Por que os três últimos dirigentes da casa do 7 x 1 estão envolvidos em corrupção?

Charge do Latuff

          O senhor Ricardo Terra Teixeira presidiu a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), de 1989 até 2012, sendo que no último ano pediu afastamento do cargo por licença médica.  A Seleção Brasileira conquistou a Copa do Mundo (1994 – Estados Unidos) e a Copa do Mundo (2002 – Japão/Coreia do Sul). Porém a gestão de Teixeira foi marcada por escândalos e denúncias. Segundo informações da Rede Record, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol por quatro crimes: lavagem de dinheiro, evasão de divisas, falsidade ideológica e falsificação de documento público. Além disso, o Jornal Estadão publicou que o Coaf, órgão de investigação financeira do Ministério da Fazenda, registrou movimentação atípica de Ricardo Teixeira dentro do Brasil de R$ 464,5 milhões entre 2009 e 2012. Somente num dos negócios ilícitos, conforme informações da Polícia Federal, o ex-presidente da CBF teria embolsado R$ 45 milhões...  

Charge do Bessinha

          José Maria Marin foi governador de São Paulo entre maio de 1982 e março de 1983. Entre os dias 12 de março de 2012 até 16 de abril de 2015, comandou a Confederação Brasileira de Futebol e o Comitê Organizador da Copa de 2014 no Brasil. No dia 08 de julho de 2014, em Belo Horizonte – MG, a seleção brasileira foi humilhada pela Alemanha. O time Alemão venceu por 7 x 1, e eliminou nossa seleção... Após deixar o cargo, Marin e outros seis dirigentes da Fifa foram presos no dia 27 de maio de 2015, na Suíça em uma operação surpresa concretizada a pedido das autoridades norte-americanas. Os dirigentes são investigados pela justiça dos Estados Unidos em um suposto esquema de corrupção. Conforme divulgou o www1.folha.uol.com.br, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que foram detidos, além do brasileiro Marin, Rafael Esquivel, Costas Takkas, Eugenio Figueredo, Julio Rocha, Eduardo Li e Jeffrey Webb.   
       

Charge do Mario Alberto

          Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, grande parte do esquema abrange propinas e subornos entre dirigentes da Fifa e executivos do setor na comercialização de jogos e direitos de marketing de campeonatos como eliminatórias da Copa do Mundo na América do Norte, a Concacaf, a Copa América, a Libertadores e a Copa do Brasil – (esta última, organizada pela CBF). Ainda de acordo com o www1.folha.uol.com.br, para a polícia suíça, as acusações que pesam contra os cartolas da Fifa estão relacionadas a um considerável esquema de corrupção de mais de US$ 100 milhões dentro da Fifa nos últimos 20 anos, envolvendo fraude, extorsão e lavagem de dinheiro em negócios ligados a campeonatos na América Latina e acordos de marketing e transmissão televisiva. No  dia 03 de novembro, o ex-presidente da CBF foi extraditado para os Estados Unidos depois de mais de cinco meses preso na Suíça. Segundo o Jornal O Globo, um juiz norte-americano determinou fiança de U$$ 15 milhões (cerca de R$ 57 milhões) e o dirigente vai esperar seu julgamento em regime de prisão domiciliar. Marin ficará em seu apartamento em Nova York, monitorado eletronicamente.

Charge do Léo

           Durante oito meses (abril – dezembro de 2015), Marco Polo Del Nero presidiu a Confederação Brasileira de Futebol. No último dia 03 de dezembro, pediu afastamento do cargo de presidente. Segundo a CBF, o objetivo da licença foi dedicar-se à sua defesa, em vista de ter seu nome mencionado em acusações relatadas pela Justiça norte-americana e pelo Comitê de Ética da FIFA. Del Nero é acusado de denúncias de corrupção no Brasil e no exterior. O portal uol.com.br, confirmou a abertura de processo administrativo contra Del Nero, em virtude de uma série de violações do código de ética da entidade. Ainda de acordo com o portal, os EUA apuram negociações de contrato da CBF e autorizados por Del Nero com a Traffic, empresa que comercializa eventos esportivos. As autoridades avaliam se Del Nero obrigou a Traffic a compartilhar contratos da Copa do Brasil com a Klefer (empresa de marketing esportivo) a partir de 2011. A Traffic detinha exclusividade no gerenciamento das transmissões do torneio promovido pela CBF até então. Segundo O Estado de S. Paulo, a Klefer pagaria à CBF R$ 128 milhões para ter direito aos torneios de 2015 a 2022, deixando a Traffic em segundo plano.

Charge do Mario Alberto

          Enfim, há décadas, impunemente, o futebol brasileiro vem sendo aniquilado pelos dirigentes: Teixeira, Marin, Del Nero...  A inovação essencial na imoralidade do cenário futebolístico é que passamos da fase de denúncias e ingressamos na de comprovações de criminosos esquemas. Há 14 anos, a Confederação Brasileira de Futebol já é conhecida pelas falcatruas, a partir dos relatórios da CPI do Futebol, no Senado, e da CBF Nike, na Câmara. Denúncias e escândalos poderiam ter sido detonados no Brasil, porém nenhuma providência ou ação foram tomadas pelos governos ou órgãos que receberam o relatório com recomendações. A prisão de (José Maria Marin) e o afastamento de (Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero) criam expectativas para que a CBF recupere a credibilidade e a transparência diante da sociedade brasileira. 

Sérgio Lopes