terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Gregório de Matos tinha razão


No período de 1601 a 1700, a Bahia era formada pela maioria da população (pobre, excluída, explorada), clero, governo, os fidalgos e a corrupção dos portugueses. O estado nordestino formou alguns intelectuais e controlou a vida religiosa. Além disso, tornou-se polo jurídico e administrativo da colônia. O baiano Gregório de Matos Guerra, o “Boca do Inferno”, foi o primeiro escritor da história brasileira a criticar a sociedade. Ele usava uma crítica ácida, através de sua poesia satírica. No distante século XVII, Gregório afirmou que: “o honesto é pobre, o ocioso triunfa, o incompetente manda”. Os honestos têm oportunidade no Brasil? Milhões de trabalhadores brasileiros trabalham e pagam impostos exorbitantes. Entretanto, não são beneficiados. A educação, saúde, transporte, segurança pública são ineficientes... Os que são ociosos levam vantagens? Muitos são vadios e preguiçosos, eles não fazem nada ou fazem as coisas sem vontade. Alguns conseguem “resultados positivos”, seja através de indicação de pessoas influentes para exercer cargos políticos, na base do puxa-saquismo, na ilegalidade do tráfico de drogas e na infâmia da corrupção e do estelionato. As fraudes e os acordos espúrios não são os únicos problemas relevantes do país. A incompetência de vários funcionários na administração e gestão dos setores públicos e privados são também considerados agravantes no Brasil atual. Há pessoas incompetentes e suspeitas que exercem cargos de chefia, principalmente nas prefeituras. Os cargos comissionados são preenchidos por indicações políticas, significando um autêntico cancro na administração pública. Bem como, acarreta o inchaço do estado, o assistencialismo e a compra de votos de famílias inteiras de eleitores nos períodos de eleições. Enfim, Gregório de Matos o “Boca do Inferno” tinha razão. Em pleno século XXI, o homem honesto é injustiçado e não tem condições financeiras favoráveis. O ocioso vive na malandragem e prepondera. O incompetente manda, porém é analfabeto, incapaz, inábil, ignorante, insuficiente, imperito.

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Sofremos injustiça


   “Indivíduos semelhantes e em iguais condições receberam ou recebem tratamento desigual”.  A frase pode ser considerada ausência de justiça. Afinal, qual é o sinônimo da palavra “injustiça”? Segundo o site www.sinonimos.com.br, o vocábulo significa arbitrariedade, desigualdade, iniquidade, parcialidade, ilegalidade, desrespeito, tendenciosidade. Muitos brasileiros que estão no ambiente de trabalho, na repartição pública, no setor educacional, na saúde, na área de segurança pública, no meio político, no convívio familiar sofreram e ainda sofrem injustiças. 
      Os injustiçados vivem esta realidade no cotidiano, Independente de condição financeira, raça, sexo, religião. Há trabalhadores nas diversas cidades do país que são “julgados” e “condenados”, sem direito a defesa. Vários são exonerados e demitidos, sendo que a maioria não tem oportunidade para expor sua versão a respeito dos acontecimentos.  As atitudes mesquinhas, covardes e autoritárias de alguns filhos e filhas de prefeitos, chefes de administrações municipais, vereadores, grupos políticos, funcionários públicos efetivos e contratados, empresários, comerciantes, latifundiários e secretários municipais das áreas de (educação, saúde) prejudicam bastantes homens honestos. 
     Os “donos dos municípios” são obcecados por dinheiro, vaidade e poder. Além disso, não medem esforços para atingir os próprios interesses e passam por cima de qualquer pessoa... Quando suas vantagens são contrariadas, podem lesar qualquer indivíduo. Eles não levam em consideração a competência, caráter, índole, honra e ética do homem.  Portanto, os que são ou foram vítimas da injustiça devem esquecer o desgosto em relação aquilo que o feriu e caminhar em frente! Isso não significa o abandono, representa aquilo que já foi realizado e não provoca mais nenhum tipo de sofrimento emocional.  Sobretudo, o filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, Platão já afirmava: “Quem comete uma injustiça é mais infeliz que o injustiçado”.
Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)



segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O ser humano só é solidário no câncer

        O jornalista e escritor mineiro Otto Lara Rezende mencionou a seguinte frase:
"O mineiro só é solidário no câncer". A declaração pode ser considerada forma de manifestar insensibilidade, desprezo, frieza e falta de solidariedade da maior parte da população brasileira, com os infortúnios dos outros.  Talvez, a intenção de Otto não era referir, especificamente, ao povo de Minas Gerais...  Tanto o mineiro quanto qualquer brasileiro, eles só são generosos em momentos difíceis, no resto do tempo ninguém preocupa? Infelizmente, vivemos em uma sociedade marcada pelas divergências. A maioria das pessoas não possui condições básicas para sobreviver. Os menos favorecidos economicamente são injustiçados, explorados, perseguidos e excluídos.
       Ganham salários pífios, dormem mal, não alimentam corretamente, possuem moradias precárias, não têm saneamento básico e estão desempregados. Já os endinheirados que trabalharam ou trabalham honestamente, os que herdaram fortunas e os que enriqueceram ilicitamente vivem no Brasil dos sonhos. Moram em bairros nobres, frequentam festas e restaurantes badalados. Usufruem de sofisticados automóveis importados, viajam para Europa e Estados Unidos, controlam e ditam o poder econômico no país. Contudo, ricos e pobres podem ser vítimas do câncer.   No século XXI, a enfermidade tem destruído vidas e famílias de miseráveis e ricaços. Amor, carinho e atenção são considerados remédios para ajudar pacientes com câncer. A solidariedade das pessoas é considerada uma das principais armas de combate. 
       Os portadores da doença precisam do apoio dos amigos, bem como as atribuições de médicos e enfermeiros para prestar assistência específica a cada diagnóstico, possibilitando tratamento, reabilitação (quando possível) e atendimento aos familiares. É imprescindível que todos se conscientizem de que os pacientes com câncer não podem esperar. O sofrimento é inevitável, os que são do bem e generosos podem contribuir para superação do momento. Já os insensíveis, indiferentes, frios, cruéis não respeitam a dor dos outros e não são solidários nem no câncer.
Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

O Brasil é um país de merda?


