segunda-feira, 9 de outubro de 2017

As gírias contribuem para as transformações da língua



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Imagem: Plataforma do Letramento
               Do Oiapoque ao Chuí, o nosso país é marcado por uma imensa diversidade cultural. Grupos de indivíduos de uma determinada região ou até mesmo de um município pequeno fazem uso de uma linguagem diferenciada com o intuito de transmitir informações mais facilmente, bem como reverter (esses grupos, essas pessoas) distinguidas das outras. Alguns termos e significações como: na boa, na moral, de boa. Na boa é uma forma de falar o que pensa sem querer magoar a outra pessoa, tipo: "como essa roupa é feia, na boa". Quem não conhece "a fila anda"? Que significa que após o término de um relacionamento, a vida continua. "Uma brasa, mora", que seria uma coisa boa, ótima. Cafona (feio), carango (carro), bicho (amigo), careta (pessoa conservadora), “pega leve", que significa, devagar, ficar calmo. 
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Imagem: Blog dos Cursos

               Além disso há outros termos e significações como: antenado (saber de algo, estar sempre informado), pagar mico (vexame, vergonha), bacana (bom, bonito), boa-pinta (de boa aparência), boazuda (mulher bonita), papo furado (conversa boba), pé de chinelo (pessoa sem expressão), zoar (fazer barulho, rir de alguém) dentre outros. Os termos com suas significações acima são chamados de gírias, que surgem num determinado grupo social e, por sua expressividade, acabam sendo incorporadas à linguagem coloquial de outras camadas sociais. Evidenciam o permanente movimento da língua portuguesa que está inserida em um contexto cultural. As gírias são consideradas um elemento polêmico nas diversas línguas e caracterizadas pelos sentimentos de (ódio e amor). Há pessoas que odeiam e há também os que amam.  Uma boa parte dos eruditos e estudiosos mostram-se aborrecidos com as gírias, classificando-as como “vícios de linguagem”. 

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Imagem: SlideShare
                Entretanto, são relevantes para a sustentação da língua e servem de marca temporal. Já a juventude é quem adequa a maneira diferente de falar de usar gírias. O filósofo e linguista suíço Ferdinand de Saussure que propiciou o desenvolvimento da linguística enquanto ciência autônoma, afirmou que “é sincrônico tudo quanto se relacione com o aspecto estático da nossa ciência, diacrônico tudo que diz respeito às evoluções. Do mesmo modo, sincronia e diacronia designarão respectivamente um estado de língua e uma fase de evolução”. Diante da afirmação de Saussure, concluímos que a própria Linguística, ciência que estuda a linguagem, considera que as gírias são o aperfeiçoamento que colabora para a modificação da língua, e quem faz isso são os falantes, anexados em distintos grupos sociais.
Sérgio Lopes 



4 comentários:

  1. Gostei do texto! A linguagem de fato é viva !

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  2. Hoje com acesso a Internet se multiplicou as gírias, fazendo com que a cultura entre diferentes grupos se comuniquem através de uma linguagem com menos regras e mais entendimento. Evolução.

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    1. Prezado Helton,
      As gírias geram maior expressividade a comunicação e não podem ser chamadas como vícios de linguagem ou desrespeito as normas gramaticais convencionais. Agradeço pela participação. Desejo o melhor para você. Abraço fraterno do professor Serginho

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  3. Prezado amigo Daniel,
    A língua passa por constantes mudanças. Ela é muito dinâmica e as gírias são elementos interessantes que constituem a língua portuguesa. Amadas por uns, odiadas por outros, provam o poder do falante de transformar seu idioma. Valeu pela participação. Desejo lhe felicidade acima de tudo. Abraço fraterno do professor Serginho

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