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O compositor
Antônio Carlos Gomes era representante de nossa emergente musicalidade no final
do século XIX, ele é considerado o principal compositor de ópera da história da
música clássica brasileira. Suas obras musicais relevantes são “O guarani” e “O
escravo”. No início do século XX, Heitor Villa Lobos considerado o ícone do
cenário musical do Modernismo no Brasil, consegue consolidar a relevância do
compositor no registro da personalidade nacional através da Música como
componente suficiente e autônoma em si.
Em
maio de 1928, Oswald de Andrade divulgou O Manifesto Antropófago ou
Antropofágico que tinha por objetivo repensar a dependência cultural
brasileira, fundando uma identidade cultural que teve reflexos na música
brasileira, por exemplo, sendo a Bossa Nova e o Tropicalismo dois exemplos
típicos de concretização dos ideais de “devoração crítica” ou “deglutição”
definidos pelo poeta Oswald.
As
primeiras marchinhas de carnaval, chorinho, o frevo, os primeiros programas de
rádio e a indústria fonográfica surgem nas décadas de 1930 e 1940. As produções
artísticas foram organizadas com harmonia mais rica, inversão de baixos e
modulações. Naquela época despontaram
Noel Rosa, Cartola, Pixinguinha e surgiram os primeiros ídolos: Carmem Miranda,
Ângela Maria, Nelson Gonçalves, Emilinha Borba.
Garota de Ipanema (imagem pública da internet) |
Na
cidade do Rio de Janeiro, na segunda metade dos anos 1950, originou um
movimento musical brasileiro chamado Bossa Nova, criado pelos cantores e
compositores Tom Jobim, João Gilberto e Vinícius de Moraes. As principais
influências foram o samba e o jazz norte-americano. No começo da década de
1960, quando este estilo já era sucesso no Brasil, ele chegou nos Estados
Unidos, país em que também obteve destaque. Alguns cantores e cantoras importantes
foram: Vinícius de Moraes, Tom Jobim (Antônio Carlos Jobim), Nara Leão, Edu
Lobo, Toquinho, João Gilberto, Claudete Soares, Roberto Menescal etc. A Bossa
Nova teve grandes sucessos como: “Chega de saudade” de Vinícius de Moraes e Tom
Jobim, “Bim bom” de João Gilberto, “Garota de Ipanema” de Tom Jobim e Vinícius
de Moraes, “Ela é carioca” de Vinícius de Moraes, “Eu sei que vou te amar” de
Tom Jobim, “Soneto de Fidelidade” de Vinícius de Moraes, “Águas de março” de
Tom Jobim "Se todos fossem iguais a você" de Tom Jobim e Vinícius de
Moraes.
No
final da década de 1960, o Tropicalismo surgiu como um movimento de ruptura que
agitou o ambiente da cultura brasileira e da música popular. Os destaques foram:
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, a banda Mutantes, o poeta Rogério Duarte,
o produtor musical Rogério Duprat, o maestro Júlio Medaglia e os escritores
Torquato Neto e José Agrippino de Paula. Os integrantes do movimento buscaram reinventar
as artes brasileiras, sobretudo a música, e desfazer das tendências
nacionalistas defendidas por setores de esquerda que desejavam distanciar a
arte brasileira da influência norte-americana. Os defensores do Tropicalismo
achava impraticável aliar a evolução musical e cultural do país, e
consequentemente, o progresso e o projeto de independência nacional, sem levar
em conta a inserção nos acontecimentos do período, como a revolução sexual e a
Guerra Fria. Os tropicalistas procuraram universalizar a linguagem da MPB (Música Popular Brasileira),
incorporando elementos da cultura jovem mundial, como o rock, a psicodelia e a
guitarra elétrica. Algumas músicas de sucesso foram: Tropicália (Caetano
Veloso, 1968), Alegria, Alegria (Caetano Veloso, 1968), Atrás do trio elétrico,
(Caetano Veloso, 1969), Aquele abraço (Gilberto Gil, 1969).
Clube da Esquina (imagem pública da internet) |
A
década de 1970 apresentou outra importante inovação da Música Popular Brasileira , o Clube da Esquina. Movimento musical brasileiro que surgiu em
Belo Horizonte - MG, onde jovens músicos produziram sons que incorporaram com a canção dos negros
mineiros, com alguns recursos de música hispânica e erudita, com as inovações trazidas pela Bossa Nova a
elementos , do rock – principalmente The Beatles e do jazz. Os principais
representantes foram: Milton Nascimento, Lô Borges, Wagner Tiso, Márcio Borges,
Ronaldo Bastos, Tavinho Moura, Flávio Venturini, Beto Guedes, Fernando Brant. Naquela época, esses artistas tornaram-se
referência de qualidade na MPB pelo alto nível de performance e disseminaram
suas inovações e influência a diversos cantos do país e do mundo. Algumas
canções de destaque foram: “Tudo que Você Podia Ser” (Lô e Márcio Borges), “O
Trem Azul” (Lô Borges e Ronaldo Bastos), “Nuvem Cigana” (Lô Borges e Ronaldo
Bastos), Um Girassol da Cor de seu Cabelo” (Lô e Márcio Borges), “Estrelas” (Lô
e Márcio Borges), “Paisagem na Janela” (Lô Borges e Fernando Brant), “Os povos”
(Milton Nascimento e Márcio Borges) dentre outras.
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Enfim,
a riqueza musical descrita nas diferente etapas da evolução da Música Popular
Brasileira, não é levada a maior parte do público. É limitada pelo interesse
econômico da indústria fonográfica, que dificulta, mas não impossibilita a capacidade
criativa de superar a inércia do “péssimo gosto musical”. Mesmo massacrados pelo
reduzido espaço de divulgação, nos veículos direcionados a músicas consumidas pelas massas alienadas sujeitas ao interesse mercadológico. A MPB e seu público ainda acreditam na música como cultura e arte, e nunca desistirá de produzir
canções de qualidade.
Sérgio Lopes
Parabéns pelo Blog meu grande amigo!
ResponderExcluirRealmente é uma tristeza muito grande perceber cada vez mais a diminuição do espaço para a música de qualidade no Brasil. Infelizmente o atual senário musical brasileiro está sendo marcado por muita futilidade, alienação e por figuras bizarras como Wesley safadão e Mr Catra por exemplo. Grande abraço meu amigo e viva a boa música!
Olá meu amigo Carlos Augusto,
ResponderExcluirO cenário musical brasileiro atual está em crise, mas temos que fazer nossa parte e orientar os jovens a respeito das canções de qualidade. Há grandes cantores na música popular brasileira... Carlos, agradeço sua participação e seja sempre bem-vindo no Blog dos Letrados Desalienados.
Desejo lhe felicidade,
Sérgio Lopes