     A maioria da população do país não possui condição financeira favorável, recebe baixo salário e não tem (educação, saúde, transporte, segurança pública) de qualidade. A péssima condição de vida e o desemprego assustam o brasileiro. Nos últimos anos, a crise levou muitos a extrema pobreza e elevou a desigualdade. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2019, a população brasileira atingiu a marca de 210,1 milhões de habitantes. Todavia, no ano de 2018, o Brasil alcançou 13,5 milhões de pessoas em extrema pobreza. Ainda de acordo com o IBGE, 4,5 milhões a mais que em 2014, quando o país vivia sob os níveis mais baixos de desemprego.
    O IBGE declara em situação de extrema pobreza, quem dispõe de menos de US$ 1,90 por dia, o que consiste a aproximadamente R$ 145 por mês. Essa linha foi definida pelo Banco Mundial para acompanhar a ascensão da pobreza global. Conforme o IBGE, no ano de 2012, eram 11,3 milhões de brasileiros em extrema pobreza. Até 2014, ano em que o contingente de profundamente pobres chegou a seu menor número no passado recente, 2,3 milhões de pessoas saíram desta condição. Desde então, este contingente aumentou ano a ano e chegou a 2018 representando 6,5% de toda a população do país. Dados do ano atual, ainda não foram divulgados.    
   Tendo em vista os fatos analisados, é revoltante o retrato da vida no Brasil. Governos anteriores e governo atual ainda não conseguiram sanar os problemas sociais que assolam o território nacional. Há solução? Uma boa parte dos políticos e da população são responsáveis pelas tristes estatísticas. A maior parte do povo e dos políticos são obcecados pelo poder, vaidade, ganância, prepotência. Os alienados, fúteis, fanáticos, burocratas, corruptos, hipócritas, covardes, inescrupulosos são os verdadeiros culpados pelo insucesso do Brasil. Enquanto eles permanecerem no comando, o nosso país continuará a mesma merda.  

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)


terça-feira, 29 de outubro de 2019

Do Impresso a Internet, o que mudou?


          Os primeiros veículos de comunicação do país surgiram no ano de 1808. Em junho, circulava o “Correio Braziliense”, fundado, em Londres, por Hipólito José da Costa. Já o primeiro jornal editado foi a “Gazeta do Rio de Janeiro”, dirigida por frei Tibúrcio José da Rocha. Posteriormente, surgiram outros impressos. O telégrafo foi inaugurado em 1857, com a instalação da primeira linha telegráfica, entre Petrópolis e a praia da Saúde, na cidade do Rio de Janeiro. Em 1877, as primeiras linhas telefônicas instaladas, na capital carioca, ligaram o Palácio da Quinta da Boa Vista à residência dos ministros do imperador D. Pedro II. No dia 07 de setembro de 1922, o rádio foi oficialmente inaugurado no país, na transmissão do discurso do então presidente Epitácio Pessoa, em comemoração ao centenário da independência e inauguração da radiotelefonia. 
         Em 1923, surgiu a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro por intermédio do médico Edgard Roquette Pinto. Além disso, estações de rádios foram surgindo em diversas cidades. No dia 18 de setembro de 1950, Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, inaugurou o primeiro canal de televisão da América Latina (TV Tupi), dando início comercialmente a história da tevê no Brasil. Várias emissoras de televisão foram surgindo, sendo que algumas faliram e outras ainda continuam no ar. O crescimento nas áreas de informática, robótica, telecomunicações e biotecnologia são caracterizadas pela importação de nações capitalistas desenvolvidas, especificamente os Estados Unidos.  Ocorreram, sobretudo no ano de 1958 e nas décadas de 60, 70, 80, 90 do século XX. Contudo, a revolução tecnológica foi concretizada com o surgimento da internet. 
            Possibilitou que a informação alcançasse níveis de dimensão rapidamente em curto tempo. A internet do século XXI e os demais meios de comunicação podem ser responsável pela informação, entretenimento e meio de expressão de opinião das atividades políticas, econômicas, sociais e culturais. Enfim, são também considerados por muitos cooperadores de orientação ideológica, fuga da realidade, manipulação, separação do sujeito em relação ao grupo, ruptura e mudança de valores culturais, morais e sociais.  

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A sacanagem no Brasil não é recente

      No início do século XIX, O Rio de Janeiro passou por transformação profunda. A vinda da família real portuguesa movimentou a vida cultural do país, o Príncipe Regente Dom João VI trouxe diversos livros, obras de arte, documentos, riquezas, entre outros artigos. Bem como, a criação de (cursos, museu, biblioteca, teatro, observatório astronômico, jardim botânico) e decretou o fim do pacto colonial com a Abertura dos Portos às Nações Amigas. Em 1808, muitos portugueses vieram para o Brasil junto com a corte.
     O senhor Francisco Gomes da Silva, mais conhecido como Chalaça, foi amigo íntimo de Dom Pedro I. Teve participação na Independência da nação em 1822, na Constituição Federal de 1824 e na dissolução da primeira Assembleia Constituinte... Contudo, Chalaça sempre gostou de levar vantagens.  Usou as mulheres dos outros, sugou o dinheiro alheio, manipulou governos para conseguir proveitos monetários, criou intrigas, traiu políticos. A impunidade já prevalecia na Colônia, Período Joanino, Primeiro Reinado, Segundo Reinado, na Programação da República e na República Federativa do Brasil do século XXI.
    O modelo de colonização exploratória estabeleceu as sustentações para a disseminação da corrupção, que seguiu procurando terreno fértil para se preservar na esfera pública, alimentada pela falta de punição e pela continuidade de elites no poder. As trapaças, artimanhas, depravações, sacanagens sempre foram constantes na cena política brasileira.  O interesse pessoal sempre preponderando sobre as obrigações gerais. Os bastidores do poder político foram impregnados pelo vício da picaretagem. A sociedade progrediu no espírito de punir, porém não dá para limpar em poucos anos uma cultura. A corrupção não vai acabar imediatamente, no Brasil. Por fim, para modificar um pensamento são necessários séculos.

