Arnaldo
Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto, Tony Bellotto e Marcelo Fromer (falecido em 2001) são os integrantes da formação original da banda Titãs. No primeiro
semestre de 2023, eles fizeram apresentações em algumas capitais brasileiras...
Rio de Janeiro-RJ, Belo Horizonte-MG, Florianópolis-SC, Porto Alegre-RS, Salvador-BA,
Recife-PE, Fortaleza-CE, Brasília-DF, Curitiba-PR e São Paulo-SP foram as
cidades privilegiadas com a turnê “Encontro: Todos Ao Mesmo Tempo Agora”. O som
pesado, as letras de cunho social, a desconsideração de padrões musicais (estéticos
e morais), a ironia e a crítica social marcaram as apresentações dos Titãs. Na
década de 1980, as condições precárias de vida, a corrupção da classe política,
a truculência policial, os problemas do cotidiano e a violência representaram
temas abordados nas letras produzidas pela banda. Os hits (Sonífera Ilha, Pra Dizer Adeus, Insensível,
Não Vou Me Adaptar, Televisão, Família, Polícia, Bichos Escrotos, Diversão,
Desordem e Lugar Nenhum) foram criados nos anos 80. Todavia, as temáticas estão
atualizadas no contexto político-econômico do Brasil de 2023. Dentre as várias
canções da banda, destacamos a letra “Polícia”, lançada no ano de 1986. Ela foi
escrita por Tony Bellotto, após ter sido detido ao lado de Arnaldo Antunes por
porte de heroína. A música de Bellotto demonstrou o julgamento das operações
policiais. Além disso, a maneira como a opinião pública enxerga o papel da segurança
pública na sociedade. O vocalista Sérgio Britto e os outros integrantes, com
sensação de fúria, cantaram a música aos gritos. Observe o pequeno trecho: “Dizem
que ela existe/ Pra ajudar! / Dizem que ela existe/ Pra proteger! / Eu sei que
ela pode/ Te parar! / Eu sei que ela pode/ Te prender! / Polícia! / Para quem
precisa/ Polícia! / Para quem precisa/ De polícia”. Algumas forças policiais
são truculentas, despreparadas e insensíveis às variadas circunstâncias dos homens.
Por fim, em pleno século XXI, as canções do Titãs, sobretudo, “Polícia”, fazem
todo sentido.
Sérgio Lopes Jornalista e Professor