Minha amada e querida Dona Manoela foi uma brilhante
mulher, nunca fugiu das responsabilidades e sempre colocou a felicidade (do
marido, dos filhos, dos netos, dos bisnetos, dos genros e das noras) em
primeiro lugar. Nesse dia, ela merece todos as homenagens e reconhecimento. Gostaria
de aproveitar a oportunidade para falar um pouco da minha vó Manela. No dia 13
de dezembro de 1927, nasceu no Distrito de Santa Barbara, em São João
Nepomuceno (MG), uma linda garotinha chamada Manoela Rodrigues de Souza. Era
filha de Virgílio Goncalves (in memorian) e Alzira Rosa de Souza (in memorian).
Manoela teve quarto irmãos que já faleceram: (Percília, Maria, Sebastiana e
Dorfílio). Em julho de 1944, aos
dezesseis anos, Manoela casou se com Sebastião Rodrigues de Souza (21 anos). O
jovem casal foi morar na cidade de Coronel Pacheco (MG)… Em 1946, nasceu o primeiro filho (Sebastião
Rodrigues de Souza Filho – in memorian). Depois do nascimento do pequeno
Tiãozinho, a família Rodrigues cresceu… Dona Manoela e o senhor Sebastião
tiveram mais 11 filhos (Antônio, Maria José – in memorian, Maria de Lurdes in
memorian, Maria Célia in memorian, José Geraldo, Jorge, Elio, Edmar, Walto in
memorian, Rogério, Sandra) e ajudaram na criação e educação do sobrinho do senhor
Sebastião (Celso Rodrigues). Nas décadas de (1940, 1950, 1960, 1970), a vida era
muito difícil para as pessoas que moravam nas áreas rurais. Grande parte das
famílias trabalhavam nas fazendas (12 horas diárias), eram exploradas pelos
fazendeiros e recebiam baixos salários. Os filhos dos empregados das fazendas
não tinham oportunidade de estudar e eram “obrigados” ajudar os pais no trabalho rural… Diante desta
triste realidade, o senhor Sebastião e a dona Manoela trabalharam pesado na
roça. Plantaram, colheram; criaram (porcos e galinhas); cuidaram dos gados…
Infelizmente, os filhos da família Rodrigues não tiveram condições de completar
os estudos. Eles começaram a trabalhar com o objetivo de contribuir para o
sustento da família. O primogênito Sebastião Rodrigues de Souza Filho e Antônio
Rodrigues começaram a trabalhar bem jovens. Entre 9 e 10 anos, as crianças da
Dona Manoela trabalharam no curral exercendo o ofício de “Campeiro”. Além disso,
os meninos ajudaram os pais nas plantações de (milho, arroz, feijão). Os outros
irmãos (José Geraldo, Jorge, Elio, Edmar, Walto) seguiram o mesmo caminho de
(Tiãozinho e Antônio). A irmã Maria Célia não trabalhou na roca, mas ajudou
muito a mamãe nos serviços domésticos e cuidou dos irmão mais novos (Sandra e
Rogério). A vida não estava fácil para a família Rodrigues. Eles trabalhavam
demais e o dinheiro era curto. Em 1965, Sebastião Rodrigues de Souza Filho
abandonou o trabalho rural e foi tentar a sorte em Petrópolis (RJ). Ficou por
lá por uns tempos, e casou se com a senhora Nilza… Antônio Rodrigues deixou o
trabalho do campo e foi para Juiz de Fora tentar novas oportunidades. José
Geraldo foi também para Petrópolis e depois foi para Juiz Fora. Os outros
filhos (Jorge, Elio, Edmar, Walto) partiram para Juiz de Fora. A casa do
(senhor Sebastião e dona Manoela) ficou vazia. A filha Célia junto com a mamãe
Manoela ajudaram os irmãos (Jorge, Elio, Edmar, Walto). Elas lavavam as roupas
e mandavam comida diariamente pelo ônibus (Bassamar) para os meninos que
estavam morando e trabalhando em Juiz de
Fora. Em 1977, a filha Maria Célia casou se com o Murilo e foi morar em Coronel
Pacheco… Em 1979, O senhor Sebastião Rodrigues e a senhora Manoela junto com os
dois filhos mais novos (Rogério e Sandra) deixaram a roça e mudaram para cidade.
A família Rodrigues foi tentar ganhar a vida em Juiz de Fora. Alugou um casa no bairro Manoel Honório e os
filhos que já estavam trabalhando lá (Jorge, Elio, Edmar, Walto) também foram
morar junto com os pais. O patriarca Sebastião Rodrigues arranjou emprego no
Clube D. Pedro II. Nessa nova fase da vida, Dona Manoela e senhor Sebastião moraram em vários
bairros de Juiz de Fora. Manoela sempre esteve ao lado do marido e o acompanhou
até o seu leito de morte…. Dona Manoela não desistiu da vida e prosseguiu seu caminho
com muita esperança e fé em Deus. Dona Manoela tornou a matriarca da família
Rodrigues. O sábio francês Lavoisier do século XVIII , deixou uma frase
incontestável para a humanidade : “na natureza nada se perde, tudo se
transforma”, ou seja, tudo se desorganiza para se organizar novamente, de uma
forma mais perfeita. A morte não existe,
hoje, Manoela faz sua passagem para outra dimensão… Dona Manoela é vó de 20 netos e bisavó de 13.
Dona Manoela é querida pelos genros e pelas noras. Dona Manoela é admirada por
todos os amigos que estão aqui neste momento e também pelos que não
compareceram. Dona Manoela é amor. Dona Manoela é uma força que motiva as
pessoas. Dona Manoela é heroína. Dona Manoela e amada por todos. Dona Manoela
superou os obstáculos da vida. Dona Manoela é a experiência . Dona Manoela é
educação. Dona Manoela é superação. Dona Manoela é equilíbrio. Dona Manoela é guerreira, corajosa, uma força
da natureza.. É essência que ilumina, que orienta. É palavra de conforto ,
é sorriso , é exemplo de vida, é autoridade que educa. Dona Manoela é um ser
único, na maioria das vezes esquece ou negligência seus próprios interesses em
favor de outros. O coração de Dona Manoela é superior ao universo, e nele vive
um amor (verdadeiro, incondicional e infinito). Sorrisos e lágrimas alternam em seu rosto
consumido de preocupação constante. Contudo, a recompensa está garantida
através do amor e reconhecimento dos seus entes queridos, e da certeza que fez um trabalho maravilhoso! Dona Manoela
viveu noventa e cinco anos. O seu
coração vai pulsar mais forte, seus olhos vão brilhar, os seus lábios vão
sorrir. Talvez, essa seja a forma mais simplória para que a senhora Manoela seja
sempre seguida como exemplo para todos. Quero colocar dentro desta singela homenagem
todos os corações que te apreciam, toda a paz e luz que a senhora merece. Que a
felicidade te acompanhe sempre e que ela seja ainda maior do que já é, pois é
maravilhoso o bem que você planta ao longo do seu caminho. Tenha certeza que na
vida, no tempo e na eternidade Deus descreve sorrindo tudo isso que tentei expressar. São os mais sinceros sentimentos do seu neto
Serginho . Vá em paz! Vá com os anjos! Obrigado por tudo, eu te amo, nós te
amamos.
Jornalista e Professor Sérgio Lopes
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