quarta-feira, 1 de maio de 2019

No século XXI, o voto de cabresto está vivo?


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Imagem: Guia do Estudante (ABRIL)
          Segundo o site www.todapolitica.com, o voto de cabresto foi o mecanismo de controle político muito usado pelos coronéis da República Velha para garantir a eleição de seus candidatos. Era uma forma de controle político e domínio de votos que tinha como base o poder econômico dos coronéis que comandavam o cenário político do período. Ainda de acordo com o portal www.todapolitica.com, a expressão voto de cabresto é bastante curiosa, pois o voto é a maior expressão da democracia, enquanto o cabresto é um instrumento usado para controlar animais. Portanto, a expressão possui um significado contraditório entre a liberdade da democracia e o controle sobre o voto. Este comportamento controlador foi uma das características mais marcante do período República Velha ou Primeira República do Brasil (1889 - 1930). 
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Imagem: Politize
          As oligarquias de São Paulo e Minas Gerais controlaram o poder político do país e as eleições foram marcadas por fraudes... Da chamada República Velha até o ano 2000, o voto de cabresto esteve presente no processo eleitoral. A utilização da máquina pública em larga escala nas eleições, a compra de votos, o abuso de poder das autoridades políticas, o apoio financeiros de empresários para financiamento de campanha eleitoral dentre outros podem ser considerados particularidades relevantes do voto de cabresto. No século XXI, o voto de cabresto está vivo?  A maior parte da população brasileira apresenta baixo nível de escolaridade. Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2016, o Brasil ainda tinha cerca de 11,8 milhões de analfabetos, o que correspondia a 7,2% da população de 15 anos ou mais.
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Imagem: A Voz do Povo
          Em 2016, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) informou que cerca de 51% da população brasileira de 25 anos ou mais tinha somente até o Ensino Fundamental completo. No caso do Ensino Médio, 26,3% desse grupo tinha completado esse nível de instrução. A taxa mais baixa estava localizada no ensino superior: 15,3% completaram a etapa. Diante desta triste realidade do século atual, o brasileiro chegou em 2019 e provavelmente as estatísticas elevaram. Milhões de eleitores tornaram-se mais suscetíveis as compras de votos, ao voto de cabresto, propostas clientelistas. Já passados 34 anos do processo de redemocratização do Brasil, o voto pode valer um saco de cimento, uma camisa de time de futebol ou um engradado de cerveja. Tanto nas grandes cidades quanto no interior, a compra de votos e o voto de cabresto desafiam a democracia brasileira no século XXI.

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)


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