terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Quando o Poder Encara a Falta de Alma

 

Homens e mulheres exercem atividades remuneradas distintas, alguns enfrentam dificuldades e desafios. Suportam superiores incompetentes, cumprem jornadas extensas, seguem regras burocráticas, recebem salários pífios.  Contudo, certos profissionais superaram as adversidades e conseguiram cargos melhores.  Como resultado, passaram a ter mais influência.  Infelizmente, muitos assumem a posição de poder; há uma predisposição a mostrar condutas que podem ser vistas como cruéis. Isso pode aparecer de diferentes maneiras, em segmentos variados da vida. No local de trabalho: apadrinhamentos, cobranças fora de qualquer limite, insultos velados. No âmbito das interações humanas: manipulação sentimental, ataques indiretos, autoridade disfarçada de carinho. Na administração pública: arbitrariedades, escolhas sem critério, descaso com a coletividade. Na instituição religiosa: chefes doutrinários usam a fé para dominar, direcionar e punir fiéis. Nos meios de comunicação: vozes midiáticas usam visibilidade púbica para ridicularizar, distorcer fatos, arruinar imagens. Na indústria da persuasão: tirar proveito de fragilidades e explorar medos.  O poder é capaz de desencadear efeitos consideráveis, porém sua expressão requer prestação de contas e uma significativa consciência dos impactos justos e afetivos atrelados.  Nem todos estão capacitados para enfrentar essa obrigação; vários se deixam dominar por fome de poder e vazio emocional, manifestando uma crueldade pura que pode causar ferida eterna. Para criar  organizações humanas mais íntegras e sociais, é fundamental formar líderes que pensem e sintam e, como se não bastasse, é necessária uma preparação consistente, moral e psicológica. Em conclusão, só desse jeito é possível olhar adiante onde se concentra o poder com sensibilidade e consideração.

Sérgio Lopes Jornalista

Texto publicado no Blog dos Letrados Desalienados (blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e liberdade.

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