quarta-feira, 31 de agosto de 2022

W/Brasil

 

Jorge Duílio Lima Meneses é violonista, pandeirista, percussionista, cantor e compositor. Ele é conhecido como Jorge Ben ou Jorge Ben Jor. As suas letras são relevantes no cenário musical brasileiro, engloba elementos novos no suingue e na formar de tocar violão. Ademais, a música é caracterizada pelo funk dos Estados Unidos, rock e soul. A influência árabe e africana são presentes na obra de Jorge Ben, devido a origem etíope da mãe do compositor. Enfim, ele produziu várias canções. Destaque para W/Brasil. o trecho da canção: “Lá da rampa mandaram avisar, que todo dinheiro será devolvido, quando setembro chegar”. É referente o dinheiro do brasileiro confiscado nos anos 90, no governo do então presidente Fernando Collor de Mello.  Nosso dinheiro ainda continua nas mãos dos políticos. Infelizmente, nunca será devolvido.



W/Brasil (Jorge Ben Jor)

Alô, Alô! W o Brasil
Alô, Alô! W o Brasil

Jacarezinho! Avião!
Jacarezinho! Avião!
Cuidado com o disco voador
Tira essa escada daí
Essa escada é prá ficar
Aqui fora
Eu vou chamar o síndico
Tim Maia! Tim Maia!
Tim Maia! Tim Maia!

O trem corre no trilho
Da Central do Brasil
O trem corre no trilho
Da Central do Brasil

Incluindo paixão antiga
E aquele beijo quente
Que eu ganhei da sua amiga
E o que é que deu?
Funk na cabeça
E o que é que deu?
Funk na cabeça

Alô, Alô! W o Brasil
Alô, Alô! W o Brasil

Jacarezinho! Avião!
Jacarezinho! Avião!
Cuidado com o disco voador
Tira essa escada daí
Essa escada é prá ficar
Aqui fora
Eu vou chamar o síndico
Tim Maia! Tim Maia!
Tim Maia! Tim Maia!

E o que é que deu?
Funk na cabeça
E o que é que deu?
Funk na cabeça
Deu no New York Times
Fernando, o Belo
Não sabe se vai participar
Do próximo campeonato
De surf ferroviário

Surfista de trem
Surfista de trem
Deu no New York Times
A Feira de Acari
É um sucesso

Tem de tudo
É um mistério
Deu no New York Times
Dizem que Cabral um
Descobriu a filial
Dizem que Cabral dois
Tentou e se deu mal
Dizem que Cabral um
Descobriu a filial
Dizem que Cabral dois
Tentou e se deu mal

Amor! Dor! Dor!
Lá da rampa mandaram avisar
Que todo dinheiro será devolvido
Quando Setembro chegar
Num envelope azul indigo
Num envelope azul indigo
Chama o síndico
Tim Maia! Tim Maia!
Tim Maia! Tim Maia!

Alô, Alô! W o Brasil
Alô, Alô! W o Brasil

Da Central passando pela Mangueira
Dando uma volta na Pavuna
E chegando em Madureira
É lá!
Que o samba rola de primeira
É lá!
Que o samba rola de primeira

Alô, Alô tia Léia
Se tiver ventando muito
Não venha de helicóptero
Alô, Alô tia Léia
Se tiver ventando muito
Não venha de helicóptero

Alô Alô! W o Brasil
Alô Alô! W o Brasil

Alô, telefonista
Me desperte às 7:15, por favor
Rádio táxi, nove e meia
Senão o bicho pega
Eu também quero graves
Médios e agudos

Eu vou chamar
Jacarezinho! Avião!
Jacarezinho! Avião!
Cuidado com o disco voador
Tira essa escada daí
Essa escada é prá ficar
Aqui fora
Eu vou chamar o síndico
Tim Maia! Tim Maia!
Tim Maia! Tim Maia! (Em cima)
Tim Maia!

Sérgio Lopes, Jornalista, professor, especialista em TV, Cinema e Mídias Digitais e em Letras (Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Inglesa)


quinta-feira, 25 de agosto de 2022

As promessas serão cumpridas?


Conforme o https://www.significados.com.br, o vocábulo promessa   é o compromisso de se fazer alguma coisa. Aquele que promete algo quer dizer que está comprometido com aquilo. Ainda de acordo com o site, a promessa é entendida enquanto um voto ou uma declaração feita a uma outra parte, registrando a intenção futura de cumprir com o que foi prometido. No período eleitoral, os meios de comunicação e o contato com eleitores são mecanismos utilizados pelos candidatos que aspiram aos cargos de Presidente da República; Governador; Deputado Federal; Deputado Estadual e; Senador. Na busca excessiva por votos, a maioria faz promessas delirantes tais como: “confiar que o mercado vai fazer o que eles desejam”, “criação imediata de emprego”, “diminuir definitivamente os gastos públicos”, “contenção dos tributos ou contribuições”, “acabar com os acordos políticos ou alianças”, “elevar faixa de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física”, “valorizar o salário dos profissionais da educação", “recuperação do patrimônio histórico”, “criação de faculdade municipal”, “reduzir a zero o desmatamento ilegal no território nacional”, “substituição de frotas por ônibus elétricos”, “congelamento nos preços das passagens e até mesmo tarifa zero”, “gratuidade para os estudantes e ônibus entre bairros com tarifas reduzidas a R$ 2,00”, “rede de água e esgoto em todas as comunidades rurais”, “atendimento de qualidade nos Hospitais e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS)”, moradia para todos”. Na propaganda das eleições 2022, o Brasil é o país dos sonhos... O cidadão brasileiro mora em uma cidade sublime, em um estado maravilhoso e em um país extraordinário. Não há problemas e todos são prósperos e felizes... A hipocrisia e as ideias fantasiosas são armas da maioria dos políticos, na busca pelos votos. Já a desonestidade, a má-fé, o despreparo de muitos políticos e a crise podem ser considerados os principais motivos para que as promessas não sejam cumpridas... Em suma, o contexto eleitoral dos dias atuais não é diferente dos pleitos anteriores. A imensa parte dos políticos continuam obcecados pelo poder e milhões de eleitores ainda trocam votos por saco de cimento, camisa de time de futebol, engradado de cerveja, churrasco, promessa de emprego, dinheiro.