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)

domingo, 20 de outubro de 2019

A Indústria Cultural e a Comunicação de massa visam o lucro




          Na década de 1940, os pensadores alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer escreveram o livro intitulado “Dialética do Esclarecimento". A obra destacou pela primeira vez a expressão “Indústria Cultural”. Afinal, qual é o significado do termo? Qual é o objetivo? Qual é a característica? Antes das respostas, é preciso entender que os meios de comunicação de massa são amplamente consumidos pela indústria cultural feito ferramentas de propaganda.  A indústria cultural pode ser considerada meio de produzir cultura no período industrial capitalista. Designa principalmente, a situação de arte na sociedade capitalista mercantil, definido por modo de produção que tem como objetivo o lucro.

          Além disso, algumas características marcantes são: conteúdo feito para consumo rápido; processo de produção que busca o ganho o grande consumo das massas; influência marxista que afirma que a economia funciona como impulsionadora da realidade social; avanços tecnológicos que garantiram a produção e disseminação rápida das obras produzidas; democratização e maior acesso aos conteúdos produzidos. Outro termo relevante da chamada indústria cultural é a comunicação de massa.  Ela consiste em todos os tipos de expressões culturais (gastronomia, desenhos animados, moda, séries de televisão, gênero de dança, revista, música, dentre outros) que são produzidos para alcançar a maior parte dos consumidores, com o intuito comercial, ou seja, constituir produtos para consumo.

          A comunicação de massa conserva modelo previsto para consumo instantâneo. A indústria cultural e a comunicação de massa podem ser usadas como sinônimos. Ambas têm o propósito de alcançar a maioria das pessoas, desconsiderando qualquer tipo de separação que possa existir na sociedade de notícias de outros serviços que “sustentam” os cidadãos. Os meios de comunicação de massa são os relevantes colaboradores da indústria cultural para propagação da comunicação de massa, contribuindo no processo de alienação e homogeneização cultural dos consumidores. Por fim, a indústria cultural e a comunicação de massa não transmitem valores simbólicos, mas visam o lucro obtido a partir do consumo da maior quantidade possível de pessoas.

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Os comentários depreciativos desonram jornalistas e outros profissionais?

     Nos dias atuais, todos podem falar o que pensam. As opiniões diferenciadas são essenciais para aprimorar o conhecimento e a qualidade do debate. Nos anos de 2018 e 2019, acompanhamos pela internet (blogs, revistas, jornais). Alguns jornalistas e profissionais de outras áreas que produziram e produzem (matérias, textos e artigos) para Jornal e Revista, eles foram ou são incompreendidos por parte do público. Os veículos de comunicação reservam espaço para o leitor fazer comentários, a respeito dos conteúdos produzidos. Além disso, deixa explícito que os comentários não representam a opinião do jornal ou da revista; a responsabilidade é dos autores das mensagens. 
     As empresas jornalísticas e especificamente o “Tribuna de Minas” enfatizam que reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Muitos leitores fazem comentários anônimos, identificam seus nomes com siglas, camisas de times de futebol e partidos políticos.  Não sabem expor suas opiniões... Infelizmente, são deselegantes e partem para ataques pessoais. Quando não concordam com (matérias, textos e artigos) publicados, alguns destilam ódio, intolerância, violência verbal, ameaça de morte, racismo, preconceito, rancor. 
         Eis alguns comentários de leitores retirados de jornais e revistas: “Quanta bobagem! O titulo é oportunista e mentiroso. A 1ª frase é simplesmente ridícula. Qual o objetivo do artigo? O missivista vai se candidatar?” “Parece redação de crianças do ensino fundamental kķkkkkk”. “Logo abaixo da "manchete" consta os créditos para dois -huáhuáhuáhuáhuáhuahuáhuáhuáhuá -, "REPORTERES", ou seja, Marcos Araujo e Vivia Lima. PQP, TM tu estás de brincadeira, parece redação de guri da quinta série, ou talvez, nem isso!!!”  “Nordestino é uma desgraça cambada de demônio”. O nível da argumentação extrapolou a esfera da moral, em qualquer debate público. A falta de educação e falta  de respeito tomaram o lugar do debate honesto. Enfim, resta fazer a nossa parte e procurar estabelecer a cada dia nossa conduta para não cairmos nessa abominação que vem se espalhando no mundo virtual, a intolerância.
Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)

