quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Natal

Faltam  poucos dias  para o 24  e o 25 de dezembro. As  famílias unem,  celebram, comem, bebem... Trocam presentes e enfeitam os lares.  Talvez a noite seja feliz,  mas ainda sentimentos a ausência de  pessoas amadas e queridas.  Muitos que partiram fizeram comemorações inesquecíveis.  Aqueles natais estão marcados para sempre nas memórias e nos corações.  Não há mais a mesma magia, O  imenso vazio predomina.  A mesa está incompleta.  O natal  não existe mais.  E agora,  o que fazer? 

           Sérgio Lopes   Jornalista 

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

O Nojo dos Canalhas

 

A infâmia e a desonestidade são realidades na sociedade. Muitos homens e mulheres adotam atitudes que produzem vergonha e descrédito. Estelionato, corrupção, falta de transparência, desinformação, promessas não cumpridas e conflitos de interesse são exemplos claros de baixeza e deslealdade. As consequências atingem tanto a vida privada quanto a coletividade. Os desonestos perdem a esperança, a amizade, os direitos individuais, os acordos e, sobretudo, a confiança. Mais grave: comprometem a capacidade de outros sobreviverem com dignidade. Em contrapartida, pessoas íntegras carregam atributos essenciais para a construção de um mundo mais justo e idôneo. São sinceras, corretas e conscientes. Sustentam princípios morais e demonstram compostura em suas ações e palavras, coerentes com seus valores. O repúdio dos canalhas é prova de caráter. Quem não se vende ameaça. O ódio deles é medalha de honra. Ser acolhido, muitas vezes, exige compactuação. Suportar esse fardo é permanecer limpo.

Sérgio Lopes Jornalista

Texto publicado no Blog dos Letrados Desalienados (blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e liberdade.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Os Donos da Verdade Digital

 

Na atualidade, milhões de pessoas têm acesso às redes sociais. Facebook, Instagram, X (Twitter), YouTube, TikTok e WhatsApp substituíram livros, jornais e revistas. Os usuários dos meios digitais acreditam saber tudo. Discutem quaisquer temáticas. Tornam-se senhores da verdade. A maioria frequentou instituições de ensino por tempo limitado, nunca cultivou hábitos de leitura, expressa-se mal, escreve pior ainda e, sobretudo, julga-se especialista em conhecimento. Nos debates políticos, econômicos, sociais, culturais, científicos, tecnológicos ou religiosos, apresentam-se como autoridades máximas. Demonstram desrespeito às opiniões alheias e aos indivíduos que possuem conhecimento profundo sobre determinado assunto. Os “intelectuais” da internet são arrogantes e preguiçosos. Buscam validação constante, rejeitam o estudo e a pesquisa. Ainda assim, são ovacionados por seus pares. Em contrapartida, aqueles que realmente detêm competência em uma área específica tendem a ser mais humildes. Por isso, são respeitados por comunidades verdadeiramente engajadas.

Sérgio Lopes – Jornalista

Texto publicado no Blog dos Letrados Desalienados (blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e liberdade.

 

 


domingo, 14 de dezembro de 2025

Minha Mãe Contra os Parasitas


Quando vivi a infância, nos anos 80 do século passado, sofri uma coceira intensa na cabeça.

O cabelo ficou tomado por pequenas bolinhas brancas.

Eu não entendia aquele desconforto.

Minha saudosa mãe entendeu.

Armada de um pente fino e um pano branco, passava-o no couro cabeludo.

A cada gesto, caíam bichinhos.

Muitos.

Depois veio o vinagre.

O cheiro — melhor não comentar.

No banho, o shampoo ardia nos olhos.

Reclamei.

Não adiantou.

O tratamento era rígido.

Só muito tempo depois compreendi.

Ela enfrentou parasitas que sugam o sangue humano.

Piolhos.

Lêndeas.

O pente fino e o Deltacid foram suas armas.

Mesmo com poucas posses, as mães humildes dos anos 80 protegiam seus filhos como podiam.

E quase sempre venciam.