Sérgio Lopes, Jornalista, professor, especialista em TV, Cinema e Mídias Digitais e em Letras (Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Inglesa) 

 

 

 

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Morte e Vida Severina

João Cabral de Melo Neto é dos  nomes celebrados na literatura nacional. Eis um  poema do grande autor...

Morte e Vida Severina

O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte Severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Dança do desempregado

O cantor, compositor e escritor Gabriel Contino, é conhecido pelo nome artístico Gabriel, O Pensador. O músico escreveu canções reflexivas, enfatizando questões representativas de temáticas como: racismo, preconceito, desigualdade social, miséria, empatia, solidariedade, união, amor ao próximo e desemprego.  Em 1997, o último tema foi desenvolvido na canção “Dança do Desempregado”.  Naquela época, muitos brasileiros enfrentaram o drama social do desemprego... Milhões de famílias dependeram exclusivamente da renda do trabalho para pagar suas contas e alimentar seus filhos.  Gabriel, O Pensador fez a letra com o intuito de criticar o contexto social do Brasil, da gestão do então ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB – SP). No século passado, no final da década de 90, os domingos dos programas televisivos de auditórios (Faustão e Gugu) promoveram excessivamente os ritmos musicais (axé e pagode). A “Dança do Desempregado” foi um deboche bem humorado aos hits baianos: “Dança do Bumbum, Dança da Cordinha, A Dança da Sensual, Dança do Robô”. O suingue do pagode e a batida do pandeiro fizeram parte do arranjo da música de Gabriel. Graças a Deus, “Dança do Bumbum, Dança da Cordinha, A Dança da Sensual, Dança do Robô” não fazem mais sucesso. Contudo, “A Dança do Desempregado” é uma triste realidade no Brasil de 2022.  Infelizmente, milhões de brasileiros estão desempregados. 


Dança do desempregado

Essa é a dança do desempregado

Quem ainda não dançou tá na hora de aprender

A nova dança do desempregado

Amanhã o dançarino pode ser você

 

E vai levando um pé na bunda vai

Vai por olho da rua e não volta nunca mais

E vai saindo vai saindo sai

Com uma mão na frente e a outra atrás

E bota a mão no bolsinho (Não tem nada)

E bota a mão na carteira (Não tem nada)

E bota a mão no outro bolso (Não tem nada)

E vai abrindo a geladeira (Não tem nada)

Vai porcurar mais um emprego (Não tem nada)

E olha nos classificados (Não tem nada)

E vai batendo o desespero (Não tem nada)

E vai ficar desempregado

 

Essa é a dança do desempregado

Quem ainda não dançou tá na hora de aprender

A nova dança do desempregado

Amanhã o dançarino pode ser você

 

E vai descendo vai descendo vai

E vai descendo até o Paragüai

E vai voltando vai voltando vai

"Muamba de primeira olhaí quem vai?"

E vai vendendo vai vendendo vai

Sobrevivendo feito camelô

E vai correndo vai correndo vai

O rapa tá chegando olhaí sujô!...

E vai rodando a bolsinha (Vai, vai!)

E vai tirando a calcinha (Vai, vai!)

E vai virando a bundinha (Vai, vai!)

E vai ganhando uma graninha

E vai vendendo o corpinho (Vai, vai!)

E vai ganhando o leitinho (Vai, vai!)

É o leitinho das crianças (Vai, vai!)

E vai entrando nessa dança

 

Essa é a dança do desempregado

Quem ainda não dançou tá na hora de aprender

A nova dança do desempregado

Amanhã o dançarino pode ser você

 

E bota a mão no bolsinho (Não tem nada)

E bota a mão na carteira (Não tem nada)

E não tem nada pra comer (Não tem nada)

E não tem nada a perder

E bota a mão no trinta e oito e vai devagarinho

E bota o ferro na cintura e vai no sapatinho

E vai roubar só uma vez pra comprar feijão

E vai roubando e vai roubando e vai virar ladrão

E bota a mão na cabeça!! (É a polícia)

E joga a arma no chão E bota as mãos nas algemas

E vai parar no camburão

E vai contando a sua história lá pro delegado

"E cala a boca vagabundo malandro safado"

E vai entrando e olhando o sol nascer quadrado

E vai dançando nessa dança do desempregado

 

Essa é a dança do desempregado

Quem ainda não dançou tá na hora de aprender

A nova dança do desempregado

Amanhã o dançarino pode ser você

Gabriel O Pensador