domingo, 16 de novembro de 2025

A Dialética da Presença e da Ausência

 

 

A pessoa feliz percebe valor nos detalhes da vida e aprecia o momento atual. Não se apoia somente em bens tangíveis, porém em equilíbrio interno e gratidão pela existência. Mantém conexões verdadeiras e sustenta a crença quando tudo parece incerto. Aproveita as provações como aprendizado e progresso. Encontra felicidade em si mesmo e não nas situações externas.  A pessoa infeliz concentra-se na carência e desconsidera seus triunfos. Não se sente realizado ainda que tenha resultados positivos e perspectivas. Precisa de estímulos externos para se sentir contente. Vive preso a críticas e visão pessimista. Dificilmente reconhece o que já possui e se mostra grato. A forma de (enxergar, entender, perceber, vivenciar) o mundo diferencia a pessoa feliz da infeliz.  A primeira é positiva, reconhece suas conquistas e tira lições dos desafios. A segunda fixa nos obstáculos e lamentações, nutre uma sensação permanente de dissabor. Enfim, ambas estão mais relacionadas ao estado de ânimo do que ao contexto exterior.

                                Sérgio Lopes Jornalista   

Texto publicado no Blog dos Letrados Desalienados (blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e liberdade.

sábado, 15 de novembro de 2025

Reflexão de sábado

 

A frase: (“Aprenda a não bater de frente com quem só entende o que lhe convém. Não vale a pena”) deixa claro a evidência de evitar discussão com indivíduos que apenas entendem o que lhes é conveniente, demonstra que a pretensão de fazer mudar de opinião quem não quer ouvir é perda de tempo. Além disso, destaca a importância de preservar a tranquilidade mental, realça a paz perante a dureza de pensamento dos demais. Bem como aponta prudência nas relações sociais, censura a indiferença e resistência à comunicação. Em síntese, mostra que o silêncio, em certas ocasiões, pode revelar mais cuidado que as palavras e, finaliza destacando que determinadas divergências não compensam abrir mão do equilíbrio emocional.

Sérgio Lopes Jornalista

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

O Vestibular que Rompe Sonhos

 


O vestibular no Brasil é impasse e ainda continua perverso, injusto, cruel. Pode ser considerado estrutura que favorece poucos e deixa a maioria à margem, expondo as injustiças sociais. A criação do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) elevou as possibilidades, porém não diminuiu a disparidade educacional que preserva a iniquidade nas chances de ingresso universitário. Além disso, o propósito de ampliar o acesso ao ensino superior não concretizou e na prática não corrigiu as desigualdades sociais. O Sistema de Cotas nas universidades federais, mesmo debatidas, visam reduzir desigualdades históricas e oferecer chances a grupos excluídos. No entanto, ainda há resistência de quem percebe a equivalência como vantagem indevida. A competição do vestibular permanece acirrada, as notas mínimas exigidas seguem altas, a pressão psicológica continua intensa. O sistema prioriza a memorização em detrimento do pensamento crítico, há carência de suporte emocional, aconselhamento profissional e paridade de acesso. Em síntese, ao passo que a educação básica for desproporcional, o vestibular — seja tradicional ou via ENEM — continuará a revelar, com perversidade, as chagas da desigualdade que dilaceram o Brasil.

Sérgio Lopes Jornalista

Texto publicado no Blog dos Letrados Desalienados (blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e liberdade.

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Viver de aparência

 

A propensão de milhões de homens e mulheres é sobreviver além de suas condições econômicas, instigadas pela imposição das aparências e pela carência de aceitação da sociedade. A loucura por (celebração, comemoração, festejo, farra, solenidade, evento, festival, confraternização) e o impulso por (produtos, bens, artigos, mercadorias, gastos) são prazeres momentâneos e efêmeros. Ao passo que os desdobramentos financeiros podem persistir e limitar o progresso. A responsabilidade de agir com prudência, o verdadeiro sentido dos bens, a gestão equilibrada do dinheiro, o aprimoramento legítimo estão no amadurecimento e na estabilidade, e não na vaidade, na soberba, no orgulho, na ostentação. No século XXI, diante da cultura de consumo desenfreado, os indivíduos que gastam sem poder e vivem de aparência demonstram irresponsabilidade. Focar na ostentação, não planejar, prejudica o futuro... Enfim, a inteligência consiste em harmonizar desejos com equilíbrio financeiro.

                                            Sérgio Lopes – Jornalista  

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Texto publicado no Blog dos Letrados Desalienados (blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e liberdade.


quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Graças a Deus, eu sou mineiro

