No
período de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém (Pará), Brasil, ocorreu a COP
30 (30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas). O encontro
mundial examinou estratégias para enfrentar a crise climática. Ainda, entraram
em discussão propostas para reduzir emissões, apoiar o clima, reforçar a
adaptação, resguardar as florestas e ampliar as energias sustentáveis.
Entretanto, uma fala polêmica se tornou o centro das atenções: o chanceler
alemão Friedrich Merz disse que os profissionais de imprensa de sua delegação
estavam “felizes” por partir de Belém e regressar à Alemanha, fala interpretada
por muitos como desrespeitosa e marcada por discriminação. Os críticos
consideraram que a declaração desqualifica Belém e sua gente, retratando o
lugar como inferior ou malvisto. Além disso, revela olhar colonialista e
desrespeita a herança cultural da Amazônia, exatamente num encontro que promove
inclusão e cooperação global. Por outro
lado, alguns podem entender que é possível supor que a intenção não era criticar
a cidade, e sim relatar o cansaço provocado pelo ritmo intenso, pelo calor
forte e pela estrutura operacional do evento. Ademais, a carga pesada de
trabalho na COP30, somada às negociações extensas e ao clima político tenso,
pode ter provocado uma fala infeliz. Portanto para quem está indignado com o
líder alemão, o que disse soa desajeitado e revela fragilidade diplomática ao
tratar Belém dessa forma. Afirmar algo assim reduz a credibilidade de quem
deveria manter postura respeitosa e responsável em uma conferência global como
a COP30. Já quem defende o chanceler, deve considerar que a observação talvez
tivesse como alvo o desgaste e não aos moradores ou às expressões culturais da
Amazônia.
Sérgio
Lopes Jornalista
Texto
publicado no Blog dos Letrados Desalienados
(blogdosletradosdesalienados.blogspot.com), em comemoração aos 10 anos de
resistência crítica e literária do espaço criado pelo jornalista Sérgio Murilo
Rodrigues Lopes, dedicado à palavra como forma de consciência, sensibilidade e
liberdade.

Nenhum comentário:
Postar um comentário