sábado, 31 de agosto de 2019

Nada mudou nos 519 anos do Brasil


          O Brasil foi colonizado por Portugal, as nossas riquezas foram levadas para a Europa, parte significativa da população brasileira vivia em condições precárias.  Não havia moradias adequadas, não havia saneamento básico, sistema de saúde e educação eram insuficientes... Com o processo de independência do país, tanto D. Pedro I quanto D. Pedro II, no chamado período imperial, não conseguiram melhorias para maior parte das pessoas. A Proclamação da República possibilitou desenvolvimento na vida dos brasileiros? As oligarquias revezaram no poder, administravam o Brasil com objetivo de atender os próprios interesses... Getúlio Vargas passou a comandar o país, devido a Revolução de 1930, e ficou até 1945. Vargas implantou a política de direitos sociais e trabalhistas. 
          No período (1946 até 1964) conhecido como Redemocratização, os presidentes eleitos buscaram apoio popular com medidas demagógicas. Contudo, não cumpriram as promessas para melhorar as condições de trabalho, saúde, educação, transporte. No período de (1964 até 1985), os militares conduziram a nação. Entre 1967 e 1973, os chamados anos do “milagre econômico”, o Brasil teve expansão do consumo interno, crescimento no setor industrial, abertura de novos postos no mercado formal de trabalho. Entretanto, o mesmo tempo que elevava as vagas de empregos, o valor médio do salário mínimo reduzia. No período de 15 de março de 1985 até 15 de março de 1990, o governo de José Sarney foi marcado pelo alto índice de inflação e planos econômicos frustrados. 
          Já no período de março de 1990 até os dias atuais, os presidentes eleitos democraticamente tentaram medidas para resolver os problemas enfrentados pela maioria da população. Porém, nada mudou nos 519 anos do Brasil. Parte significativa da população reclama da “qualidade do atendimento” e das “filas intermináveis” nos hospitais e postos de saúde, há milhões de brasileiros desempregados, alto índice de violência e criminalidade, habitações precárias, poluição, falta de saneamento básico, desigualdade social... Por fim, pode ter ocorrido progresso nos últimos anos, nas áreas sociais. Mas Infelizmente, ainda existem muitos problemas que afetam a vida das classes menos favorecidas social e economicamente.
Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

O mundo está complicado

       O caráter é considerado traço marcante da personalidade do homem. O comportamento social, religião, o ponto de vista da moral, determinação, disciplina, empatia, estabilidade, generosidade, sabedoria, respeito, autoconfiança, contentamento, coragem, desapego, sinceridade, responsabilidade, otimismo podem ser considerados virtudes essenciais na formação do caráter humano. Ouvimos frequentemente as seguintes expressões: “Educação vem do berço” e “Fulano não tem berço”.  A primeira é acessível a qualquer família, independente da condição socioeconômica.  Dentro de um lar, os pais e responsáveis pelas crianças de (zero a nove anos) iniciam o processo de educação, respeito, ética, princípios. São responsáveis por moldar o caráter dos filhos.  
           Muitos aprendem os valores passados pelos pais e tornam-se homens honrados e de boa índole... “Fulano não tem berço” é referente às pessoas que são consideradas mal-educada, ríspida, malcriada, boçal, descortês. Representa também os indivíduos que apresentam valores pouco louváveis, criam problemas, provocam constrangimento. Os que não tiveram a sorte de ser bem orientados na infância ou mal influenciados na adolescência e juventude. Certamente, trilharão por caminho obscuro...  Milhões de brasileiros não têm caráter. Eles provocam prejuízos a terceiros e ferem os sentimentos dos outros através de manipulações e mentiras.  Não assumir as próprias responsabilidades, falta de palavra, tratamento diferenciado, dívidas, traição são exemplos clássicos de mau-caratismo.  O mau- caráter é arrogante, vaidoso, mentiroso, ambicioso, covarde. 
            Além disso, não tem o mínimo de compaixão com a dor do outro. Não assumem os próprios erros, não tem coragem de identificar seus atos desleais e preferem ficar sempre anônimo. As Instituições de Ensino (escolas municipais e estaduais), Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais, Prefeituras Municipais (servidores efetivos e contratados que lambem as botas dos prefeitos), Hospitais têm algumas pessoas sem caráter. Enfim, o mundo está complicado devido à ação dos que têm índole duvidosa.
Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)

segunda-feira, 29 de julho de 2019

E lá se foi o músico João Gilberto!

          No dia 06 de julho de 2019, o Brasil perdeu o músico João Gilberto. Cantor talentoso que produziu canções relevantes e foi um dos fundadores da Bossa Nova. Segundo o site www.letras.com.br/biografia, João Gilberto do Prado Pereira de Oliveira nasceu no dia 10 de junho de 1931, na cidade de Juazeiro na Bahia. Aos 18 anos decide se mudar para Salvador, com intenção de ser cantor de rádio e crooner. Em seguida, foi para o Rio de Janeiro, em 1950, e teve algum sucesso cantando no grupo Garotos da Lua. Ainda de acordo com o portal, João Gilberto passou por muitas dificuldades, mas tinha a ideia obsessiva de criar nova forma de expressar-se com o violão.

          Conforme o www.letras.com.br/biografia, a sorte de João começou a mudar. Ele conheceu o pianista e compositor Tom Jobim.  A influência da música norte-americana da época (principalmente o jazz) e o grupo de estudantes universitários músicos de classe média possibilitaram o lançamento, no final da década de 1950, do movimento que ficou conhecido por Bossa Nova.  No livro “Breve História da Bossa Nova” do autor Guca Domenico, é relatado que a Bossa Nova, nascida em 1958, é associada a uma imagem otimista do Brasil, no período que foi conhecido como Anos Dourados. Além disso, Guga destaca que o ritmo musical é um divisor de águas da música popular brasileira.

          As figuras de João Gilberto, Tom Jobim, Nara Leão, Vinicius de Morais, Ronaldo Bôscoli, Carlos Lyra, entre outros são os principais expoentes da bossa. Segundo o diversao.r7.com/pop/musica, foi com o lançamento do compacto que continha a música Chega de Saudades que João Gilberto começou uma grande revolução na música popular brasileira. Com seu banquinho e violão, João levou a música popular brasileira para o mundo, principalmente para os Estados Unidos, Europa e Japão. João Gilberto fez canções inesquecíveis, tocou violão com muita perfeição, fez parceria com nomes conhecidos da música, apresentações em casas renomadas. Além disso, viveu amores, conflitos, isolamento social e tocou o coração de muitos com seu talento musical. Enfim, aos 88 anos de idade, João Gilberto faleceu no Leblon, Rio de Janeiro, no dia 6 de julho de 2019.

