quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Qual seria a reação dos paulistas e cariocas?


Imagem criada por Felipe Franco

             Imaginem se a família Marinho proprietária da Rede Globo de televisão fosse mineira e a sede da empresa estivesse localizada em Belo Horizonte, o campeonato de futebol da terra das alterosas, obviamente, seria transmitido para todo Brasil, e quando houvesse o clássico Atlético x Cruzeiro, a tevê Globo mostraria no “Show do Intervalo” as presenças dos ilustres músicos e compositores Rogério Flausino (vocalista da banda Jota Quest) com a camisa do Atlético Mineiro, provocando Samuel Rosa (vocalista da banda Skank) e sua camisa do Cruzeiro.
             Quando iniciasse o Campeonato Brasileiro, o país inteiro só teria a opção de assistir ao jogo do galo na quarta-feira às 22 horas (depois da novela “A Regra do Jogo”, claro). E ao jogo do Cruzeiro no domingo... A jornalista Cristiane Dias apresentaria o Globo Esporte ao vivo da Lagoa da Pampulha, perto da Igreja São Francisco de Assis, comendo um pão de queijo e um feijão tropeiro. As equipes do Democrata de Sete Lagoas e do Villa Nova de Nova Lima teriam mais visibilidade na emissora do que o Flamengo do Rio de Janeiro e o Corinthians de São Paulo.
            Por causa da exposição midiática dos times de Minas, as suas cotas financeiras seriam bem maiores do que às cotas dos clubes do eixo Rio-São Paulo, seus patrocinadores seriam os melhores, seus atletas seriam os mais valorizados e os jogadores dos clubes dos outros estados seriam desconhecidos e, então, comprados a baixo preço pelos times de Belo Horizonte que os venderiam depois para o mercado (europeu, asiático, norte-americano) por um valor vinte, trinta vezes maior do que o pago para a sua aquisição.
           As torcidas dos times de São Paulo e Rio de Janeiro que questionassem esse paradigma de transmissão, a justificativa da Rede Globo para essa predileção pelas equipes mineiras não seria a segregação de ter o propósito de lucro ou bairrismo, e sim, “o futebol de Minas Gerais dá mais audiência”, e após alguns anos, diante deste contexto, daria mais ibope mesmo... Depois da exposição do pensamento sob forma figurada, o que descrevo acima é exatamente o que sofre o futebol dos estados alijados pela grande mídia. Enfim, somos todos brasileiros, porém nossas particularidades é que tornam-se ricas e elevam nosso Brasil. Por que acabarmos com elas? Para os meios de comunicação vender mais do mesmo?
Sérgio Lopes

4 comentários:

  1. Excelente colocação. Parabéns pelo blog. Estou adorando os textos.

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  2. Valeu Darly... Conto com sua participação.
    Sérgio Lopes

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  3. É isso ai.
    e olha...da até para rir...de não chorar...
    Muito bom.
    Abraços.

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  4. Obrigado pela participação Fausto. Temos que valorizar todas as culturas do Brasil...
    Abraço,
    Sérgio Lopes

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