Eu e mais 21.393.440 pessoas tivemos o privilégio de nascer em Minas Gerais, parte do Brasil abençoada por Deus. Aqui, no território mineiro, nós temos montanhas, cachoeiras, cidades históricas, municípios hospitaleiros, natureza exuberante, igrejas barrocas, carro de boi, fogão de lenha, feijão tropeiro,  tutu à mineira,  frango com quiabo,  torresmo,  couve,  pão de queijo,  doce de leite, café, broa de fubá , músicas na praça,  sossego e, sobretudo, gente humilde e honesta.  Além disso, nomes como: Alberto Santos Dumont, João Guimarães Rosa, Edson Arantes do Nascimento (Pelé), Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves, Itamar Franco , Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado, Fernando Sabino, Murilo Mendes , Carlos Chagas, Chica da Silva, Grande Otelo, Carolina Maria de Jesus , Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Samuel Rosa, Rogério Flausino, Wilson Sideral, Elza Soares, Fernanda Takai dentre outros são ícones mineiros que traduzem o espírito criativo e multifacetado  da nossa Terra para o  mundo. Diante de tantas belezas e talentos, a minha mineiridade permitiu conhecer a expressão: “Sou o mundo, sou Minas Gerais”. Qual é o verdadeiro significado? A afirmação é símbolo identitário que supera fronteiras e valor universal. Desenha um sujeito que se reconhece no chão de Minas, porém o projeta no encontro das humanidades e de seus paradoxos. Nas  Minas Gerais residem a tranquilidade, o interior , o fardo da lembrança; no mundo, ele se perde no fluxo da pluralidade e da desordem. O entrelaçamento dos dois expressa o ponto de encontro entre o silêncio da origem e o horizonte global. Ser mineiro, neste contexto, não é permanecer à margem, contudo abre direções para a revelação da própria identidade em diálogo com o outro. Em síntese, a alma mineira suporta a consonância entre o afastamento e a sapiência, entre o apego à terra e o desejo de infinito. É carregar nas montanhas o espelho silencioso do próprio ser.

                                            Sérgio Lopes Jornalista

Texto publicado no Blog dos Letrados Desalienados (blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e liberdade.


terça-feira, 11 de novembro de 2025

O Mestre Dorival Caymmi sempre teve razão

 

O baiano Dorival Caymmi (1914–2008) inspirou inúmeras gerações de artistas. A sua produção integra sensibilidade poética, tradições populares e a genuína alma brasileira. As principais obras são: “O que é que a baiana tem?” e “Saudade da Bahia”. Caymmi fez a seguinte declaração: “Música brasileira está doente com tanto mau gosto”. Expõe crítica ao declínio da qualidade artística no cenário musical dos dias atuais. Contudo, o público tem direito de apreciar a canção que quiser, mas ultimamente o gosto musical do brasileiro é criticado.  Nos anos 2000, o sucesso estrondoso de alguns hits não acompanhou a qualidade da melodia e da letra.   É válido observar que o juízo de valor de uma criação sonora é subjetivo, muitos curtem e outros desaprovam... Eis uma lista de 20 músicas “ruins”, marcadas por linguagem repetitiva, refrão de efeito imediato, simplicidade formal, forte apelo sexual, romantismo popular de construção rasa, ênfase dramática artificial, relação à agressividade e à falta de refinamento.

1 - Latino – “Festa no Apê” (2004)

2 – Tati Quebra Barraco – “Boladona” (2003)

3 – Bonde do Tigrão – “Cerol na Mão” (2001)

4 – MC Serginho e Lacraia – “Eguinha Pocotó” (2002)

5 – Rodriguinho – “Já Te Esqueci” (2003)

6 – Kelly Key – “Baba” (2001)

7 – Perlla – “Tremendo Vacilão” (2006)

8 – KLB – “A Dor Desse Amor” (2002)

9 – Rouge – “Beijo Molhado” (2003)

10 – LS Jack – “Carla” (2003)

11 – Pixote – “Idem” (2001)

12 – Mara Maravilha – “Curumim Iê Iê” (2000)

13 – Wanessa Camargo – “O Amor Não Deixa” (2000)

14 – Banda Calypso – “Chamo por Você” (2004)

15 – Sandy & Junior – “Encanto” (2002)

16 – Mc Leozinho – “Se Ela Dança, Eu Danço” (2004)

17 – Vanessa Rangel – “Palpite” (2000)

18 – D’Black – “Sem Ar” (2008)

19 – Latino – “Renata” (2007)

20 – Companhia do Pagode – “A Dança do Põe, Põe” (2000)

O Mestre Dorival Caymmi mostrou o vazio estético e o mercantilismo que emudeceram a essência emotiva da arte dos tempos passados. Suas palavras demonstram a insatisfação com o abatimento da sutileza e da perda de alma nas composições da atualidade. Portanto, invoca o renascimento da verdadeira arte musical, ancorada na profundidade emotiva, na beleza e na sinceridade criativa.

                                    Sérgio Lopes Jornalista

Texto publicado no Blog dos Letrados Desalienados (blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e liberdade.

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

A vida é louca

 


A vida é efêmera; por isso é primordial saber viver. Há quem se prende a princípios consagrados — regras, trabalho, família, a procura por dias de tranquilidade — e quem escolha caminhos que desprezem os padrões estabelecidos: desobediência às leis, fuga de responsabilidades, despreocupação com o futuro. As idas e vindas da existência revelam o contraste entre a cruz e a coroação. Muitos praticam o bem e recebem amor, ternura e gratidão; enquanto outros mergulham na sombra da perda do amparo, da solidão existencial e da ausência que o tempo não apaga. Há, também, os que obtêm poder e riqueza edificados sobre a falsidade e o desprezo pelos outros. O destino não se curva à lógica humana, uns desfrutam a prosperidade e outros padecem com os infortúnios do mundo. E, no fim, talvez, reside o encanto: a vida é louca, e é justamente por isso não consigamos compreendê-la. 

Sérgio Lopes Jornalista

Texto publicado no Blog dos Letrados Desalienados (blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e liberdade.