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O
Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, Prefeituras e Câmaras Municipais
são marcadas pelos escândalos de corrupção, trocas de acusações e até mesmo
agressões físicas e verbais. Diante desses acontecimentos, as diversas
instâncias de poder público do Brasil podem ser consideradas ambiente familiar?
As famílias tradicionais (Sarney, Neves, Menicucci, Varella, Magalhães, Bias
Fortes, Calheiros, Andrada, Alves, Quintão, Maia, Braz, Bornhausen, Richa,
Barbalho dentre outros) perpetuaram e ainda perpetuam no poder. Os filhos
desses clãs familiares da política despontaram e desenvolveram no cenário
político rodeado por primos, tios e avós que “fizeram carreira” como
(presidente, senador, governador, deputado, prefeito, vereador).
Garibalde com o filho Walter Alves e Felipe Maia com o pai José Agripino na bancada de parentes Imagem: .www.canalareiabranca.comr
Pesquisas
coordenadas recentemente pelo cientista político Ricardo Costa Oliveira, da
Universidade Federal do Paraná (UFPR), evidenciam o peso dos laços familiares em outros
campos do poder no Brasil: do Executivo federal (17 ministros do presidente
Michel Temer são de famílias de políticos) ao municipal (16 dos 26 prefeitos de
capitais eleitos em 2016). O modelo também é reproduzido no Judiciário e no
Ministério Público. No Supremo Tribunal Federal, por exemplo, 8 dos 11
ministros têm parentes na área do Direito. Metade dos 14 integrantes da
força-tarefa da Lava Jato também tem familiares magistrados e procuradores. Segundo o site http://www.msnoticias.com.br, em
agosto de 2017, a Revista Congresso em Foco revelou que pelo menos 319 Deputados
Federais (62%) e 59 Senadores (73%) têm laços de sangue com outros políticos.
Há parlamentares com sobrenomes associados nacionalmente à política, como Maia,
Calheiros, Cunha Lima, Caiado, Barbalho e Magalhães, outros de influência
regional e aqueles que inauguraram essa tradição.
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Imagem: http://www.siempre.net.br |
Essas
famílias ainda possuem meios de comunicação e recursos financeiros favoráveis
para financiamento de campanhas eleitorais. Além disso, o poder concentrado nas
mãos dos poucos clãs políticos contribui para crescente corrupção e as
desigualdades sociais e econômicas. Diante desta realidade, os donos do poder
não permitem à entrada de outros grupos políticos na corrida eleitoral 2018.
Eles diminuem as possibilidades de renovação política. Os caciques das
agremiações partidárias tradicionais tentam prejudicar de todas as maneiras os candidatos
que nunca exerceram cargos políticos. Os homens que desejam cumprir seus
mandatos em prol do povo brasileiro e estão nas ruas 'atuando' politicamente, para
as famílias políticas são considerados perniciosos no processo democrático.
Sérgio
Lopes (Jornalista e Professor)
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