segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Reflexão de Gandhi

 

Mahatma Gandhi viveu no período de (1869 a 1948) , foi o verdadeiro exemplo de luta e resistência . Ele veio a ser, principal figura do processo de independência da Índia, então colônia do Império Britânico.  A batalha de Gandhi contra os ingleses ganhou relevância internacional, por meio do seu projeto de não violência.  O trabalho de Mahatma representou a desobediência das leis inglesas sem se preocupar em suportar as decorrências da atitude. Além disso, Gandhi embargou as mercadorias britânicas e fez greve de fome com participação de mulçumanos e hindus... No ano 1947, a independência da Índia foi reconhecida pelos ingleses. Enfim, a liderança de   Mahatma Gandhi teve importância e reconhecimento mundial... Eis uma excelente oportunidade para uma reflexão  a respeito da prepotência de muitos homens: “Houve tiranos e assassinos...E, por um tempo, eles parecem invencíveis...Mas, no final, sempre caem. Pense sempre nisto. Os fortes só o são por um instante, como o sonho de uma tarde que dura apenas um momento. No final, são sempre destroçados. São como poeira ao vento. O amor é a força mais sutil do mundo". Mahatma Gandhi

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Poética

Estou farto do lirismo comedido

Do lirismo bem comportado

Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente

protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o

cunho vernáculo de um vocábulo.

Abaixo os puristas


Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais

Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção

Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

 

Estou farto do lirismo namorador

Político

Raquítico

Sifilítico

De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora

de si mesmo

De resto não é lirismo

Será contabilidade tabela de co-senos secretário

do amante exemplar com cem modelos de cartas

e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

 

Quero antes o lirismo dos loucos

O lirismo dos bêbados

O lirismo difícil e pungente dos bêbedos

O lirismo dos clowns de Shakespeare

 

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

Manuel Bandeira


sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Língua Portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Olavo Bilac 

 

 

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Não há vagas

O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
– porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira.

Ferreira Gullar


sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Seiscentos e Sessenta e Seis

 

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…

Quando se vê, já é 6ª-feira…

Quando se vê, passaram 60 anos…

Agora, é tarde demais para ser reprovado…

E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,

eu nem olhava o relógio

seguia sempre, sempre em frente…

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

(Mario Quintana )

domingo, 26 de setembro de 2021

Os justos e honestos sofrem

 

Muitos trabalhadores são justos, honestos, dedicados, flexíveis, compreensivos, comprometidos, solidários, honrados, e até bondosos. Eles passam anos de suas vidas, colaborando com o progresso e o desenvolvimento de (Instituições de Ensino, Empresas, Hospitais, Indústrias, Comércios...). Cumprem todas as obrigações profissionais e não recebem salários compatíveis com suas funções. Acima de tudo, abrem mão da família do lazer e da cultura. Tanto no setor público, quanto no setor privado, vários homens íntegros estão adoecendo e sofrendo: arbitrariedade, desigualdade, iniquidade, parcialidade, ilegalidade, desrespeito, tendenciosidade... A honra e o caráter não aceitam fraude, improbidade, falsificação, insinceridade, logro, má-fé, mentira, perfídia, traição. A boa reputação, a dignidade, a honestidade não compactuam com desonestidade, assédio e meias verdades. A moral, a generosidade, a gratidão nunca combinam com acordos espúrios, negociatas ilegais e maracutaias... Quem já sentiu o dissabor da injustiça? Infelizmente, ela atinge o homem honesto. Nos dias atuais, algum pai de família está chorando de tristeza. Ele foi vítima de uma daquelas surpresas desagradáveis no serviço. Ele perdeu o emprego? Ele foi traído por um colega de trabalho? A versão de um acontecimento é algo bastante relevante e deve ser explorado por várias concepções. Evitando com que a credibilidade do trabalhador fique “comprometida”, quando um determinado indivíduo expõe inadequadamente a respeito de situações que ocorreram ou foram comentadas por profissionais de uma empresa para outras pessoas, sobretudo, se nessa situação for a direção, a chefia imediata e até mesmo envolvendo outros cidadãos fora do ambiente de trabalho.  Muitos empregadores acreditam na fala de terceiros, a injustiça atinge o ápice e o meio profissional é deteriorado...  Em algumas situações, a Justiça do Brasil não ampara o colaborador honesto. Portanto, nunca podemos desistir. Thomas Jefferson, o terceiro presidente dos Estados Unidos (1801 a 1809) e o principal autor da declaração de independência dos Estados Unidos (04/07/1776), disse: “Quando a injustiça se torna a lei, a resistência passa a ser um dever”.

Sérgio Lopes (Jornalista, Professor e Especialista em TV, Cinema e Mídias Digitais)

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Clube da Esquina 2


Porque se chamava moço

Também se chamava estrada

Viagem de ventania

Nem lembra se olhou pra trás

Ao primeiro passo, aço, aço….

 

Porque se chamava homem

Também se chamavam sonhos

E sonhos não envelhecem

Em meio a tantos gases

lacrimogênios

Ficam calmos, calmos, calmos

 

E lá se vai mais um dia

 

E basta contar compasso

e basta contar consigo

Que a chama não tem pavio

De tudo se faz canção

E o coração

Na curva de um rio, rio…

 

E lá se vai mais um dia

 

E o Rio de asfalto e gente

Entorna pelas ladeiras

Entope o meio fio

Esquina mais de um milhão

Quero ver então a gente,

gente, gente…

Flávio Venturini