segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

A Matriarca Manoela

 

Minha amada e querida Dona Manoela foi uma brilhante mulher, nunca fugiu das responsabilidades e sempre colocou a felicidade (do marido, dos filhos, dos netos, dos bisnetos, dos genros e das noras) em primeiro lugar. Nesse dia, ela merece todos as homenagens e reconhecimento. Gostaria de aproveitar a oportunidade para falar um pouco da minha vó Manela. No dia 13 de dezembro de 1927, nasceu no Distrito de Santa Barbara, em São João Nepomuceno (MG), uma linda garotinha chamada Manoela Rodrigues de Souza. Era filha de Virgílio Goncalves (in memorian) e Alzira Rosa de Souza (in memorian). Manoela teve quarto irmãos que já faleceram: (Percília, Maria, Sebastiana e Dorfílio).  Em julho de 1944, aos dezesseis anos, Manoela casou se com Sebastião Rodrigues de Souza (21 anos). O jovem casal foi morar na cidade de Coronel Pacheco (MG)…  Em 1946, nasceu o primeiro filho (Sebastião Rodrigues de Souza Filho – in memorian). Depois do nascimento do pequeno Tiãozinho, a família Rodrigues cresceu… Dona Manoela e o senhor Sebastião tiveram mais 11 filhos (Antônio, Maria José – in memorian, Maria de Lurdes in memorian, Maria Célia in memorian, José Geraldo, Jorge, Elio, Edmar, Walto in memorian, Rogério, Sandra) e ajudaram na criação e educação do sobrinho do senhor Sebastião (Celso Rodrigues). Nas décadas de (1940, 1950, 1960, 1970), a vida era muito difícil para as pessoas que moravam nas áreas rurais. Grande parte das famílias trabalhavam nas fazendas (12 horas diárias), eram exploradas pelos fazendeiros e recebiam baixos salários. Os filhos dos empregados das fazendas não tinham oportunidade de estudar e eram “obrigados”  ajudar os pais no trabalho rural… Diante desta triste realidade, o senhor Sebastião e a dona Manoela trabalharam pesado na roça. Plantaram, colheram; criaram (porcos e galinhas); cuidaram dos gados… Infelizmente, os filhos da família Rodrigues não tiveram condições de completar os estudos. Eles começaram a trabalhar com o objetivo de contribuir para o sustento da família. O primogênito Sebastião Rodrigues de Souza Filho e Antônio Rodrigues começaram a trabalhar bem jovens. Entre 9 e 10 anos, as crianças da Dona Manoela trabalharam no curral exercendo o ofício de “Campeiro”. Além disso, os meninos ajudaram os pais nas plantações de (milho, arroz, feijão). Os outros irmãos (José Geraldo, Jorge, Elio, Edmar, Walto) seguiram o mesmo caminho de (Tiãozinho e Antônio). A irmã Maria Célia não trabalhou na roca, mas ajudou muito a mamãe nos serviços domésticos e cuidou dos irmão mais novos (Sandra e Rogério). A vida não estava fácil para a família Rodrigues. Eles trabalhavam demais e o dinheiro era curto. Em 1965, Sebastião Rodrigues de Souza Filho abandonou o trabalho rural e foi tentar a sorte em Petrópolis (RJ). Ficou por lá por uns tempos, e casou se com a senhora Nilza… Antônio Rodrigues deixou o trabalho do campo e foi para Juiz de Fora tentar novas oportunidades. José Geraldo foi também para Petrópolis e depois foi para Juiz Fora. Os outros filhos (Jorge, Elio, Edmar, Walto) partiram para Juiz de Fora. A casa do (senhor Sebastião e dona Manoela) ficou vazia. A filha Célia junto com a mamãe Manoela ajudaram os irmãos (Jorge, Elio, Edmar, Walto). Elas lavavam as roupas e mandavam comida diariamente pelo ônibus (Bassamar) para os meninos que estavam morando e trabalhando  em Juiz de Fora. Em 1977, a filha Maria Célia casou se com o Murilo e foi morar em Coronel Pacheco… Em 1979, O senhor Sebastião Rodrigues e a senhora Manoela junto com os dois filhos mais novos (Rogério e Sandra) deixaram a roça e mudaram para cidade. A família Rodrigues foi tentar ganhar a vida em Juiz de Fora.   Alugou um casa no bairro Manoel Honório e os filhos que já estavam trabalhando lá (Jorge, Elio, Edmar, Walto) também foram morar junto com os pais. O patriarca Sebastião Rodrigues arranjou emprego no Clube D. Pedro II. Nessa nova fase da vida,  Dona Manoela e senhor Sebastião moraram em vários bairros de Juiz de Fora. Manoela sempre esteve ao lado do marido e o acompanhou até o seu leito de morte…. Dona Manoela  não desistiu da vida e prosseguiu seu caminho com muita esperança e fé em Deus. Dona Manoela tornou a matriarca da família Rodrigues. O sábio francês Lavoisier do século XVIII , deixou uma frase incontestável para a humanidade : “na natureza nada se perde, tudo se transforma”, ou seja, tudo se desorganiza para se organizar novamente, de uma forma mais perfeita.  A morte não existe, hoje, Manoela faz sua passagem para outra dimensão…  Dona Manoela é vó de 20 netos e bisavó de 13. Dona Manoela é querida pelos genros e pelas noras. Dona Manoela é admirada por todos os amigos que estão aqui neste momento e também pelos que não compareceram. Dona Manoela é amor. Dona Manoela é uma força que motiva as pessoas. Dona Manoela é heroína. Dona Manoela e amada por todos. Dona Manoela superou os obstáculos da vida. Dona Manoela é a experiência . Dona Manoela é educação. Dona Manoela é superação. Dona Manoela é equilíbrio.  Dona Manoela é guerreira, corajosa, uma força da natureza.. É essência que ilumina, que orienta. É palavra de conforto , é  sorriso , é exemplo de vida,  é autoridade que educa. Dona Manoela é um ser único, na maioria das vezes esquece ou negligência seus próprios interesses em favor de outros. O coração de Dona Manoela é superior ao universo, e nele vive um amor (verdadeiro, incondicional e infinito). Sorrisos e lágrimas alternam em seu rosto consumido de preocupação constante. Contudo, a recompensa está garantida através do amor e reconhecimento dos seus entes queridos, e da certeza que  fez um trabalho maravilhoso! Dona Manoela viveu  noventa e cinco anos. O seu coração vai pulsar mais forte, seus olhos vão brilhar, os seus lábios vão sorrir. Talvez, essa seja a forma mais simplória para que a senhora Manoela seja sempre seguida como exemplo para todos. Quero colocar dentro desta singela homenagem todos os corações que te apreciam, toda a paz e luz que a senhora merece. Que a felicidade te acompanhe sempre e que ela seja ainda maior do que já é, pois é maravilhoso o bem que você planta ao longo do seu caminho. Tenha certeza que na vida, no tempo e na eternidade Deus descreve sorrindo tudo isso que tentei expressar.  São os mais sinceros sentimentos do seu neto Serginho . Vá em paz! Vá com os anjos! Obrigado por tudo, eu te amo, nós te amamos.

Jornalista e Professor Sérgio Lopes

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