Homens e mulheres exercem atividades remuneradas distintas,
alguns enfrentam dificuldades e desafios. Suportam superiores incompetentes, cumprem
jornadas extensas, seguem regras burocráticas, recebem salários pífios. Contudo, certos profissionais superaram as
adversidades e conseguiram cargos melhores.
Como resultado, passaram a ter mais influência. Infelizmente, muitos assumem a posição de poder;
há uma predisposição a mostrar condutas que podem ser vistas como cruéis. Isso
pode aparecer de diferentes maneiras, em segmentos variados da vida. No local
de trabalho: apadrinhamentos, cobranças fora de qualquer limite, insultos
velados. No âmbito das interações humanas: manipulação sentimental, ataques
indiretos, autoridade disfarçada de carinho. Na administração pública:
arbitrariedades, escolhas sem critério, descaso com a coletividade. Na instituição
religiosa: chefes
doutrinários usam a fé para dominar, direcionar e punir fiéis. Nos meios de comunicação:
vozes midiáticas usam visibilidade púbica para ridicularizar, distorcer fatos,
arruinar imagens. Na indústria da persuasão:
tirar proveito de fragilidades e explorar medos. O poder é capaz de desencadear efeitos consideráveis,
porém sua expressão requer prestação de contas e uma significativa consciência dos
impactos justos e afetivos atrelados. Nem
todos estão capacitados para enfrentar essa obrigação; vários se deixam dominar
por fome de poder e vazio emocional, manifestando uma crueldade pura que pode
causar ferida eterna. Para criar organizações
humanas mais íntegras e sociais, é fundamental formar líderes que pensem e
sintam e, como se não bastasse, é necessária uma preparação consistente, moral
e psicológica. Em conclusão, só desse jeito é possível olhar adiante onde se
concentra o poder com sensibilidade e consideração.
Sérgio Lopes
Jornalista
Texto publicado no Blog dos Letrados Desalienados
(blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de
resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo
Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e
liberdade.

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