quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Eles tentaram pintar um “retrato” do Brasil I




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          Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato foram os representantes do pré-modernismo brasileiro nas duas primeiras décadas do século XX. Este período foi considerado de transição de um mundo relativamente estável para um momento turbulento. Em que concepções artísticas distintas ora se fundiam, ora se mesclavam, ora se opuseram. Os escritores analisaram a realidade da época e passaram a denunciar os desequilíbrios do Brasil, a literatura veio a ser um instrumento de denúncia. Certamente, os trabalhos dos pré-modernistas foram considerados a primeira inovação na tentativa de pintar um “retrato” do nosso país...
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          Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha exaltou o sertanejo brasileiro como um bravo lutador e foi o primeiro a falar em gigantismo do Brasil. Cunha ganhou notoriedade nacional. Em 1902, publicou “Os Sertões”. A obra transita entre a história, ciência e literatura. Além disso, possui caráter científico que o eleva à condição de verdadeiro tratado geofísico e social do país, prestigiando o nordeste brasileiro, cenário da chacina da Guerra de Canudos (novembro de 1896 a outubro de 1897), no interior do sertão da Bahia. A estrutura da obra “Os Sertões” revela a formação científica determinista e positivista de Euclides. Ela é dividida em três partes (Terra, Raça, Luta). A Terra é a descrição geofísica do Brasil, a região nordeste serve como estudo cíclico das secas.  A Raça é a representação comparativa dos vários tipos regionais brasileiros. Análise do sertanejo e sua capacidade de resistência, relacionando meio ambiente e elemento humano. Segundo Euclides da Cunha “O sertanejo é antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral”. Já no momento histórico da Luta, Cunha sofreu influência da teoria determinista na análise que fez do problema de Canudos (a terra, o homem, a luta).
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          Afonso Henriques de Lima Barreto atuou com um intérprete agudo da vida carioca na época da consolidação da república no Brasil. Ele criticou a burguesia, enquanto criava um retrato da vida pobre dos subúrbios do Rio de Janeiro. O livro de destaque que Lima Barreto escreveu foi “Triste fim de Policarpo Quaresma”. A obra faz a caricatura do patriota ufanista, ingênuo, idealista em confronto com os que “vencem na vida” – figuras bajuladoras, carreiristas, democráticas e medíocres. Além disso, Policarpo Quaresma apresentou três projetos (Linguístico, Agrário, Político) para melhorar e desenvolver o Brasil. O Projeto Linguístico procurava transformar em tupi-guarani a nossa língua oficial. O Projeto Agrário buscava desenvolver nossa agricultura com plantações sem implementos artificiais importados. Já o Projeto Político, consistia em apoiar Floriano Peixoto, em 1895, no Rio de Janeiro, na Revolta da Armada. Os três projetos de Policarpo Quaresma fracassaram... Amigos leitores vocês conhecem ou sabem da relevância destes autores na literatura brasileira? Enfim, daremos continuidade no próximo post e destacaremos Graça Aranha e Monteiro Lobato.
Sérgio Lopes
 


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