sábado, 30 de junho de 2018

Somos brasileiros na Copa do Mundo

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Imagem: Jornal A Voz de Araxá

          Na época da Copa do Mundo, a maioria do povo brasileiro esquece dos problemas e torce alucinadamente pela seleção pentacampeã.  De norte a sul do país, uma grande parte dos 209 milhões de habitantes perdem o juízo com (Neymar, Gabriel Jesus, Tite) e companhia.  Nos noventa minutos em que assistem os jogos da seleção, as cidades ficam vazias, as empresas param o expediente, os comércios fecham, as escolas não funcionam, os hospitais não recebem pacientes, os prefeitos decretam ponto facultativo...  A euforia verde e amarela contagia a população, a maior parte dos torcedores demonstram, momentaneamente, orgulho e satisfação pela nação.
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Imagem: Matéria Incógnita

          De quatro em quatro anos, o brasileiro é lembrado de forma positiva. O megaevento Copa do Mundo faz com que o cidadão do país sinta vencedor e merecedor do título mundial de futebol. Esse passageiro e falho amor ao Brasil é comprovado no desinteresse do brasileiro pelos problemas (políticos, econômicos, sociais, culturais, religiosos, científicos) e o comodismo diante dos mesmos. Durante a Copa da Rússia 2018, a imprensa mundial destaca o Brasil como favorito. A empolgação dos torcedores da equipe de Neymar pela conquista do hexa faz com que as vitórias substituam, aparentemente, os problemas de (violência, crime, corrupção, desigualdade social, desemprego) que afetam a vida da maior parte da população brasileira no cotidiano. 
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Imagem: Humor político

          Todavia, o sentimento patriota termina quando o juiz apita o fim da partida. A camisa dos milionários jogadores da seleção da CBF é tirada e deixada de lado. Tudo volta ao normal, uma parte significativa da sociedade passa a maldizer a gestão do país e dos políticos...  Não sabem votar, não conhecem seus direitos e muito menos seus deveres... Deveriam unir pela cultura, educação, lazer, saúde. Enfim, não podemos negar à beleza da torcida brasileira. Mesmo diante das diferenças, o povo une quando a seleção entra em campo. Entretanto, essa união deve ser levada para além dos estádios e utilizada na batalha pelo progresso do país. O engajamento da população é primordial para a saída das adversidades que o Brasil enfrenta e o amor à pátria deve ser alcançado pela mudança.

 Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Eles não largam o poder

Resultado de imagem para famílias políticas perpetuaram no congresso nacional
Imagem :www.semprefamilia.com.br

          O Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, Prefeituras e Câmaras Municipais são marcadas pelos escândalos de corrupção, trocas de acusações e até mesmo agressões físicas e verbais. Diante desses acontecimentos, as diversas instâncias de poder público do Brasil podem ser consideradas ambiente familiar? As famílias tradicionais (Sarney, Neves, Menicucci, Varella, Magalhães, Bias Fortes, Calheiros, Andrada, Alves, Quintão, Maia, Braz, Bornhausen, Richa, Barbalho dentre outros) perpetuaram e ainda perpetuam no poder. Os filhos desses clãs familiares da política despontaram e desenvolveram no cenário político rodeado por primos, tios e avós que “fizeram carreira” como (presidente, senador, governador, deputado, prefeito, vereador).

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Garibalde com o filho Walter Alves e Felipe Maia com o pai José Agripino na bancada de parentes
Imagem: .www.canalareiabranca.comr

          Pesquisas coordenadas recentemente pelo cientista político Ricardo Costa Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), evidenciam o peso dos laços familiares em outros campos do poder no Brasil: do Executivo federal (17 ministros do presidente Michel Temer são de famílias de políticos) ao municipal (16 dos 26 prefeitos de capitais eleitos em 2016). O modelo também é reproduzido no Judiciário e no Ministério Público. No Supremo Tribunal Federal, por exemplo, 8 dos 11 ministros têm parentes na área do Direito. Metade dos 14 integrantes da força-tarefa da Lava Jato também tem familiares magistrados e procuradores.  Segundo o site http://www.msnoticias.com.br, em agosto de 2017, a Revista Congresso em Foco revelou que pelo menos 319 Deputados Federais (62%) e 59 Senadores (73%) têm laços de sangue com outros políticos. Há parlamentares com sobrenomes associados nacionalmente à política, como Maia, Calheiros, Cunha Lima, Caiado, Barbalho e Magalhães, outros de influência regional e aqueles que inauguraram essa tradição.

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Imagem: http://www.siempre.net.br

          Essas famílias ainda possuem meios de comunicação e recursos financeiros favoráveis para financiamento de campanhas eleitorais. Além disso, o poder concentrado nas mãos dos poucos clãs políticos contribui para crescente corrupção e as desigualdades sociais e econômicas. Diante desta realidade, os donos do poder não permitem à entrada de outros grupos políticos na corrida eleitoral 2018. Eles diminuem as possibilidades de renovação política. Os caciques das agremiações partidárias tradicionais tentam prejudicar de todas as maneiras os candidatos que nunca exerceram cargos políticos. Os homens que desejam cumprir seus mandatos em prol do povo brasileiro e estão nas ruas 'atuando' politicamente, para as famílias políticas são considerados perniciosos no processo democrático.
Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)