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Em 1946, as Ligas Camponesas
foram criadas com o objetivo de representar os interesses dos trabalhadores
rurais, unindo grande parte deles e apresentando propostas para o futuro do
país. Além disso, criou-se a Superintendência de Reforma Agrária (SUPRA) com o
intuito de promover a reforma no país. O regime militar de 1964, combateu e
refutou as duas formas de reestruturação (Ligas Camponesas e SUPRA). Mas o
militares instituíram novas diretrizes para a questão fundiária, o Governo Militar
organizou o Estatuto da Terra que foi editado da lei nº 4.504, de 1964; dando
origem ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA) e o
Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário (INDA), em
substituição à antiga SUPRA. Timidamente, esses órgãos normatizavam o sistema
de Reforma Agrária no país, mas, naquela época ainda não existia um plano
nacional para a questão agrária.
Em novembro de 1966, A Ditadura
Militar deu início ao primeiro Plano Nacional de Reforma Agrária, que jamais
saiu do papel. Somente em 1970, através do decreto nº 1.110 criou-se o INCRA (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária), que nos dias atuais ainda responde pelas
questões agrárias no Brasil. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária surgiu como alternativa para mediar, gerir, propor, conciliar questões
referentes a colonização de áreas desabitadas e também no que diz respeito à
ocupação e distribuição de terras aos habitantes das áreas rurais espalhadas por todo
território nacional. Desde de 1970, talvez por descaso, omissão, ou falta de
verbas para a questão, o Incra não conseguiu mensurar e muito menos exterminar
tal problema social...
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Em 1984, a partir da
redemocratização do Brasil, a questão da reforma foi tratada com mais
intensidade... Naquele época, o governo
lançou o decreto nº 97.766, que previa até 1989, através de um novo Plano
Nacional de Reforma Agrária, a distribuição de 43 milhões de hectares a mais de
1,4 milhões de famílias que não tinham terras para morar e produzir. A Carta
Magna de 1988 garantiu o direito por parte da União à desapropriação de terras
particulares para fins de reforma agrária. Diante desta possível realidade, os
governantes criaram o Ministério Extraordinário para o Desenvolvimento e
Reforma Agrária (MIRAD), que não obteve sucesso perante a meta traçada de 1,4 milhões
de famílias. Em 1989, a meta estipulada pelo novo plano de reforma agrária
ficou bem abaixo. Os números foram os seguintes: um quociente de 82.689 famílias assentadas em
pouco mais de 4,5 milhões de hectares.
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As estatísticas geraram debates
intensos... O INCRA e o MIRAD foram extintos. O tema da Reforma Agrária ficou
nas mãos do Ministério da Agricultura. Porém a escassez de orçamento para a
pauta da reforma, a falta de um respaldo político nessa questão e a recriação
do INCRA levaram o país a estagnação da Reforma Agrária durante anos. Somente em 1996, no governo do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, o tema veio a ser diretamente ligado à Presidência da
República. Na era FHC foi criado o Ministério Extraordinário de Política
Fundiária, que posteriormente foi incorporado ao INCRA, e, em 14 de janeiro de
2000, a partir do decreto 3.338, criou-se então o MDA (Ministério do
Desenvolvimento Agrário), órgão responsável pela política de reforma agrária
atual, incorporando também o INCRA em sua estrutura... Enfim, o tema Reforma
Agrária é extenso e polêmico. Sugiro aos leitores do Blog dos Letrados Desalienados que leiam a postagem antiga "A Reforma Agrária Brasileira será no século XXX? (Parte I)" para melhor compreensão deste texto. E aguardem a próxima postagem, daremos continuidade ao tema.
Sérgio Lopes
Grande amigo e companheiro de profissão Sergio!!!
ResponderExcluirQue prazer conhecer o seu blog, a partir de agora serei um grande seguidor, não só pelo fato de sermos amigos, mas também pelo rico conteudo dos textos explanados.
Esse texto sobre a reforma agrária retrata a realidade dos verdadeiros heróis brasileiros assim como nós professores. Certa vez li um pequeno texto de um autor desconhecido que dizia assim:
"É difícil viver numa sociedade que anula as minhas possibilidades,aumenta a minha dependência,destrói as minhas esperanças e nega todos os meus direitos".
Parabéns pelos textos e um grande abraço meu amigo!
Fala meu amigo Estevinho,
ResponderExcluirFico lisonjeado com sua ilustre participação. O objetivo do blog é tentar despertar o senso crítico das pessoas e levá-los a refletir a respeito dos mais variados temas... A reforma agrária no nosso país é questão complicada. Se os governantes continuarem subordinados aos interesses dos latifundiários, a tão sonhada reforma será sempre uma utopia... Você destacou bem... Os professores, agricultores, policiais, enfermeiros, médicos dentre outros são heróis neste país. A nossa luta é árdua e não podemos desistir... Nossa missão como educadores é conduzir nossos alunos para o bem e torná-los homens de caráter e honra. Estevinho, conto com você nesta empreitada... O Blog dos Letrados Desalienados agradece a visita e contará sempre com suas reflexões...
Desejo lhe felicidade acima de tudo.
Abraço fraterno do amigo Sérgio Lopes