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)







            

sexta-feira, 26 de julho de 2019

A falsidade é uma doença na sociedade brasileira


          Conforme a linguagem coloquial, o dicionário é conhecido como “o pai dos burros”.  Já de acordo com a norma culta, Aurélio Buarque de Holanda tornou referência de dicionário da língua portuguesa. Em ambos, a palavra falsidade apresenta os seguintes significados: qualidade de falso; alteração propositada da verdade; mentira, calúnia; disposição para enganar; perfídia; falsificação; fraude. Os pensadores mundiais também deixaram suas impressões a respeito da falsidade. O principal nome da literatura espanhola Miguel de Cervantes, autor da obra “Dom Quixote” proferiu a seguinte frase: “a verdade alivia mais do que magoa. E estará sempre acima de qualquer falsidade como o óleo sobre a água”. O dramaturgo, poeta, ator e maior escritor da língua inglesa William Shakespeare disse o seguinte: “as palavras estão cheias de falsidade ou de arte; o olhar é a linguagem do coração”.

           O Teórico político, escritor, compositor autodidata genebrino e um dos maiores pensadores do iluminismo Jean-Jacques Rousseau afirmou: “sempre notei que as pessoas falsas são sóbrias, e a grande moderação à mesa geralmente anuncia costumes dissimulados e almas duplas”.  Em hindu, o vocábulo ‘Buda’ significa “Iluminado”, o nome foi dado a Siddhartha Gautama, líder religioso que viveu na Índia, ele fez a seguinte declaração: “um amigo falso e maldoso é mais temível que um animal selvagem; o animal pode ferir seu corpo, mas um falso amigo irá ferir sua alma”. O compositor, cantor, guitarrista e responsável por tornar o reggae ritmo musical reconhecido internacionalmente, Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley declarou: “ideal seria que todas as pessoas soubessem amar, o tanto que sabem fingir”.

           Albert Einstein é considerado o gênio do século XX, profetizou que “gostaria de uma sociedade mais justa, menos corrupta, com menos hipocrisia, mais digna, com mais amor ao próximo, menos preconceito, menos rancor e principalmente mais paz na alma”. Uma parte considerável da sociedade atual é falsa ou hipócrita. Seja na família, no trabalho, na escola, na rua, no supermercado, na capital, no interior... Sempre deparamos com pessoas educadas e gentis que adoram dar tapinhas nas costas e três beijinhos. Fingem que são amigas, mas na realidade são falsas... Criticam as pessoas que são mais evoluídas, são excessivamente prestativos, só ajudam se houver benefícios, amam fofocas... Por fim, como lidar com a hipocrisia de homens e mulheres? Há possibilidade de pressentir a apunhalada pelas costas? 
Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)

terça-feira, 23 de julho de 2019

O que há de errado com o futebol brasileiro?

          O futebol brasileiro mexe com a paixão de milhões de torcedores e movimenta valores financeiros astronômicos na economia da nação. Muitos clubes tradicionais do mercado futebolístico do país tiveram ou ainda têm dirigentes inescrupulosos que já foram denunciados ou poderão sofrer denúncias por enriquecimento a custa dos times. Além disso, políticos também estão vinculados aos clubes. Sendo que, alguns usam de suas influências para ajudar o time do coração. Construção de estádio com dinheiro público, beneficiar mando de campo nos jogos, indicação de patrocinadores dentre outros são atitudes condenáveis que já foram praticadas ou ainda podem ser concretizadas por figuras do cenário político nacional. Outro personagem marcante no futebol é o empresário, agente ou procurador.

            Ele é responsável pela gestão da carreira profissional do jogador de futebol. Fazem as negociações dos jogadores com os clubes, negociam com os patrocinadores, prestam assessoria de imprensa e jurídica. Contudo, os empresários sofrem críticas de muitos e são acusados de “esquemas”, “propinas”, favorecimento aos filhinhos de papai para ingressar nas equipes tradicionais. O comando do futebol brasileiro está nas mãos da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). As vinte e sete federações estaduais de futebol responsáveis pelos campeonatos estaduais são subordinadas e subservientes a CBF. Há quatro anos, o faturamento foi surreal. Segundo o site https://epoca.globo.com, as 27 federações estaduais em 2015, arrecadaram R$ 144,8 milhões. 

            Os responsáveis foram os cartolas que não chutam uma bola, não pagam salários de atletas, nem constroem e mantém estádios, mas detêm o monopólio sobre o futebol. Não existe partida oficial sem o aval de federações e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).  Os anos passaram e os lucros são espantosos. De acordo com https://blogs.oglobo.globo.com, a CBF fechou o seu balanço de 2018, registrou faturamento de R$ 668 milhões (ante R$ 590 milhões no ano anterior) e  lucro de R$ 52 milhões, R$ 1 milhão a mais do que em 2017.  A Rede Globo detém o monopólio de transmissão dos jogos do futebol nacional. A emissora toma medidas autoritárias. Dificultam a justa concorrência, determinam horários ridículos às partidas, usam de modo exclusivo as transmissões e imagens, diminuem as organizações responsáveis por comandar o futebol. Por fim, a CBF e a Rede Globo promovem uma perfídia ao futebol, ao torcedor e ao telespectador. Além de desprezar e desvitalizar preceitos flexíveis relevantes na sociedade civil.

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)


sexta-feira, 28 de junho de 2019

A sociedade não é dos sonhos

          A frase “Toda a unanimidade é burra” é muita conhecida. Ela foi dita pelo Jornalista Nelson Rodrigues, e possibilita refletir a respeito da generalização.  A atual sociedade  apresenta características marcantes, não associadas a sua totalidade. Muitos homens são hipócritas, pregam a moralidade e os bons costumes. Porém, cometem os mesmos erros que criticam sempre. Eles desaprovam a exploração do trabalho, a baixa remuneração dos trabalhadores brasileiros, a corrupção do meio político, a incompetência do funcionalismo público, a burocracia e tecnocracia dos setores particulares e públicos, a exploração da fé alheia, o fanatismo religioso, o enriquecimento dos líderes religiosos, as falcatruas e acordos espúrios. Além disso, muitos querem levar vantagens e passam por cima de qualquer um para atingir objetivos.

