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No dia 17 de abril de 2016, o país parou para acompanhar por quase 10
horas o processo de votação do prosseguimento do impeachment para a presidente
Dilma Rousseff. Alguns deputados protagonizaram cenas bizarras e aproveitaram o momento
para exaltar Deus, filhos, netos, pais, mães, maridos, esposas, sobrinhos,
sobrinhas, pastores evangélicos, torturadores da ditadura, evangélicos etc. A
maioria dos congressistas esqueceram de mencionar o povo nos seus discursos...Eis
algumas falas dos deputados favoráveis ao impeachment de Dilma: Jair Bolsonaro (PSC – RJ): “Nesse dia
de glória para o povo tem um homem que entrará para a história. Parabéns
Eduardo Cunha. Perderam em 1964 e agora em 2016. Pela família e inocência das
crianças que o PT nunca respeitou, contra o comunismo, o Foro de São Paulo e em
memória do Coronel Brilhante Ulstra, o meu voto é sim.”
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Já deputados que votaram contrários ao impeachment fizeram as seguintes
declarações: Jean (PSOL – RJ):
“Em primeiro lugar estou constrangido de participar dessa farsa, dessa eleição
indireta, conduzida por um ladrão. Essa farsa sexista! Em nome dos direitos da
população LGBT, do povo negro e exterminado nas periferias, dos trabalhadores
da cultura, dos sem teto, dos sem terra, eu voto não ao golpe! E durmam com essa,
canalhas!” Luiz Sérgio (PT – RJ) “Quero
deixar registrado que nunca na minha vida eu ouvi tantas vezes usar o nome de
Deus em vão, como se fosse um panfleto. Segundo, em respeito ao voto popular e
em respeito à democracia, eu voto não!” Professora
Marcivania (PCdoB – AP): “Eu acho que nunca vi tanta hipocrisia por metro
quadrado, dizer que vai lutar contra a corrupção colocando Temer e Cunha no Poder.”
César Messias (PSB – AC): “Olha onde
nós chegamos! Tira Dilma, entra Temer. Tira Temer, entra Cunha. Tira Cunha,
entra Renan. Que Brasil é esse? É não!”
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A votação foi marcada com gritos, cartazes e bandeiras, o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha, um dos alvos da Operação Lava Jato e pivô de uma série
de denúncias, as proibiu no exato momento em que foi levantada uma que dizia
“Fora Cunha”. Os Congressistas
trabalharam dois dias (mais de 40 horas) de debates, e no terceiro dedicaram
somente a votação. Nas redes sociais, muitos brasileiros enfatizaram que nunca
na história deste país a Câmara trabalhou tanto, parando somente de madrugada.
Houve interrupções muitas vezes, insultos em outras (“golpistas, machistas,
filhos da ditadura”) e aconteceram até mesmo empurrões... Segundo a ONG
Transparência Brasil, os Deputados Federais não gozam de grande reputação. 60%
deles apresentam processos pendentes com a Justiça. A histórica sessão que
decidiu o futuro da presidenta não contribui para melhorar a imagem dos 513
picaretas ou deputados?
Sérgio Lopes
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