As
Igrejas Evangélicas promovem a evangelização de modo dinâmico, em cumprimento
ao mandado de Cristo, de pregar o evangelho a toda a criatura; promovem a
adoração a Deus, através da oração e do louvor cristão genuíno; promovem o
discipulado dos novos convertidos, visando sua integração ao Corpo de Cristo...
Contudo, nos últimos anos, algumas Instituições Religiosas têm deixado de lado
o objetivo espiritual. Muitas têm feito um grande trabalho junto a seus fiéis
com o intuito de eleger políticos que os represente nas esferas executiva e
legislativa. A empreitada obteve êxito, políticos evangélicos de siglas
partidárias distintas formaram a Frente Parlamentar Evangélica ou simplesmente
bancada evangélica. De acordo com a
pesquisadora Bruna Suruagy do Amaral Dantas em seu trabalho Religião e
Política: ideologia e ação da “Bancada Evangélica” na Câmara Federal, a bancada
teve uma progressão muito grande entre 1999 e 2003. O qual consolidou no cenário
político cinquenta e sete deputados federais vinculados a treze denominações
distintas, sendo a Assembleia de Deus e a Igreja Universal do Reino de Deus as
mais predominantes.
Alguns
princípios de Jesus são: promover a justiça, defender a vida, o direito do
cidadão. Já os políticos eleitos pelo
povo deveriam elaborar projeto para coibir a corrupção em todos os níveis do
governo e tentar reduzir a desigualdade social no Brasil. E a Bancada Evangélica? Qual é o seu objetivo
no cenário político? Os “malditos e monstruosos pecadores homossexuais” são
considerados inimigos número um dos evangélicos. São contrários a
criminalização da violência e discriminação contra transexuais, bissexuais,
homossexuais. O casamento entre pessoas do mesmo sexo, igualdade racial e de
gênero, eutanásia, direito ao aborto dentre outros são temáticas contrárias a
ideologia da Frente Parlamentar Evangélica. Além disso, alguns parlamentares
eram ou são membros da Bancada Evangélica como:
João Campos (PSDB-GO), Marco Feliciano (PSC), Anthony Garotinho (PR–RJ),
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Lincoln Portela (PR-MG), o atual senador Magno Malta
(PR-ES) dentre outros.
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Imagem: Latuff |
Conforme
informações apuradas pelo jornalista Paulo Lopes no site Transparência Brasil,
há políticos evangélicos com processos por suspeita em crimes como peculato
(apropriação de bens ou valores públicos de forma indevida), improbidade
administrativa, corrupção eleitoral, abuso de poder econômico, sonegação fiscal
e formação de quadrilha. O Senador Magno Malta usa a tribuna do plenário para
falar em "moral e os bons costumes", entretanto já cometeu deslizes
éticos na política. Segundo a matéria “Troca de e-mails mostra que Magno Malta
recebeu propina de R$ 100 mil” publicada
dia 15/08/16, no http://www.redebrasilatual.com.br,
o jornal Folha de S.Paulo diz ter tido acesso a e-mails que comprovam caixa 2,
ou propina, para o senador na eleição de 2014. Segundo reportagem do domingo
(14 de agosto), e-mails comprovam a denúncia de R$ 100 mil de caixa dois do
presidente da cozinha Itatiaia, Victor Penna Costa, a Magno Malta. De acordo
com o jornal, as trocas de mensagens entre o dirigente de uma das maiores
fabricantes de móveis de cozinha do país e o senador são de 8 de setembro de 2014.
Eduardo Cunha teve o
mandato de Deputado Federal cassado em (setembro de 2016), e prisão decretada
em (outubro de 2016). Segundo informações do: http://www.opovo.com.br, Cunha é
réu na Lava Jato acusado dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão
de divisas, por causa de contas não declaradas na Suíça. Conforme o portal, ele
é acusado, entre outros crimes, de ter recebido propinas em até R$ 5 milhões
para liberar empréstimos da Caixa Federal.
Anthony
Garotinho foi preso na última quarta (17/11/2016). Segundo informações do http://g1.globo.com, a Justiça Eleitoral de
Campos dos Goytacazes apontou compra de voto, associação criminosa e coação
como motivos para pedir a prisão do ex-governador do Rio .
Ainda de acordo com o portal, a Operação Chequinho que efetuou a prisão de
Garotinho, apura fraudes no programa Cheque Cidadão. Segundo investigadores, em
troca de votos, eleitores eram inscritos no programa que dá R$ 200 por mês a
famílias de baixa renda. O ex-governador nega as acusações.
A maioria de integrantes da Bancada Evangélica
pertence a correntes pentecostais, e julgam receber orientações diretamente de
Deus através de profecias e revelações. Porém acreditamos que Deus não faria
tal coisa... O objetivo dos (políticos e líderes religiosos) sempre foi e ainda
é utilizar de recursos midiáticos para propagar seus patrimônios e poder. Utilizam
dos meios políticos para promover o seu institucionalismo condenado pela fé
cristã, todavia perceberam que além dos meios de comunicação, poderia controlar
a política. Eles fizeram e ainda fazem alianças conforme os seus interesses
políticos, para se promoverem e alcançarem prestígio . Eles estão se estruturando como a direita conservadora, para que
seus desejos na política se tornam cada vez mais absolutistas. Enfim, a Frente
Parlamentar Evangélica ou Bancada Evangélica não está a favor da família
brasileira.
Sérgio
Lopes
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