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No final século XIX, a sétima arte tornou realidade. Os irmãos Lumière
criaram o cinematógrafo, realizaram as primeiras exibições públicas e pagas do
cinema. “A saída dos operários da fábrica” e “A chegada do trem à estação”
foram os dois filmes mais conhecidos e que tiveram repercussão mundial. Ainda
no fim do século XIX, surgiu o produtor de filmes de ficção, George Mèlies. Ele
foi responsável pela inserção da fantasia na realização dos filmes e narrativas
voltadas para o entretenimento. Nas duas primeiras décadas do século XX, os
filmes realizados consolidaram e desenvolveram a linguagem do cinema como arte
independente. No ano de 1926, o som surgiu no cinema, com o filme "The
Jazz Singer" da Warner Brothers. Contudo, o som não era totalmente
sincronizado. Somente em 1928, a Warner Brothers obteve sucesso com a sincronização
entre o som e a cena, no filme “The Light of New York". Do final dos anos
de 1920 até 2018, o cinema passou por processo evolutivo. A trajetória foi
marcada por status, glamour, encantamento aliado à modernidade e sofisticação.
Imagem: Key Differences |
Duas produtoras de cinema destacam nos dias atuais. A norte-americana Hollywood tornou a mais famosa do planeta. A indiana Bollywood é considerada a maior produtora mundial de filmes. Diante disso, algumas nações têm a indústria cinematográfica como atividade econômica relevante. O audiovisual e o cinema estão em crescimento incessante, no século XXI. A ampliação dos meios pelos quais se veiculam sons e imagens como (internet, rede social, celular, DVD, TV digital aberta, TV digital “por assinatura” dentre outros) configuram seu aparecimento cada vez superior e mais significativo. O audiovisual representa uma das maiores exportações dos Estados Unidos e provavelmente, a parte mais considerável. A inovação digital na captação e reprodução de imagens podem baratear os custos da produção audiovisual. Bem como, universalizar o acesso a alguns dos meios tecnológicos e possibilitar o aumento da produção. Os novos meios de veiculação e produção tornam os produtos audiovisuais mais acessíveis e presentes às pessoas? Eles somam a tendência ao aumento do tempo disponível para lazer e consumo na sociedade moderna?
Imagem: SlidePlayer |
Segundo o diretor e cineasta André Klotzel: “No Brasil, o cinema
nacional chegou a ocupar mais de 30% do mercado interno durante toda década de
1970 e início dos anos 1980. Em seguida ocorreu uma queda e, depois, um
desaparecimento abrupto da atividade no início dos anos 1990, com o desgoverno
Collor, até ir ressurgindo e começar a ocupar espaço mais significativo no
início de milênio. Chegamos à faixa dos 10% de ocupação, tivemos um pico de 23%
em 2003, 15% no ano seguinte e, em 2005, ficou mais ou menos nos 10%”. Todavia,
a quantidade de pessoas que prestigiam as salas de cinema do país aumentou mais
de 60% nos últimos oito anos. De acordo com dados do Observatório Brasileiro do
Cinema e do Audiovisual (OCA), divulgado no início de 2018, o levantamento analisa
os números de 2009 a 2017. Conforme a OCA, o total de público nas salas de
cinema do Brasil, no último ano, foi mais de 181 milhões de telespectadores. A
quantidade de pessoas é a segunda maior desde que os levantamentos começaram a
ser feitos em 2009, ficando atrás apenas de 2016 com 184 milhões.
Imagem: Orçamento Global Anual |
Diante da possível realidade, o cinema digital pode ser considerado meio
de veiculação de peças audiovisuais, que já começa a substituir as salas de
projeções tradicionais (em película). Ele veio para facilitar e democratizar em
termos produtivos no cinema como conhecemos antigamente, onde os valores dos
equipamentos e da finalização eram extremamente impeditivos. Os impactos na sociedade são cada vez
maiores, uma vez que qualquer um pode colocar seu filme na internet e exibi-lo
para milhões e milhões de pessoas, através desta importantíssima ferramenta de
distribuição digital de conteúdos produzidos por qualquer pessoa de qualquer
lugar do mundo. Por fim, a possibilidade de democratização do fazer
audiovisual, pode contribuir para o desenvolvimento e conhecimento identitário
das mais diversas comunidades e grupos humanos. A existência de incentivos econômicos
suficientes torna-se necessário para convencer os responsáveis pela exploração
dos cinemas. As possibilidades de receitas adicionais através de conteúdos
alternativos são argumentos favoráveis.
Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)