No momento em que a voz do mundo silencia, a fachada social se desmancha, a máscara das aparências cai, quem são as verdadeiras pessoas? A obrigatoriedade de simulação dos sentimentos de desapego, estabilidade, satisfação é real na existência contemporânea e, consequentemente, submete-se às vontades que nos foram impostas. Assumimos máscaras artificiais, evitando o julgamento dos outros e omitindo-se perante a própria realidade. Tornamo-nos cópias do que esperam de nós, buscando agradar ao olhar externo e esquecendo o vazio que nos habita. O véu das aparências protege, porém acorrenta: oculta fraquezas, silencia confissões, oprime a alma. Quando o disfarce se dissolve, sobra o vazio e a necessidade de redescobrir a essência esquecida. Ser fiel à própria verdade é ato de intrepidez, pois significa defrontar o temor do dissentimento. A plenitude da autonomia emerge quando a alma se livra das ilusões. O eu autêntico não busca apreço, almeja a completude do ser. Em conclusão, livre de máscaras, tomamos consciência de que ser suscetível não caracteriza incapacidade, porém a materialização mais genuína do ser humano.
Sérgio
Lopes Jornalista
Texto
publicado no Blog dos Letrados Desalienados
(blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de
resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo
Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e
liberdade.

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