O
vestibular no Brasil é impasse e ainda continua perverso, injusto, cruel. Pode
ser considerado estrutura que favorece poucos e deixa a maioria à margem,
expondo as injustiças sociais. A criação do ENEM (Exame Nacional do Ensino
Médio) elevou as possibilidades, porém não diminuiu a disparidade educacional que
preserva a iniquidade nas chances de ingresso universitário. Além disso, o
propósito de ampliar o acesso ao ensino superior não concretizou e na prática
não corrigiu as desigualdades sociais. O Sistema de Cotas nas universidades
federais, mesmo debatidas, visam reduzir desigualdades históricas e oferecer
chances a grupos excluídos. No entanto, ainda há resistência de quem percebe a equivalência
como vantagem indevida. A competição do vestibular permanece acirrada, as notas
mínimas exigidas seguem altas, a pressão psicológica continua intensa. O
sistema prioriza a memorização em detrimento do pensamento crítico, há carência
de suporte emocional, aconselhamento profissional e paridade de acesso. Em síntese,
ao passo que a educação básica for desproporcional, o vestibular — seja
tradicional ou via ENEM — continuará a revelar, com perversidade, as chagas da
desigualdade que dilaceram o Brasil.
Sérgio
Lopes Jornalista
Texto
publicado no Blog dos Letrados Desalienados (blogdosletradosdesalienados.blogspot.com),
em comemoração aos 10 anos de resistência crítica e literária do espaço
criado pelo jornalista Sérgio Murilo Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como
forma de consciência, sensibilidade e liberdade.
B dia Serjusss. Tranquilidade? Mto bom esse texto. Sobre esse assunto vc fala c propriedade, pois sentiu isso na pele, conheceu a fundo como funciona o sistema dos vestibulares.
ResponderExcluirVerdade meu querido irmão , infelizmente, nada mudou.
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