Não
gostava de estudar. Não tinha paciência
com o português, a matemática, a geografia, a história, a biologia, a química,
a física e o inglês. Nunca prestava atenção nas explicações daqueles
professores chatos, principalmente, os que moravam na minha cidade. Eu os
odiava. Só gostava das aulas de educação
física, jogava futebol o tempo todo. O professor era de uma cidade vizinha, ele
era maneiro, era o meu preferido, tinha um carrão lindo. Os caras que lecionavam na nossa escola e moravam
em outros municípios, eles eram legais e mandavam bem demais. Já os que residiam
aqui, “eles eram porcarias, eles não sabiam porra nenhuma”. Meu pai e minha mãe já falavam isso, lá em
casa. Sinceramente, esses professores babacas tinham que "se foder”. Cara, eu ficava
extremamente irritado quando as pessoas diziam: “Estude para ser alguém na
vida!”. Ora bolas! Meus pais nunca estudavam, meus amigos abandonavam a escola.
Meus parentes jamais colocavam os pés no colégio. Minha cidade respirava política.
Papai e mamãe amavam os políticos locais. Bajulavam o prefeito, o vice-prefeito e os
vereadores, eram fanáticos. Conseguiam empregos para nossos familiares e
amigos. Eu vivia no meio dessa loucura e aos poucos transformava em um doente
insuportável. Eu desprezava os meus amigos. Eu só desejava as pessoas da
prefeitura. Eu tornava um tolo imbecil.
Sérgio Lopes (Jornalista, Professor e Especialista em TV, Cinema e Mídias Digitais
O momento atual é reflexo desse pensamento tolo. Quem respira esse tipo de politicagem está sempre bajulando e a mercê desses maus políticos. O fanatismo político é um câncer na sociedade só enxerga o que quer e não tem pensamento crítico.
ResponderExcluirAbraço forte!
Continue aguçando o nosso poder de pensar. Coisa rara atualmente.
Obrigado pelas considerações. O grande desafio é despertar o senso crítico das pessoas. A luta é árdua, porém não podemos desistir. Desejo lhe felicidade acima de tudo.
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