Imagem: Guia do Estudante (ABRIL) |
Segundo
o site www.todapolitica.com, o voto
de cabresto foi o mecanismo de controle político muito usado pelos coronéis da
República Velha para garantir a eleição de seus candidatos. Era uma forma de
controle político e domínio de votos que tinha como base o poder econômico dos
coronéis que comandavam o cenário político do período. Ainda de acordo com o
portal www.todapolitica.com, a
expressão voto de cabresto é bastante curiosa, pois o voto é a maior expressão
da democracia, enquanto o cabresto é um instrumento usado para controlar
animais. Portanto, a expressão possui um significado contraditório entre a
liberdade da democracia e o controle sobre o voto. Este comportamento
controlador foi uma das características mais marcante do período República
Velha ou Primeira República do Brasil (1889 - 1930).
Imagem: Politize |
As oligarquias
de São Paulo e Minas Gerais controlaram o poder político do país e as eleições
foram marcadas por fraudes... Da chamada República Velha até o ano 2000, o voto
de cabresto esteve presente no processo eleitoral. A utilização da máquina
pública em larga escala nas eleições, a compra de votos, o abuso de poder das
autoridades políticas, o apoio financeiros de empresários para financiamento de
campanha eleitoral dentre outros podem ser considerados particularidades
relevantes do voto de cabresto. No século XXI, o voto de cabresto está vivo? A maior parte da população brasileira apresenta
baixo nível de escolaridade. Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) de 2016, o Brasil ainda tinha cerca de 11,8 milhões de
analfabetos, o que correspondia a 7,2% da população de 15 anos ou mais.
Em
2016, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) informou
que cerca de 51% da população brasileira de 25 anos ou mais tinha somente até o
Ensino Fundamental completo. No caso do Ensino Médio, 26,3% desse grupo tinha
completado esse nível de instrução. A taxa mais baixa estava localizada no
ensino superior: 15,3% completaram a etapa. Diante desta triste realidade do
século atual, o brasileiro chegou em 2019 e provavelmente as estatísticas
elevaram. Milhões de eleitores tornaram-se mais suscetíveis as compras de votos,
ao voto de cabresto, propostas clientelistas. Já passados 34 anos do processo
de redemocratização do Brasil, o voto pode valer um saco de cimento, uma camisa
de time de futebol ou um engradado de cerveja. Tanto nas grandes cidades quanto
no interior, a compra de votos e o voto de cabresto desafiam a democracia
brasileira no século XXI.
Imagem: A Voz do Povo |
Sérgio
Lopes (Jornalista e Professor)
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