          O carro do ano, o apartamento na praia, o sítio confortável, os melhores destinos para curtir as férias, restaurantes sofisticados, festas da alta sociedade, relacionamentos com mulheres lindas e homens poderosos são sonhos de consumo de indivíduos. Alguém consegue?  No mundo do politicamente correto, não podemos desrespeitar os direitos das pessoas... Todavia, alguns grupos conseguem viver o glamour do capitalismo moderno e atingir as metas ambiciosas. Nos lugares simples e principalmente nos lugares badalados, sempre há os que despertam a atenção. As mulheres bonitas e bem vestidas, o político e seu clã, o empresário, o endinheirado, o jogador de futebol, o artista da tevê mantém o status quo.  Já outra parte significativa da sociedade brasileira está em conflito, em relação à postura política. Sendo que uma metade defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 
          Milhões de pessoas alegam que saíram da pobreza com o governo petista, devido ao benefício do “Bolsa Família”. Dizem que conseguiram a casa própria com o "Projeto Minha Casa Minha Vida" e que muitos jovens carentes entraram nas universidades, graças ao PROUNI. Desde o funcionário da limpeza até o profissional altamente qualificado, com pós-doutorado, a frase mais famosa dita por eles é: “Lula Livre”. Outra metade apoia o presidente Jair Messias Bolsonaro. Os bolsonaristas pregam a liberação do porte de arma, criminalização do aborto e militarização do Governo e escolas. O partido de Lula ficou dezesseis anos no poder. A cúpula petista está atrás das grades e o Lula está enjaulado em Curitiba. Bolsonaro não promoveu mudanças no país, e o Ministro da Justiça Sérgio Moro teve a credibilidade abalada. Enfim, a sociedade não é dos sonhos.

Sérgio Lopes, Jornalista e professor


quarta-feira, 22 de maio de 2019

Quem vive bem e feliz no século XXI?


          Segundo informações divulgadas pelo Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP), no ano de 2013, a população mundial atingiu a marca de 7,2 bilhões de habitantes, distribuída da seguinte maneira: (África: 1,111 bilhão de habitantes, América: 953,7 milhões de habitantes, Ásia: 4,427 bilhões de habitantes, Europa: 742,5 milhões de habitantes, Oceania: 40 milhões de habitantes). Ainda de acordo com o FNUAP, a Terra terá 9 bilhões de habitantes em 2050, crescendo a um ritmo anual de 0,33% ao ano, considerado inferior à taxa atual (2,02%). Do surgimento do homem no planeta até os dias atuais, os continentes passaram por processos histórico-culturais marcados por (guerras, genocídios, imposição cultural, exploração, corrupção, perseguições políticas, escândalos políticos, perseguições religiosas, preconceito, racismo, terrorismo, morte, violência, fome, doença). Os Estados Unidos da América, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido, Suécia, Suíça, Noruega, Dinamarca, Rússia, Japão, China, Israel, Emirados Árabes Unidos, Austrália podem ser consideradas as nações mais poderosas do mundo.

          Políticas que objetivaram estimular os níveis educacionais da população, corte no orçamento, investimento externo, conquista de reservas naturais, exportação de produtos de valor agregado dentre outros, foram certas medidas que os países ricos buscaram para o desenvolvimento econômico. Do século XVIII até o início do XX, o hemisfério norte promoveu o processo de desenvolvimento industrial. A industrialização dos países ricos pode ser considerada o principal responsável pelo progresso? Nos dias atuais, muitas nações ricas usufruem de baixa natalidade, alta expectativa de vida, elevada renda per capita, acentuada expansão de setores industriais, empregos...  Contudo, há problemas... Mesmo com o desenvolvimento tecnológico e econômico, alguns países apresentam desigualdades sociais. Segundo o RIO - Relatório produzido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) “In It Together: Why Less InequalityBenefits All”(”Nisso Juntos: Por que menos desigualdade beneficia a todos”) , lançado em 2015, apontou um cenário de desigualdade crescente nos países desenvolvidos.
          A desigualdade entre ricos e pobres atingiu um nível recorde na maioria dos países da OCDE. Ainda de acordo com o RIO, entre os países da OCDE, as desigualdades mais expressivas foram nos Estados Unidos e Israel. O relatório de 2015, divulgou que nos EUA, os 10% mais ricos ganham 16,5 vezes mais do que os 10% mais pobres. Em Israel, os ganhos dos 10% mais ricos são equivalentes a 15 vezes os dos mais pobres. Já os países do Hemisfério Sul promoveram desenvolvimento tardio e dependentes de metrópoles ou colônias, o que favoreceu somente as economias externas.  O precário sistema de saúde, a má alimentação, a falta de acesso à educação, os baixos índices de desenvolvimento social, a vulnerabilidade econômica dentre outros são marcantes nos países pobres e em desenvolvimento. O mundo vive condição de extrema desigualdade. Conforme dados recentes apresentados pela organização Oxfam Brasil, em nível global, apenas oito pessoas detêm o mesmo patrimônio que a metade mais pobre da população mundial. Ainda de acordo com a OXfam, no Brasil, a situação é ainda mais acentuada: apenas seis pessoas possuem a riqueza dos 100 milhões de brasileiros mais pobres. No maior país da América do Sul, os 5% mais ricos detêm a mesma fatia de renda que os demais 95%. Enfim, quem vive bem e feliz no século XXI?

