terça-feira, 23 de julho de 2019

O que há de errado com o futebol brasileiro?

          O futebol brasileiro mexe com a paixão de milhões de torcedores e movimenta valores financeiros astronômicos na economia da nação. Muitos clubes tradicionais do mercado futebolístico do país tiveram ou ainda têm dirigentes inescrupulosos que já foram denunciados ou poderão sofrer denúncias por enriquecimento a custa dos times. Além disso, políticos também estão vinculados aos clubes. Sendo que, alguns usam de suas influências para ajudar o time do coração. Construção de estádio com dinheiro público, beneficiar mando de campo nos jogos, indicação de patrocinadores dentre outros são atitudes condenáveis que já foram praticadas ou ainda podem ser concretizadas por figuras do cenário político nacional. Outro personagem marcante no futebol é o empresário, agente ou procurador.

            Ele é responsável pela gestão da carreira profissional do jogador de futebol. Fazem as negociações dos jogadores com os clubes, negociam com os patrocinadores, prestam assessoria de imprensa e jurídica. Contudo, os empresários sofrem críticas de muitos e são acusados de “esquemas”, “propinas”, favorecimento aos filhinhos de papai para ingressar nas equipes tradicionais. O comando do futebol brasileiro está nas mãos da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). As vinte e sete federações estaduais de futebol responsáveis pelos campeonatos estaduais são subordinadas e subservientes a CBF. Há quatro anos, o faturamento foi surreal. Segundo o site https://epoca.globo.com, as 27 federações estaduais em 2015, arrecadaram R$ 144,8 milhões. 

            Os responsáveis foram os cartolas que não chutam uma bola, não pagam salários de atletas, nem constroem e mantém estádios, mas detêm o monopólio sobre o futebol. Não existe partida oficial sem o aval de federações e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).  Os anos passaram e os lucros são espantosos. De acordo com https://blogs.oglobo.globo.com, a CBF fechou o seu balanço de 2018, registrou faturamento de R$ 668 milhões (ante R$ 590 milhões no ano anterior) e  lucro de R$ 52 milhões, R$ 1 milhão a mais do que em 2017.  A Rede Globo detém o monopólio de transmissão dos jogos do futebol nacional. A emissora toma medidas autoritárias. Dificultam a justa concorrência, determinam horários ridículos às partidas, usam de modo exclusivo as transmissões e imagens, diminuem as organizações responsáveis por comandar o futebol. Por fim, a CBF e a Rede Globo promovem uma perfídia ao futebol, ao torcedor e ao telespectador. Além de desprezar e desvitalizar preceitos flexíveis relevantes na sociedade civil.

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)


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