domingo, 28 de agosto de 2016

Que o seu sim seja sim, e que o seu não seja não


Imagem: sergioaperon.com.br

               O mês de outubro será marcado pelas eleições municipais em todo território nacional, o voto consciente é considerado atitude primordial para melhorias futuras nas cidades brasileiras. Há prefeitos, vice-prefeitos e vereadores que estão tentando a reeleição e outros que buscam os cargos pela primeira vez...  Nas eleições municipais anteriores, a propaganda eleitoral durava noventa dias. Na sucessão municipal deste ano de 2016, os candidatos terão direito a quarenta e cinco dias para fazerem as propagandas. 
Imagem: www.blogdocarloseugenio.com.br
               A jornada iniciou no dia 16 de agosto... Nos 5.568 municípios do país (capitais, cidades grandes, médias e pequenas), os políticos começaram realizar comícios, distribuir material gráfico e organizar (passeatas e carreata). Contudo, o que mais impressiona os eleitores é a capacidade que muitos têm de fazerem sempre as mesmas promessas faraônicas. Afirmam categoricamente que vão gerar empregos, melhorar a gestão da saúde, investir pesado na educação, criar moradias para a população carente, combater a violência.
Imagem: Imagem: www.v15.com.br
                Além disso, uma boa parte dos homens e mulheres espalhados por todo Brasil que desejam os cargos de (vereador, prefeito e vice-prefeito) usam artifícios políticos para chamar a atenção do eleitor. Muitos andam com carros de som com jingles, utilizando paródias de mau gosto de sucessos momentâneos recentes de  qualidade duvidosa. Por fim, a maioria dos nossos políticos incorporam o espírito publicitário medíocre desde as músicas de campanha até as frases copiadas há anos. As campanhas de muitos candidatos tornam-se uma prática arcaica e retrógrada com ataques pessoais aos adversários por meio de folhetos publicitários e cartas sem autoria assumida por nenhum grupo político.
Sérgio Lopes

domingo, 21 de agosto de 2016

A lona do circo foi desmontada



               Durante 15 dias, a cidade do Rio de Janeiro despertou a atenção do planeta com a realização dos Jogos Olímpicos 2016. Segundo o site g1.globo.com, a capital carioca recebeu 11.400 atletas, 25 mil jornalistas e 1 milhão de turistas. As imagens da cidade maravilhosa de lindas praias, lindas mulheres, boa comida, ótima infraestrutura percorreram o mundo. Os turistas que prestigiaram as Olimpíadas foram recebidos com tapete vermelho: bons hotéis; boa comida; transporte etc. Além disso, as forças de segurança pública garantiram a proteção para turistas, público e atletas... 
Imagem: www.midiainteressante.com (De um lado as favelas, o outro condomínio de luxo na capital fluminense.)
               Agora que a lona do circo foi desmontada, tudo voltará ao normal? As balas perdidas continuarão matando inocentes? O tráfico pesado de armas e drogas permanecerão? Os policiais da Força de Segurança Nacional serão executados por traficantes? Os doentes continuarão morrendo nas filas dos hospitais? As crianças continuarão sem lugar para treinar (basquete, futebol, vôlei, natação)? Milhares de servidores públicos ativos e inativos continuarão com pagamentos atrasados? Chefes de família conseguirão pagar os serviços básicos (energia, água, telefone, comida)?
Imagem: olimpiadas.uol.com.br
                A Olimpíada do Rio vai deixar um legado para o transporte público urbano e algumas outras melhorias para a cidade? Conforme o g1.globo.com, o atual prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes afirmou que : “Tem 150 quilômetros de BRT, uma linha de 16 quilômetros de metrô, 26 quilômetros de VLT no centro da cidade, o centro recuperado, o fim do lixão de Gramacho, que era às margens da Baía de Guanabara, saneamento na zona oeste da cidade, na região de Deodoro, tem esse legado das arenas esportivas, a cidade se transformou muito. Não estou dizendo que virou um lugar perfeito, mas se tornou uma cidade melhor. A Olimpíada foi catalisadora dessas transformações. A gente tem que ter muito orgulho. O brasileiro às vezes fica com aquele complexo de vira-lata, a gente tem que ter muito orgulho de ter feito esse evento dessa dimensão, com tanta transformação, no prazo e no custo”.
                Enfim, estamos em época de campanha eleitoral. Neste período, a maioria dos políticos só pensam no voto do eleitor. O prefeito Eduardo Paes deveria preocupar com os problemas nas ruas dos guetos, nas vielas e nas favelas do Rio de Janeiro que ainda não foram resolvidos. O legado das Olimpíadas 2016 deixado por Paes é pequeno em relação ao valor da conta que a população brasileira pagará no futuro...
Sérgio Lopes

