Eu amo o chefe, o diretor, o prefeito,
o vice-prefeito, o vereador, o deputado, o governador, o senador, o ministro, o
presidente, o secretário, o médico, o delegado, o empresário, o padre, o pastor.
Eu gosto das pessoas poderosas. Eu sou solícito e sorridente. Eu ofereço tudo
que tem, até o copo de água. Eu quero sair bem na foto, literalmente – no
facebook, no instagram, no twitter, no zap, na tevê, no jornal, no rádio, na
revista, nos eventos sociais, nas reuniões, nas campanhas eleitorais, nas
festas, nas inaugurações de obras públicas. O meu intuito é tratar bem o
superior enquanto for superior e obter algo para meu próprio benefício. Afinal
de contas, quem sou eu? Eu sou a figura
humana detestável que adora lisonjear servilmente, bajular. Sou conhecido
popularmente como: (puxa-saco, bajulador, lambe-botas, babão, adulador, baba-ovo,
capacho). Faço tudo para agradar ao chefe, tenho personalidade dissimulada e sou
naturalmente interesseiro. Além disso, passo por cima de valores morais,
atropelo quem quer que esteja no meio desse caminho. Caro leitor, você convive
ou já conviveu com um bajulador no seu trabalho? O puxa-saco de plantão está
presente em todas as empresas. De norte a sul do Brasil, por ação do adulador,
muitos trabalhadores são perseguidos na administração pública e privada.
Infelizmente, são “julgados” e “condenados” sem direito a defesa. Vários são
exonerados e demitidos, sendo que a maioria não tem oportunidade para expor sua
versão a respeito dos acontecimentos. Os capachos têm como ideal adular o
superior. Alguns tornam-se autoridades e recebem boa remuneração. Outros são
apelativos com suas bajulações sem limite, deixam seus empregadores em
situações constrangedoras ou comprometedoras. O desejo ardente de ganhar a
admiração do patrão, causa prejuízo no ambiente de trabalho, com outros
funcionários. Os puxa-sacos não serão extintos da terra. Infelizmente, o
bajulador do presente poderá ser o patrão do futuro. O mais viável é ficar em silêncio
e fazer o trabalho de maneira correta. Enfim, conforme José
Gomes Filho, o famoso Jackson do Pandeiro (cantor, compositor
e multi-instrumentista brasileiro): “A
gente trabalha tanto e não consegue o que quer. Quem anda puxando o saco está comendo
de colher.”
Sérgio
Lopes, Jornalista, professor, especialista em TV, Cinema e Mídias Digitais e em
Letras (Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Inglesa)