Belo Horizonte, na década de
1960, no bairro Santa Tereza, as esquinas das ruas Divinópolis e Paraisópolis
reuniam músicos. Eles tocaram e cantaram a mistura de ritmos: rock, jazz, bossa
nova, música folclórica. Milton Nascimento, Márcio Borges, Fernando Brant,
Ronaldo Bastos, Tavinho Moura, Murilo Antunes, Flávio Venturini, Lô Borges,
Beto Guedes, Wagner Tiso, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta, Nelson Ângelo,
Novelli formaram o Clube da Esquina. Em 1972, Milton Nascimento reuniu os
amigos e lançou o álbum duplo “Clube da Esquina”. O disco foi considerado pela
maior parte da crítica, uma nova musicalidade e um divisor de água no cenário
fonográfico do século XX. O lançamento dos mineiros causou polêmicas e
apreciações da mídia, o LP não apresentou nome e foto dos intérpretes das canções... As misturas dos vários ritmos, as composições vocais e instrumentais
agradaram aos críticos apurados, sobretudo, os de jazz. Muitos julgaram o Clube
da Esquina superior ao Tropicalismo no que se refere à qualidade musical.
Todavia, uma parte considerável da imprensa do eixo Rio-São Paulo sempre deu
mais espaço para outros movimentos musicais: Tropicalismo, Bossa Nova, MPB
(Música Popular Brasileira). Em 2022, o lançamento do álbum “Clube da Esquina”
completou 50 anos e foi eleito o melhor disco brasileiro de todos os tempos.
Segundo Francisco Fernandes Ladeira no site https://www.otempo.com.br/opiniao/artigos/reparacao-historica-ao-clube-da-esquina,
a escolha foi realizada por 162 especialistas em música consultados pelo
podcast Discoteca Básica. O Clube da Esquina como “melhor disco brasileiro de
todos os tempos” simboliza bem esse processo de descobrimento da música mineira
por indivíduos de diferentes gerações e lugares. Ainda de acordo com Ladeira,
uma reparação histórica a uma obra que não foi devidamente valorizada durante
décadas (coincidentemente no ano de seu cinquentenário). A turma de Santa
Tereza está comemorando a conquista. Enfim, o reconhecimento do Clube da
Esquina significa o ponto de amplitude e habilidade de uma obra musical de Minas
Gerais para o mundo.
Sérgio
Lopes, Jornalista, professor, especialista em TV, Cinema e Mídias Digitais e em
Letras (Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Inglesa)
Belíssimo relato professor Serginho.. a cidade tambem ganhou projeção internacional com a exploração do látex, matéria prima da borracha. Grandes investimentos foram feitos na região, e com várias outras coisas tornando se uma bela capital.
ResponderExcluirGosto muito do seu blog.
Obrigado querida dona Mércia. É um privilégio ter a senhora como leitora do meu blog. Deus a proteja.
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