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Ufanismo brasileiro leva medalha de Ouro


Imagem: wp.clicrbs.com.br

               Grande parte da imprensa nacional e um expressivo contingente de habitantes do país tornam-se ufanistas exacerbados em tempos de eventos esportivos de grande repercussão mundial como Jogos Pan-Americanos, Copa do Mundo, Olimpíadas. As transmissões televisivas dos Jogos Olímpicos 2016 não mudou. Ainda continuam com o tom apelativo de sempre, a mesma forçação de barra e a mesma patacoada patriótica... Quando um atleta brasileiro não consegue vencer uma competição, logo surgem as justificativas: não foi um dia de sorte, amarelou na hora H, valeu o esforço, nosso país não apoiou este esporte, a modalidade tal entrou para história das Olimpíadas, este foi o melhor resultado... Tanto imprensa quanto a torcida não admitem que os adversário são superiores.
               Talvez o altíssimo investimento dos meios de comunicação na exibição das competições seja responsável pela onda ridícula de patriotismo verde amarelo espalhado por toda nação em épocas de grandes eventos esportivos que fascinam a humanidade. Alguns atletas do Brasil são “endeusados” pela TV, contudo não passam de meros mortais diante de grandes estrelas estrangeiras. Os grandes veículos de comunicação criam “heróis olímpicos” tupiniquins, antes deles mostrarem suas qualidades. Sem contar que alguns podem apresentar desempenho medíocre muito abaixo da média...
Imagem: salgueirofc.com.br
               Enfim, na República Federativa do Brasil na área (dos esportes) repete o que faz no seu cotidiano. Olham para dentro do país como se aqui fosse o centro do universo. Rejeitam a ideia de que o êxito requer planejamento, respeito, disciplina, hierarquia, muito suor e uma permanente análise do que o resto do mundo faz. Infelizmente, no Brasil, antes de produzir os resultados, pensa-se na festa, ou melhor, o primordial é a festa.
Sérgio Lopes

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

O salário mínimo não é digno



Imagem: www.youtube.com
               Em janeiro de 1936, no mandato do então Presidente do Brasil Getúlio Vargas, foi promulgada a lei nº 185 e o decreto de lei em abril de 1938 que criaram o salário mínimo. Desde daquela época até os dias atuais, o salário mínimo da força de trabalho do país sempre foi e ainda é estabelecido por lei. O valor é reavaliado todos os anos com base no custo de vida da população. 
Imagem: contextoshistoricos.blogspot.com
                 A Constituição Federal promulgada em 1988, garante ao trabalhador brasileiro um salário digno, com o poder aquisitivo capaz de atender as suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. O preceito constitucional disse o seguinte: ``Artigo 7, inciso IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender as suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim”.
Imagem: soscanguaretama.blogspot.com

               Contudo, o valor atual do Mínimo Nacional R$ 880 (Decreto 8618/2015) pago aos trabalhadores não cobrem as despesas da saúde, educação, alimentação, transporte... Lamentavelmente, a quantia é pífia... Grande parte da população do país sobrevive com o mínimo. São humilhados nas unidades de saúde do Sistema Público, são excluídos dos grandes eventos esportivos do Brasil. Além disso, não conseguem alimentar adequadamente, não tem lazer, não tem transporte de qualidade, não tem acesso a eventos culturais, não há benefícios, vivem na pindaíba... Por fim, o Brasil é uma terra pobre e esquecida? Os menos favorecidos economicamente não merecem um salário alto, o aumento do poder aquisitivo do pobre pode incentivar a violência entre as classes subalternas, pois eleva a venda de cachaça, drogas e a criminalidade...
Sérgio Lopes