segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A sacanagem no Brasil não é recente

      No início do século XIX, O Rio de Janeiro passou por transformação profunda. A vinda da família real portuguesa movimentou a vida cultural do país, o Príncipe Regente Dom João VI trouxe diversos livros, obras de arte, documentos, riquezas, entre outros artigos. Bem como, a criação de (cursos, museu, biblioteca, teatro, observatório astronômico, jardim botânico) e decretou o fim do pacto colonial com a Abertura dos Portos às Nações Amigas. Em 1808, muitos portugueses vieram para o Brasil junto com a corte.
     O senhor Francisco Gomes da Silva, mais conhecido como Chalaça, foi amigo íntimo de Dom Pedro I. Teve participação na Independência da nação em 1822, na Constituição Federal de 1824 e na dissolução da primeira Assembleia Constituinte... Contudo, Chalaça sempre gostou de levar vantagens.  Usou as mulheres dos outros, sugou o dinheiro alheio, manipulou governos para conseguir proveitos monetários, criou intrigas, traiu políticos. A impunidade já prevalecia na Colônia, Período Joanino, Primeiro Reinado, Segundo Reinado, na Programação da República e na República Federativa do Brasil do século XXI.
    O modelo de colonização exploratória estabeleceu as sustentações para a disseminação da corrupção, que seguiu procurando terreno fértil para se preservar na esfera pública, alimentada pela falta de punição e pela continuidade de elites no poder. As trapaças, artimanhas, depravações, sacanagens sempre foram constantes na cena política brasileira.  O interesse pessoal sempre preponderando sobre as obrigações gerais. Os bastidores do poder político foram impregnados pelo vício da picaretagem. A sociedade progrediu no espírito de punir, porém não dá para limpar em poucos anos uma cultura. A corrupção não vai acabar imediatamente, no Brasil. Por fim, para modificar um pensamento são necessários séculos.

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)

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