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)


segunda-feira, 13 de maio de 2019

A escravidão ainda não acabou


          
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Imagem: Dica de Vestibular Uol
          Da primeira metade do século XVI até o final do século XIX, a escravidão reinou no Brasil. Os escravos negros vindo da África desempenharam atividades diversas, tais como: estivadores, barqueiros, vendedores, aprendizes, mestres em artesanato. Bem como, trabalho nos engenhos de cana-de-açúcar, lavouras de café, serviços domésticos dentre outros. Caso não cumprissem as obrigações, os homens brancos castigavam-os. As punições eram com instrumentos de ferro e surras com chicote.  Além disso, os escravos não recebiam salários, tinham longas jornadas de trabalhos, viviam em habitações precárias e alimentavam mal. Mesmo com a abolição da escravidão em 1888, os negros não foram ajudados por ninguém. Sem direitos claros e sem dignidade alguma. 
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Imagem: Revista Raiz
          Foram abandonados a própria sorte e tiveram que lutar com muita dificuldade. Infelizmente, sofreram e ainda sofrem injustiças no Brasil. Segundo o site https://descomplica.com.br/, na atualidade, 54% da população brasileira se identifica como negra (pretos e pardos). Ainda assim, mais de 70% da população negra do Brasil se encontra em situação de extrema pobreza – de acordo com pesquisas da Organização das Nações Unidas (ONU). Os dados que comprovam o racismo estrutural na nossa sociedade são inúmeros. Ainda de acordo com o portal https://descomplica.com.br/, as diferenças são ainda mais gritantes quando avaliamos os recortes de gênero sobre a questão racial no país. 
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Imagem: Vestibular Brasil Escola
          Segundo levantamento do Instituto Locomotiva, um homem branco ganha um salário 63% mais alto do que a remuneração de mulher negra nas mesmas condições de escolaridade e função.  A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovou que mulheres negras são a maioria entre os desempregados do país. Diante desta realidade, a escravidão ainda não acabou? Oficialmente, a Lei Áurea que foi assinada pela Princesa Isabel, no dia 13 de maio de 1888, decretou o fim da escravidão no país. Todavia, o Brasil tem dívida histórica com os afro-brasileiros. Ainda não foram executadas medidas de reparos econômicos e sociais de incorporação da população negra, como por exemplo, o trabalho e a educação, políticas de saúde, disponibilidade a habitação e acesso a terra. Enfim, já passados 131 anos do fim do regime escravocrata, os negros do Brasil necessitam de cidadania plena.

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)

quarta-feira, 1 de maio de 2019

No século XXI, o voto de cabresto está vivo?


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Imagem: Guia do Estudante (ABRIL)
          Segundo o site www.todapolitica.com, o voto de cabresto foi o mecanismo de controle político muito usado pelos coronéis da República Velha para garantir a eleição de seus candidatos. Era uma forma de controle político e domínio de votos que tinha como base o poder econômico dos coronéis que comandavam o cenário político do período. Ainda de acordo com o portal www.todapolitica.com, a expressão voto de cabresto é bastante curiosa, pois o voto é a maior expressão da democracia, enquanto o cabresto é um instrumento usado para controlar animais. Portanto, a expressão possui um significado contraditório entre a liberdade da democracia e o controle sobre o voto. Este comportamento controlador foi uma das características mais marcante do período República Velha ou Primeira República do Brasil (1889 - 1930). 
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Imagem: Politize
          As oligarquias de São Paulo e Minas Gerais controlaram o poder político do país e as eleições foram marcadas por fraudes... Da chamada República Velha até o ano 2000, o voto de cabresto esteve presente no processo eleitoral. A utilização da máquina pública em larga escala nas eleições, a compra de votos, o abuso de poder das autoridades políticas, o apoio financeiros de empresários para financiamento de campanha eleitoral dentre outros podem ser considerados particularidades relevantes do voto de cabresto. No século XXI, o voto de cabresto está vivo?  A maior parte da população brasileira apresenta baixo nível de escolaridade. Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2016, o Brasil ainda tinha cerca de 11,8 milhões de analfabetos, o que correspondia a 7,2% da população de 15 anos ou mais.
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Imagem: A Voz do Povo
          Em 2016, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) informou que cerca de 51% da população brasileira de 25 anos ou mais tinha somente até o Ensino Fundamental completo. No caso do Ensino Médio, 26,3% desse grupo tinha completado esse nível de instrução. A taxa mais baixa estava localizada no ensino superior: 15,3% completaram a etapa. Diante desta triste realidade do século atual, o brasileiro chegou em 2019 e provavelmente as estatísticas elevaram. Milhões de eleitores tornaram-se mais suscetíveis as compras de votos, ao voto de cabresto, propostas clientelistas. Já passados 34 anos do processo de redemocratização do Brasil, o voto pode valer um saco de cimento, uma camisa de time de futebol ou um engradado de cerveja. Tanto nas grandes cidades quanto no interior, a compra de votos e o voto de cabresto desafiam a democracia brasileira no século XXI.

Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)


