domingo, 23 de outubro de 2022

Cai Água, Cai Barraco


A Banda Biquini Cavadão foi formada no ano de 1985, no Rio de Janeiro. Tiveram papel relevante no cenário musical dos anos 80 (século passado).  Produziram canções marcantes na música brasileira como: Timidez, Vento Ventania, Zé Ninguém, Tédio, Impossível, Múmias dentre outras. Há 37 anos na estrada, percorreu todo o país... Em abril de 2022, Biquini oficializa exclusão do 'Cavadão' do nome da banda.  Agora, é Banda Biquini...  O quarteto carioca também produziu canções que não são tão conhecidas do grande público, o destaque abaixo é a letra “Cai água, Cai Barraco”, lançada no ano de 1991.  No verão carioca, as chuvas são intensas e os menos favorecidos economicamente sofrem com a questão do saneamento básico. O esgoto fica a céu aberto, o lixo não tem destino adequado, a água não é de qualidade. Infelizmente é “um desastre ecológico de grandes proporções”.  Ademais, as moradias são precárias. Muitos moradores não têm oportunidade de trabalho, a educação é ruim, o tráfico de drogas é dominante e a polícia está sempre atuando nos barracos. A população está cansada de sofrer...  Enfim, uma triste realidade de 1991, ainda é atual em muitas habitações sofríveis de grandes regiões metropolitanas do Brasil.  

Sérgio Lopes, Jornalista, professor, especialista em TV, Cinema e Mídias Digitais e em Letras (Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Inglesa)

                                                Cai Água, Cai Barraco (Biquini)


Cai Água, Cai Barraco (Biquini)

Cai água, cai barraco

Desenterra todo mundo

Cai água, cai montanha, enterra quem morreu

É sempre assim todo verão

O tempo fecha, inunda tudo

É sempre assim todo verão

Um dia acaba o mundo todo

Derruba o muro, o prédio podre, a casa velha

Empurra a velha

Pega a bolsa, sai batido

(E sobe o morro, sobe o pau, sobe o diabo)

Desce o pau em toda gente, a gente temo' que corrê

(Corre pra cima e pra baixo, se enfia num buraco)

Manda fogo na polícia, pr'esses caras aprendê

(E sobe o morro, sobe o pau, sobe o diabo)

E desce o pau em toda gente, a gente temo' que corrê)

(Corre pra cima e pra baixo, se enfia num buraco)

E manda fogo, "pr'esses caras aprendê

Tem mais um filho na barriga

Outra criança pra mamar

Vai ser criado pela rua, vai ter muito que ralar

O povo anda armado

O povo anda armando

O povo todo anda armado e está cansado de sofrer

(E sobe o morro, sobe o pau, sobe o diabo)

Desce o pau em toda gente, a gente temo' que corrê

(Corre pra cima e pra baixo, se enfia num buraco)

Manda fogo na polícia, pr'esses caras aprendê

(E sobe o morro, sobe o pau, sobe o diabo)

E Desce o pau em toda gente, a gente temo' que corrê

(Corre pra cima e pra baixo, se enfia num buraco)

E manda fogo, manda fogo Coelho

Bate no filho, bate-boca, bateria

Bate palma e não para debater

Bate no filho, bate-boca, bateria

Bate uma e não para de bater

Bate no filho, bate-boca, bateria

Bate bola e não para debater

Bate no filho, bate-boca, bateria

Bate perna e não para de bater

(E sobe o morro, sobe o pau, sobe o diabo)

Desce o pau em toda gente, a gente temo' que corrê

(Corre pra cima e pra baixo, se enfia num buraco)

E manda fogo na polícia, pr'esses caras aprendê

(E sobe o morro, sobe o pau, sobe o diabo)

Desce o pau em toda gente, a gente temo' que corrê

(Corre pra cima e pra baixo, se enfia num buraco)

E manda fogo na polícia, pr'esses caras aprendê

Compositores: Andre Fernandes Leite Da Luz, Carlos Augusto Pereira Coelho, Alvaro Prieto Lopes, Miguel Flores Da Cunha, Bruno Castro Gouveia

 


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