A imprensa brasileira tem
mais de dois séculos de existência e exerce influência na sociedade atual. Além
disso, tem função “primordial” de informar, entreter e educar. As
transformações, eventos e acontecimentos da nossa nação e do mundo foram e são
retratados pelos veículos de comunicação. Durante todos estes anos, monopólios
de empresas de mídia foram formados com o poder concentrado nas mãos de poucas
famílias e grupos.
Nos
dias atuais, os clãs tradicionais são: a família Marinho da Globo, a Abravanel
(Sílvio Santos), do SBT. Os Sirotsky, donos da Rede Brasil Sul- RBS, que
abrange o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, O bispo Edir Macedo da Record, a
família Saad da Band, a Frias da Folha de São Paulo, a Mesquita do Estadão, dentre
outras controlaram ou ainda controlam as programações que são divulgadas nos
meios midiáticos. Sendo que as mídias regionais do país, produzem pouco
material próprio e simplesmente reproduzem o que os barões da mídia dizem.
Além
dos conglomerados de comunicação existente, “profissionais” de outro setor
ingressaram neste empreendimento, e também formaram monopólios com participação
ativa de seus familiares. Porém a Constituição Federal de 1988, é clara em seu
artigo 54 no que diz respeito à proibição da concessão de frequência em TV e
rádio. A legislação diz que o parlamentar não pode ser dono de “concessionária
de serviço público”. Mas, a realidade é bem diferente do texto da Carta Magna
de 1988, e alguns representantes do povo brasileiro (prefeitos, vereadores,
governadores, deputados, senadores) tornaram-se proprietários de Jornais,
rádios e tvs.
Atuais Senadores da República (Aécio Neves, Tasso Jereissati, José Agripino e Fernado Collor de Melo) Imagem do site www.controversia.com.br |
Em algumas
regiões do país, políticos e ex-políticos encontram-se exercendo algum tipo de
poder nos meios de comunicação. Alguns são bem conhecidos do público. De acordo
com http://revistaforum.com.br, os
atuais senadores da República Federativa do Brasil: Fernando Collor de Melo
(PTB – AL) comanda a Organização Arnon de Mello, filiada à Globo, detentora de
5 veículos. O Senador Aécio Neves (PSDB-MG) é detentor da Rádio Arco Íris –
Jovem Pan, Tasso Jereissati (PSDB-CE) é dono da Band – TV e José Agripino
(DEM-RN) é dono da TV Tropical... Ainda de acordo com o site, Antônio Carlos
Magalhães Neto (DEM – BA) – atual prefeito de Salvador – é proprietário da Rede
Bahia (televisão) – Correio (jornal), Renan Calheiros Filho (PMDB-AL) – atual
Governador de Alagoas – é proprietário da (Rádio CBN e Rádio Correio) e o
ex-deputado federal Henrique Alves (PMDB-RN) é proprietário da Inter TV (Cabugi).
Diante desta possível realidade, os
fatos e informações que são repassados para o público podem perder a qualidade
devido a interesses próprios ou de anunciantes? O objetivo dos barões da mídia
brasileira é conectar por mais tempo pessoas a um determinado meio, de
modo que se obtenham lucros? A formação dos monopólios podem influenciar na
tomada de decisões a respeito de questões sociais, econômicas, religiosas e
culturais? A reforma dos meios de comunicação é tão urgente quanto as reformas
política, urbana e tributária? O Ministério Público Federal deveria cassar
licenças de TV e rádio de políticos? Em ano de eleições, é difícil imaginar que
políticos proprietários de mídia deixem de usar seus próprios meios de comunicação
para tirar vantagem logo de saída na corrida eleitoral? Enfim, deixo os
questionamentos para os leitores do Blog dos Letrados Desalienados refletirem
Sérgio
Lopes
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