleitorais... Na triste Zona da Mata Mineira, o
resultado econômico é (zero, nenhum). A consequência? É a perpetuação da pobreza.
Sérgio Lopes