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O
processo brasileiro de escravidão iniciou na primeira metade do século XVI,
junto com a produção de açúcar. Os portugueses traziam de suas colônias
africanas negros (homens e mulheres) para tornarem mão de obra escrava nos
engenhos de açúcar da região Nordeste do Brasil. Os negros eram vendidos pelos
comerciantes de escravos de Portugal feito mercadoria. Os que tinham uma boa
saúde valiam o dobro dos mais idosos ou fracos... Na rota comercial da
escravidão (África – Brasil), os habitantes do continente africano eram
transportados em porões dos chamados navios negreiros ou tumbeiros. As condições
eram precárias e não tinha higiene, muitos morriam
antes de chegarem na colônia brasileira. Sendo que os corpos eram lançados ao
mar...
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Nas
fazendas nordestinas de açúcar ora nas minas de ouro da maior nação da América
do Sul, os escravos labutaram de sol a sol... Não tinham roupas, recebiam
alguns trapos. A alimentação era péssima. Dormiam nas chamadas Senzalas (galpões
sujos, sem luz e úmidos), muitos passavam à noite acorrentados para evitar fugas.
Além disso, eram punidos com castigos pesados. O acoite era a punição que os escravos
mais sofriam no território nacional. A escravidão brasileira foi “encerrada” no
final do século XIX. No dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei
Áurea decretando o "fim" do trabalho escravo no Brasil. Entretanto, desde de
quando foi abolida a escravidão até os dias atuais. A situação do negro na
República Federativa no Brasil continua complicada.
Imagem: RETS600 × 400 |
As
estatísticas das mulheres negras são tristes. De acordo com informações
divulgadas no mês de março de 2017, pelo http://www.jb.com.br/comunidade-em-pauta/noticias:
o relatório organizado pelo Geledés e pela ONG Criola, apoiadas pelo Fundo
Baobá, nos apresentam a realidade do que é ser uma mulher negra hoje no Brasil.
A realidade fria dos números apresenta a realidade dura das relações raciais
por aqui, onde a nossa "democracia racial" se conforma como uma
excelente camuflagem para a crueldade do tratamento dado a essas mulheres. Segundo
o portal, o assassinato de mulheres negras aumentou em 54% no decorrer de uma
década, enquanto diminuiu o índice entre as mulheres brancas (9,3%). Nas seis
maiores regiões metropolitanas do país (comparando com dados do Ipea), as
mulheres negras são 46,7% vivendo do trabalho informal.
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Ou
seja, a dificuldade no mercado formal de trabalho brasileiro nas grandes
metrópoles é uma dura realidade. Assim, percebemos que há uma clara rejeição às
mulheres negras nos postos oficiais de trabalho, o que coloca essas mulheres
entre o grupo mais pobre, vivendo em áreas de menor acesso à infraestrutura
adequada (saneamento, acessibilidade) e vivendo em contextos de extrema
violência. O http://www.jb.com.br/comunidade-em-pauta/noticias
disse que nos dias atuais as possíveis reformas, principalmente a da
Previdência, que discorre sobre a idade mínima paritária para homens e
mulheres, vai agravar ainda mais essa situação se aprovada, porque as mulheres
negras e pobres serão mais ainda duramente afetadas. Poderia ainda ressaltar a
morte materna alarmante dessas mulheres, a esterilização, a violência
obstétrica, a demora em consultas de alta complexidade e vitais, como as
destinadas a pacientes com câncer, a violência doméstica, o estupro, o
encarceramento, entre outras tantas questões sobre esse tema.
Imagem: Capital Teresina750 × 450 |
Já o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apontou que a maioria
da população brasileira é formada por negros. De acordo com o Instituto, a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014 divulgada em novembro
de 2015, revela que, no critério de declaração de cor ou raça, a maior parte da
população brasileira residente, um total de 53,6%, é negra, a combinação dos
autodeclarados pardos (45%) e pretos (8,6%), um total de 109,8 milhões de
pessoas. Já o grupo de pessoas de cor branca representava 45,5% do total
populacional do país, 92,4% da população. Outros 8,6% se declararam outra cor
ou raça (indígena ou amarela), um total de 1,8 milhão de pessoas.
Imagem:decom | ufsm |
Conforme
o site http://g1.globo.com, um estudo divulgado em novembro de 2013, pelo
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)
mostra que um trabalhador negro recebe em média um salário 36,1% menor que o de
um não negro, independentemente da região onde mora ou de sua escolaridade.
Segundo o site, a diferença salarial e de oportunidades de trabalho são ainda
maiores nos cargos de chefia. Ainda de acordo o portal, a pesquisa 'Os negros
nos mercados de trabalho metropolitanos' foi feita nas regiões metropolitanas
de Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São
Paulo. O estudo destaca que a desvantagem registrada entre a remuneração de
negros e não negros é pouco influenciada pela região analisada, horas
trabalhadas ou setor de atividade da economia.
Imagem: Brasil 2471000 × 357 |
De
acordo com o http://g1.globo.com, “Em qualquer perspectiva, os negros ganham
menos do que os brancos”, avalia a economista Lucia Garcia, coordenadora
de pesquisa sobre emprego e desemprego do Dieese, em entrevista à Globo News.
"O que observamos é que a progressão na educação melhora a educação da
população negra, mas não extingue a desigualdade. Encontramos mais
desigualdades no ensino superior completo”. A pesquisadora mostra que nas áreas
metropolitanas, os negros correspondem a 48,2% dos ocupados, mas, em média,
recebem por seu trabalho 63,9% do que recebem os não negros. ." O portal
das Organizações Globo afirma que entre os trabalhadores com nível superior
completo, a média de rendimentos por hora é de R$ 17,39 entre os negros, e de
R$ 29,03 entre os não negros.
Rendimento
médio por hora (2011/2012)
|
||
Escolaridade
|
Negro
|
Não
negro
|
Fund.
incompleto
|
R$ 5,27
|
R$ 6,46
|
Fund.
completo
|
R$ 5,77
|
R$ 6,76
|
Médio
completo
|
R$ 7,13
|
R$ 9,56
|
Sup.
completo
|
R$
17,39
|
R$
29,03
|
Fonte:
DIEESE/SEADE, MTE/FAT e entidades regionais
|
Diante desta realidade, a elite
brasileira branca pode ser considera como uma das piores do planeta. Ela se (beneficiou,
beneficia e beneficiará) da força de trabalho da população negra, porém, ao
mesmo tempo, tem raiva. Negou-lhe a posse de qualquer pedaço de terra para
viver e cultivar, de escolas em que pudesse educar seus filhos, de qualquer
ordem de assistência. Só lhes deu, sobejamente, discriminação e repressão...
Por fim, algumas nações do mundo e principalmente o Brasil tem uma dívida
gigantesca com os negros. Esses homens de pele escura sacrificaram gerações com
trabalho escravo para garantir uma vida de luxo aos homens de cor branca. Foi
pelas mãos dos escravos que as riquezas da América e em especial do nosso país
se afloraram. Eles ajudaram a desenvolver o território brasileiro, o que o
Brasil fez ou faz pelos negros?
Sérgio Lopes
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