Sérgio Lopes Jornalista

 

Texto publicado no Blog dos Letrados Desalienados (blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e liberdade.


sábado, 13 de dezembro de 2025

Honra e Fraude

O sucesso é fruto de  trabalho e dedicação.  Os que conseguem atingir  metas ,   certamente,  passaram ou passam  por  jornada de desafio, equilíbrio,  concentração,  superação.  O triunfo honesto é motivo de alegria.  Por outro,  há meios ilegais e corruptos  para alcançar objetivos.  Os acordos espúrios, as relações com pessoas de moral duvidosa, os atos ilícitos,  as amizades interesseiras,  as  bajulações excessivas podem ser formas de obter vantagens pessoais um tanto quanto  desonestas. No conflito entre  honra e  fraude,  você tem liberdade para seguir o caminho que quiser.  Mas lembre-se de que  a escolha  faz toda diferença na vida. Portanto,  tu és responsável pela decisão. 

                    Sérgio Lopes Jornalista 


 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Império dos Inúteis: Competência Não Entra

Há duas maneiras de “obter” emprego na atualidade: a primeira é se enfiar nos contatos, a patética varinha mágica dos inúteis que trocam dignidade por favores e talento por bajulação. A segunda é o tal do mérito próprio, essa aberração quase folclórica que só dá as caras para os poucos lunáticos que realmente trabalham enquanto o resto da humanidade monta coleção de desculpas dignas de museu. Se você depende de amigos, aceite seu destino: será apenas uma decoração humana programada para agradar, um manequim caro com cérebro de plástico desfilado por mãos alheias, sem voz, sem mérito e sem a mínima vergonha na cara. Se aposta no talento, prepare-se: os aplausos aparecerão arrastados, sem alma e quase pedindo desculpa por existir... E os olhares de desdém vão te lembrar, a cada segundo, que ter a petulância de fazer bem feito é quase uma afronta num mundo devoto ferrenho da própria insignificância. A humanidade cospe no esforço e lambe conveniências. Enquanto uns navegam à deriva no espumado conforto das panelinhas, outros afundam miseravelmente tentando ter competência. O mérito é um fantasma que ninguém vê e poucos suportam. Já o contato é um pavão histérico, cercado por sanguessugas sorrateiras, competindo ferozmente para arrancar, no dente, aquilo que jamais teriam capacidade de conquistar. Um abre portas à força, o outro fecha olhos com desprezo. Você escolhe: arriscar um brilho incômodo ou se dobrar em sorrisos falsos dignos de um servo sem orgulho. No fim, o espetáculo é sádico: o que resolve sangra em silêncio, enquanto o troféu de ouro da incompetência absoluta desfila vitória pisando no seu orgulho esmagado. Bem-vindo ao emprego moderno: um abatedouro de sonhos onde a mediocridade reina soberana e a humilhação é o pedágio para quem aceita ser triturado sem reclamar.

                                 Sérgio Lopes Jornalista


Texto publicado no Blog dos Letrados Desalienados (blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e liberdade.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

O Ser Essencial que Se Manifesta Depois da Máscara

No momento em que a voz do mundo silencia, a fachada social se desmancha, a máscara das aparências cai, quem são as verdadeiras pessoas?  A obrigatoriedade de simulação dos sentimentos de desapego, estabilidade, satisfação é real na existência contemporânea e, consequentemente, submete-se às vontades que nos foram impostas. Assumimos máscaras artificiais, evitando o julgamento dos outros e omitindo-se perante a própria realidade.  Tornamo-nos cópias do que esperam de nós, buscando agradar ao olhar externo e esquecendo o vazio que nos habita. O véu das aparências protege, porém acorrenta: oculta fraquezas, silencia confissões, oprime a alma. Quando o disfarce se dissolve, sobra o vazio e a necessidade de redescobrir a essência esquecida. Ser fiel à própria verdade é ato de intrepidez, pois significa defrontar o temor do dissentimento. A plenitude da autonomia emerge quando a alma se livra das ilusões. O eu autêntico não busca apreço, almeja a completude do ser. Em conclusão, livre de máscaras, tomamos consciência de que ser suscetível não caracteriza incapacidade, porém a materialização mais genuína do ser humano.

Sérgio Lopes Jornalista


Texto publicado no Blog dos Letrados Desalienados (blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e liberdade.