Imagem: Voz de Petrópolis |
O
candidato do (PSL) Jair Messias Bolsonaro tornou-se presidente da República
Federativa do Brasil, no dia 28 de outubro de 2018. No período de 2019 até
2022, comandará a nação. Muitos adversários dizem que Bolsonaro poderá instalar
uma ditadura militar no país. Em 2019, o Brasil sofrerá um golpe militar? Para
responder este questionamento, precisamos retornar no século passado, na década
de 60... Em janeiro de 1961, quando Jânio Quadros assumiu a presidência do
país, algumas atitudes preocuparam tanto os representantes norte-americanos
(empresas multinacionais) quanto a classe dominante brasileira formada pelos
empresários, banqueiros, militares, proprietários de terras, Igreja Católica e
classe média. Entre algumas medidas de impactos, para a época, o presidente
restabeleceu relações diplomáticas com a União Soviética e condecorou com a
Ordem do Cruzeiro do Sul, um dos líderes da revolução Cubana, Ernesto “Che”
Guevara. Um dos opositores de Jânio Quadros, o governador do estado da
Guanabara (atual Rio de Janeiro), Carlos Lacerda, acusou Quadros de estar
preparando um golpe de estado.
Imagem: Correio Braziliense |
Desacreditado entre
as massas populares, sem apoio dos setores de direita e esquerda, Jânio Quadros
acabou renunciando sete meses após o início de seu mandato. O Congresso
Nacional aprovou arbitrariamente a mudança do regime político nacional para o
parlamentarismo. em 7 de setembro de 1961, João Goulart assumiu o poder. A
implantação do parlamentarismo não permitiu que Goulart aprovasse suas
propostas políticas. O fracasso do parlamentarismo forçou a antecipação do
plebiscito que decidiria qual sistema político seria adotado na nação. No ano
1963, o povo brasileiro aprovou a volta do sistema presidencialista. João Goulart
preparou o chamado programa de Reformas de Base. O projeto incluía a reforma
agrária, reforma eleitoral, concedendo o direito de voto aos analfabetos; a
reforma universitária, aumentando o número de vagas nas universidades públicas;
a reforma bancária; a reforma urbana; a reforma educacional; etc. As reações
dos proprietários rurais, setores empresariais e militares com a política do
governo tornavam-se cada vez mais acentuadas, ao mesmo tempo, os movimentos
populares pressionavam para que as reformas fossem concretizadas e até
ampliadas.
Fatos Militares |
Entretanto,
o presidente não teve tempo para realizar seu programa. Na noite de 31 de março para 1° de abril de 1964,
tropas de Juiz de Fora, avançaram em direção ao Rio de Janeiro. Outros
comandantes militares também mobilizaram suas tropas contra o governo. No
período de 1964 a 1985, o comando das Forças Armadas (Exército, Marinha e
Aeronáutica) controlou o poder político no Brasil. O mundo vivia o auge da Guerra Fria, EUA e
URSS disputavam o controle mundial da política. O Brasil era estratégico para
os americanos e havia um temor do comunismo. Os militares tiveram apoio de Washington
no golpe... Retornando ao século XXI, no ano de 2013, aconteceram na história
recente da nação, as maiores manifestações populares. O objetivo era contestar
os aumentos nas tarifas de transporte público, principalmente nas principais
capitais brasileiras. Após o pleito 2014, o povo assistiu o crescimento da Lava
Jato (alcançando as tradicionais siglas partidárias), o processo de impeachment
da presidenta Dilma Rousseff e as acusações criminais contra Michel Temer.
Imagem: Brasilnews |
Em 2017, a rejeição ao Congresso Nacional atingiu elevado índice e a insatisfação com o governo Temer aumentou. Em 2019, o Brasil sofrerá um golpe militar? o presidente Jair Messias Bolsonaro foi eleito com quase 58 milhões de votos. As eleições foram disputadas democraticamente e o resultado das urnas mostraram o descontentamento dos eleitores com os 13 anos do governo petista e o governo Temer. Além disso, os militares que estão na ativa não tem nada a ver com os militares de 1964. Eles são escravos do artigo 142 da Constituição Federal do Brasil que diz: “As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”. Em 2019, os militares respeitarão o artigo 142?
Sérgio Lopes (Jornalista e Professor)
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