O Fanatismo está vivo no Brasil

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            Em qualquer canto do Brasil sempre nos deparamos com pessoas que mantém opiniões sistemáticas radicais.... Depositam toda sua capacidade mental em uma determinada crença, seja em um sistema filosófico, religioso, político... Manifestam essa convicção com intransigência, ou seja, não aceita nada além daquilo. Não dá consentimento ou liberdade de ter a intenção de fazer algo além daquela fronteira entre o seu pensamento e o pensamento contrário. Essa realidade alcança todas as áreas da vida humana. Contudo, é mais habitual na religião, política e futebol.

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            O fanatismo religioso pode ser considerado a própria prática de fé como a única possível, rejeitando à primeira vista todo e qualquer diálogo com quem não está na mesma religião ou seita. Além disso, expõe aquilo que pensa como verdade absoluta, minimizando tudo o que está ao seu redor e julgando todo o resto como sem relevância. Para o fanático religioso vale aquilo que pensa que seja justo, aquilo que o pastor disse ou aquilo que julga querer dizer a Bíblia Sagrada. As outras religiões são falhas, acreditam nisso ou naquilo, mas “nós somos a verdade”, é isso que todos eles afirmam. Há alguns que são chatos e querem converter todos os que cruzam seu caminho, muitas vezes aos gritos, já outros expressam bem e chegam a passar a vida sem que muitos percebam seu fanatismo disfarçado entre suas palavras de incentivo. Entretanto, todo seu discurso tem como meta a conversão imediata.  Homens que passam por dificuldades são presas fáceis para tornarem fiéis das instituições religiosas e pagadores de dízimos.

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            O fanatismo político é alienador e doentio...  É facilmente percebido as mentes alucinadas por uma sigla partidária. Esse fanatismo tem os olhos fechados, os ouvidos surdos e as palavras saem de bocas fechadas. Políticos e eleitores fanáticos acreditam que de um lado têm o amor (defesa de interesses próprios) e do outro o ódio, possível contrariedade destes interesses... A democracia é a grande derrotada diante do fanatismo. O sistema democrático perde a força e o valor. Os preceitos éticos e morais são deixados de lado, os fanáticos políticos são irredutíveis a qualquer mudança de pensamento fora dos ideais partidários. Muitos fanáticos permitem esconder a corrupção e as falhas com tolerância...

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             Diante desta realidade é  muito comum ouvirmos as pessoas dizerem “ religião não se discute” ou “política não se discute”. Por que não se discute? Como não se discute? As pessoas não discutem justamente por causa dos posicionamentos divergentes, da difícil aceitação de ideias e do radicalismo. Essas questões devem ser debatidas para um dia tentarmos chegarmos a um denominador comum ou pelo menos aceitar a opinião do próximo. Enfim, nesse fanatismo de tanto quem ama como quem odeia todos estão gravemente adoecidos.

Sérgio Lopes