quarta-feira, 17 de abril de 2019

A depressão é o mal do século

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Imagem: Buzzero.com

          Do ano de 1500 até 1822, o brasileiro era explorado pelos portugueses e não tinha autoestima.  Havia subserviência do Brasil a elite de Portugal. Do processo de independência até 2019, o país passou a ter mais “liberdade” e “autonomia”. Deixou de ser colônia e organizou-se como nação. Contudo, os filhos da pátria amada livre não conseguiram livrar das corrupções, falcatruas e acordos espúrios dos grupos nacionais dominantes. Os donos do poder conseguiram controlar a vida da maioria. Eles foram ou são responsáveis pelo que as pessoas leem, escutam, pensam, alimentam. Os dominados pelas elites trabalham excessivamente, não dormem bem, alimentam mal, ganham peso e passam longas horas na internet e no celular. O desemprego, morte de um ente querido, problema financeiro, divórcio, doença incurável podem ser considerados situações perturbadoras que levam (angústia ansiedade, estresse). Crianças, idosos, adolescentes, homens e mulheres de todas as idades sentem uma tristeza profunda e levam uma vida vazia?  
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Imagem: Minha Vida
          Nos séculos anteriores, o homem não tinha opção de lazer. A tecnologia era precária e o sofrimento também estava presente... Contudo, o que era inimaginável no passado... Na atualidade, a tecnologia alcançou nível de excelência. Ocorreu evolução da robótica, cibernética, informática, meios de transporte, meios de comunicação, meios tecnológicos. A medicina avançou... Porém nos anos 2000, muitos brasileiros estão sentindo irritabilidade, inquietação, raiva. Sentem também falta de esperança perante a vida; pensamentos negativos; autocrítica exagerada; perda da capacidade de sentir prazer ou alegria; perda de interesse de atividades que antes eram agradáveis... Diante desta realidade, milhões de brasileiros sofrem depressão. Segundo o site https://saude.abril.com.br, considerada o "mal do século" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão ainda é um desafio para médicos e pacientes. A depressão é caracterizada pela perda ou diminuição de interesse e prazer pela vida, gerando angústia e prostração, algumas vezes sem um motivo evidente.
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Imagem: Melhor Em Saúde
          De acordo com uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde, a depressão será até 2020, o maior motivo de afastamento do trabalho no mundo. No Brasil, cerca de 5,8% da população tem a doença, o que faz do país o campeão de casos na América Latina. Dentre os sintomas mais básicos estão a tristeza sem relação com a vida pessoal, culpabilização, perda de energia, alteração do sono e do apetite, entre outros. Os homens são suscetíveis a patologias de ordem mental, sobretudo aqueles que não se protegem. É essencial lembrar que o medicamento cuida do sintoma, entretanto as causas necessitam de atenção na psicoterapia. O clínico pode ser um bom ‘receitador’, porém se não souber o que o paciente tem, não vai solucionar a contrariedade.  A automedicação não deve ser considerada como saída...  É possível vencer a depressão? Cuidar da saúde, ser grato, concentrar em você, aprender a relaxar e procurar pela melhoria da qualidade de vida podem contribuir para cura da doença. Enfim, a busca do aprimoramento da paz interior e o seu autoestima podem ser viáveis na cura da depressão.
Sérgio Lopes (jornalista e professor)
 

quarta-feira, 27 de março de 2019

Os senhores das Gerais continuam os mesmos

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Imagem: CHEbola
          No período de 01 de janeiro de 2003 até 01 de janeiro de 2019, os senhores (Aécio Neves, Antonio Anastasia, Alberto Pinto Coelho e Fernando Damata Pimentel) não resolveram a maioria dos problemas de Minas Gerais (saúde, educação, transporte, segurança pública, criminalidade, desemprego e violência).  A maior parte da população mineira foi humilhada e desprezada pelo poder público. Milhões de mineiros não conseguiram emprego... Os desgovernos do PSDB e do PT não contribuíram para o desenvolvimento do estado. Os ex-governadores indicaram seus correligionários e afilhados políticos para cargos públicos, com salários astronômicos...  Durante dezesseis anos, a terra das alterosas perdeu relevância no cenário político nacional. Contudo, em janeiro de 2019, Romeu Zema assumiu o governo de Minas Gerais.  O povo renovou as esperanças, porém os problemas continuam e a crise financeira que assola o estado é pública e notória. Zema será diferente dos outros? 
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Imagem: Digoreste News
          Segundo matéria divulgada pelo https://tribunademinas.com.br/noticias, no dia 08 de março de 2019, ocorrerá seleção pública para o preenchimento de vagas de chefia, direção e superintendências das secretarias e órgãos da administração direta e indireta do Estado de Minas Gerais. Segundo o portal, de acordo com declarações do secretário de Planejamento e Gestão, Otto Levy Reis, estão disponíveis 565 cargos na administração direta – 300 poderão ser supridos ainda neste ano – e cerca de 200 em autarquias e fundações estaduais. Os salários para os cargos variam entre R$ 7 mil e R$ 20 mil. O programa iniciou no dia (11/03/2019) e é intitulado de Transforma Minas. O atual mandatário de Minas vai "fazer diferente"? A indicação de cargos por deputados e a falta de legitimidade vão continuar no governo Zema? As pessoas de Minas Gerais e de todo Brasil podem acessar o https://www.mg.gov.br/transforma-minas/selecoes-abertas, na busca por cargos. Alguns obtiveram a seguinte Informação da plataforma do processo seletivo:
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Imagem: Deputado Rogério Correia

          “Inelegibilidade, agradecemos o seu interesse pela vaga na Superintendência de Proteção Social Básica e Gestão do SUAS do Programa Transforma Minas, mas informamos que você é inelegível para concorrer a essa vaga. Portanto, você não seguirá para as próximas etapas deste processo seletivo. Caso você tenha interesse em outras oportunidades, acompanhe as redes sociais do Governo de Minas Gerais e o site oficial do Transforma Minas”. Muitos interessados em trabalhar para o governo de Minais não conseguiram preencher dados pessoais, habilidades e formações... Foram excluídos do processo seletivo, sendo que vários profissionais são qualificados com (cursos superiores, especializações, mestrados, doutorados, phd , línguas estrangeiras). Qual é a razão da eliminação? Residir no interior de Minas ou fora do estado, é o motivo? Se o pretendente do cargo for de família rica ou filho de deputado, a vaga está garantida? A Inelegibilidade não é para políticos corruptos, carreiristas e caciquistas. É somente para o cidadão qualificado, honesto, trabalhador, humilde, pagador de imposto? Até quando a maldita e velha política mineira vão privilegiar os mesmos personagens de sempre?
Sérgio Lopes (jornalista e professor)